Antônio Cipó: ex-charreteiro e treinador de clubes de futebol de Arcos

Texto postado em 02/02/2022

Antônio Quirino Lima (ou Antônio Cipó), 82 anos, leva uma vida tranquila. Gosta de ouvir música sertaneja, assistir ao futebol na tv e ir para a sua propriedade rural. Aproveita o merecido descanso depois de décadas de trabalho.

É arcoense e morou um tempo em São Paulo, onde trabalhou em firmas e também na Cavalaria, prestando serviço de guarda. Em Arcos, durante mais de 30 anos, foi charreteiro. Segundo ele, no passado as empresas de material de construção não se responsabilizavam pela entrega dos produtos vendidos; e por isso havia bastante serviço para os charreteiros da cidade, que eram contratados para prestar esse serviço.

Quem estava construindo um imóvel contratava o serviço de transporte dele, para carregamentos de cal das caieiras da cidade, cimento e materiais de construção em geral.

Ele também disse que houve época em que não havia coleta de lixo na cidade e nem garis. Os moradores colocavam os entulhos nas calçadas e contratavam os serviços dos charreteiros para descartá-los. Até por volta de 2017, Sr. Antônio ainda exercia esse trabalho.

Foi com essa renda que ele criou a família e conseguiu comprar sua casinha no centro da cidade, na rua Álvares da Silva. "A gente tinha o ponto dos charreteiros, ali no Germânio (avenida Magalhães Pinto). Eram uns 10 charreteiros. Até pouco tempo ficavam dois charreteiros na avenida Governador Valadares, perto do "Totonho Rivalino" (Hoje Empório Maria).

Com o tempo, as caçambas tomaram o espaço dos charreteiros. "A Prefeitura colocou de graça", comenta Sr. Antônio.

Gratidão à família - Durante a entrevista, ele comentou que quando pensa no passado, sente saudades da esposa, Antéria Maria de Lima, que faleceu há três anos. Em seguida, falou da gratidão aos filhos e à nora, Telma, que cuida da casa. Sr. Antônio tem três filhos - Sandra (dona de casa), Aguinaldo (frentista) e Carlos (trabalha na propriedade rural da família) - e quatro netos: João Pedro (16 anos), Andriele (29), Mariel (27) e Juninho (25).

Treinador de times de futebol

Antônio Cipó também tinha talento para o futebol. Quando trabalhava em São Paulo, jogava em times de fábricas. Retornando a Arcos, treinou jogadores do Ypiranga, da Associação e da Vila.

Um pedido ao prefeito: valorizar mais os recicladores e os garis

Nos últimos anos, quando se vivencia outra realidade, sem espaço para os charreteiros, é importante destacar o trabalho de quem recolhe material reciclável. "Antônio Cipó" comenta que o prefeito precisa apoiar mais o pessoal da reciclagem e também os garis. "Eles ganham pouco, precisam ser mais valorizados. Acho que o prefeito tem que valorizar quem merece, quem trabalha", opinou, em 2022.