O consolo de Deus (Parte 1)

No meio evangélico atual, a fé perdeu o significado bíblico e infelizmente tem sido interpretada como um tipo de pensamento ou atitude positiva. Para muitos, a fé consiste em pensar algo bom que precisa acontecer, é dizer e acreditar que algo bom irá acontecer. Não importa o estilo de vida, a prática do pecado ou a maldade no coração, a fé moderna é sempre positiva e Deus tem que aceitá-la. Se a fé é apenas uma certeza de coisas boas que acontecem na vida, então, as coisas ruins que acontecem diariamente resultam da falta de fé? Segundo a Escritura Sagrada, a melhor definição de fé está em Hebreus 11.1, que afirma que a fé é certeza e convicção de fatos bons ou ruins. Fé é confiar no agir de Deus, é depender do cuidado de Deus, fé é viver na orientação de Deus. Em Hebreus 11.4-40 registra uma lista de homens e mulheres que eram felizes porque tinham fé e viveram pela fé, apesar de serem torturados, assassinados e suportarem muito sofrimento por amor ao Senhor Jesus Cristo. Essa lista demonstra que todos os filhos de Deus tinham uma fé verdadeira, bíblica e viva, também sofreram terrivelmente.

No Salmo 46 há um, exemplo extraordinário de fé, o salmista afirma que “DEUS é o refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia. Portanto não há motivos para temer, mesmo que a terra se mude, e ainda que os montes se transportem para o meio dos mares. Ainda que as águas rujam e se perturbem, ainda que os montes se abalem pela sua braveza”. 

No Salmo 23.4 há uma definição prática do significado da fé, onde o salmista diz “ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo”. A fé verdadeira e bíblica é uma confiança real em Deus, é amor e dependência em Deus, é uma fé que se fortalece em momentos de angústia e sofrimento. A nossa fé nos leva a acreditar e dizer “ainda que andemos pelo vale da sombra da morte, não temeremos mal nenhum, porque sabemos que Deus está conosco”.

REV. ÉDER HENRIQUE

(Pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil em Arcos)