Empresário do ramo de bebidas em Arcos alerta sobre necessidade de fiscalização
Ele relatou que basta dar uma volta pela cidade e observar descarregamentos de bebidas de caminhões sem identificação. Além da adulteração com metanol verificada recentemente no país, também existem, há longa data, as falsificações
Os envenenamentos após consumo de bebidas alcoólicas adulteradas com metanol, registrados em São Paulo no mês de agosto e que já se espalharam para outros estados, devem intensificar a fiscalização em todo o país.
Essa é a expectativa dos consumidores e também dos empresários do ramo que trabalham com seriedade.
Até o momento da postagem deste texto, não havia divulgações de casos confirmados em Minas Gerais, mas não se pode descartar a possibilidade de que venham a ocorrer.
Na manhã desta terça-feira, 08, o CCO tentou falar com proprietários de três empresas de Arcos que comercializam bebidas, para saber se houve redução no consumo, depois das publicações referentes a intoxicações graves no país, inclusive levando à cegueira e óbitos.
Em uma pizzaria, o proprietário disse que houve uma queda geral nas vendas neste mês, não somente de bebidas alcoólicas. Ele acredita que a redução pode estar relacionada à exposição agropecuária e à questão econômica mesmo, mas não especificamente às intoxicações. Também comentou que os clientes sabem a procedência das bebidas vendidas em seu estabelecimento. “O pessoal sabe de onde a gente compra”.
Outro comerciante disse que vendeu poucos destilados. Em seguida, alertou para a necessidade de fiscalização em Arcos, afirmando que “vários comércios trazem bebidas de outros Estados e prejudicam quem trabalha com seriedade”.
Ele relatou que basta dar uma volta pela cidade e observar descarregamentos de bebidas de caminhões sem identificação.Além da adulteração com metanol verificada recentemente no país, não se pode descartar as falsificações.
“Em São Paulo, nos casos de bebidas com metanol, todos os comerciantes falaram que compraram na porta a um preço mais barato. Isso não está longe de acontecer em Arcos” – faz o alerta.
Esse comerciante está com alvará em dia. No entanto, afirma que enfrenta concorrência desleal em Arcos, com outros que não são fiscalizados. “Isso prejudica a gente. Somos carentes de ajuda. Passamos por aperto financeiro, porque está muito desleal”.
O CCO tentou falar com o proprietário de outra empresa que comercializa bebidas em Arcos, mas não conseguiu contato.
Neste cenário, é ainda mais importante estar atento à procedência das bebidas; verificar se a distribuidora, bar ou restaurante está com alvará de fiscalização em dia; se os caminhões dos fornecedores estão devidamente identificados; se os preços estão compatíveis com o mercado; se os fornecedores estão devidamente identificados.
É claro que essas medidas não descartam totalmente a possibilidade da comercialização de bebidas adulteradas. O ideal é não beber, até que a situação seja esclarecida.
Cenário nacional
Na divulgação do Ministério da Saúde feita nessa terça-feira, 07, foi relatado que até o dia 6 de outubro o Brasil registrava 217 notificações de intoxicação por metanol após o consumo de bebidas alcoólicas. Dessas, 17 foram confirmadas e 200 permanecem em investigação.
O estado de São Paulo concentra 82,49% das notificações, com 15 casos confirmados e 164 em investigação.
O Paraná registra dois casos confirmados e quatro em investigação.
Outros 12 estados notificaram casos em investigação: Acre (1), Ceará (3), Espírito Santo (1), Goiás (3), Minas Gerais (1), Mato Grosso do Sul (5), Paraíba (1), Pernambuco (10), Piauí (3), Rio de Janeiro (1), Rondônia (1) e Rio Grande do Sul (2). Bahia, Distrito Federal e Mato Grosso descartaram os casos que estavam sob análise.
Dois óbitos foram confirmados no estado de São Paulo e 12 seguem em investigação, sendo um no Mato Grosso do Sul, três em Pernambuco, seis em São Paulo, um na Paraíba e um no Ceará. Com informações do link: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2025/outubro/saude-reforca-rede-nacional-de-diagnostico-para-identificar-casos-de-intoxicacao-por-metanol
Em Belo Horizonte e Poços de Caldas, casos suspeitos que estavam em investigação foram descartados.



