Previsão de 8 milhões para investimento na UPA de Arcos em 4 anos

O investimento será feito se o embargo judicial que paralisou a obra em 2024 for revertido

Previsão de 8 milhões para investimento na UPA de Arcos em 4 anos

O Projeto de Lei Complementar (PLC) nº 027, referente ao Plano Plurianual da Administração Pública do Município de Arcos para o quadriênio 2026-2029, já está na Câmara, assim como o PLC nº 028 que estima a receita e fixa a despesa do Município para o exercício de 2026 em R$ 237, 5 milhões.
Ambos foram lidos na reunião ordinária do Legislativo Municipal realizada dia 1º de setembro e estão em tramitação.

Ao considerar dois anseios da população na área de saúde, na manhã desta quarta-feira, 17, o CCO perguntou ao secretário municipal de Planejamento e Desenvolvimento Sustentável, Marlon Costa, se estão previstos recursos para a continuidade da obra e implantação da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e para a construção de salas cirúrgicas na Santa Casa de Arcos. Afinal, para que esse hospital receba mais recursos do programa Opera Mais, do Governo de Minas, precisa aumentar o número de cirurgias.

Marlon Costa informou que estão previstos R$ 8 milhões no Plano Plurianual do Município para o quadriênio 2026 a 2029, a serem destinados à UPA, a partir do momento em que a situação judicial estiver solucionada. Especificamente para 2026 estão previstos R$ 800 mil, assim como parte de excessos de receitas, o que tem sido frequente nas contas municipais de Arcos. 

A obra, que foi iniciada em 2024 na gestão de Claudenir Melo, foi embargada judicialmente dia 7 de setembro de 2024 devido a irregularidades relacionadas a questões ambientais e de segurança, inclusive com risco de alagamento, segundo a engenheira Rosana Vianna, analista do Ministério Público. 

No ano passado, o CCO apurou, junto à Secretaria de Fazenda, que até dia 23 de setembro/2024 a UPA já havia custado mais de 1,3 milhão (R$ 1.310.785,49) ao Município. https://www.jornalcco.com.br/obras-na-upa-de-arcos-ja-custaram-mais-de-r-13-milhao-e-ha-risco-de-alagamento

É, sem dúvida, um investimento alto para ser desperdiçado. Contudo, não se pode ignorar o risco de alagamento mencionado. A população espera que sejam tomadas providências para anular essa possibilidade. Imagine uma UPA alagada ou mesmo com infiltrações! 

Além disso, em janeiro, durante uma coletiva de imprensa, Dr. Wellington Roque demonstrou insatisfação com o espaço do imóvel. Segundo ele observou, não é o esperado para que sejam colocadas, por exemplo, macas de um tamanho adequado.  “É uma maquinha fininha, a porta é estreita [...] pra passar em uma [situação] de emergência, uma parada cardíaca, por exemplo.  O lugar é pequeno e não tem observação pediátrica”.

Ao fazer esses comentários, o prefeito relatou, naquela ocasião, que o Município iria enfrentar judicialmente a busca das condições adequadas para a UPA. “Não é o lugar ideal, não é o lugar dos meus sonhos para minha cidade, que não para de crescer. A gente vê isso em várias áreas aqui ” – afirmou.
https://www.jornalcco.com.br/nao-e-o-lugar-dos-meus-sonhos-para-minha-cidade-disse-o-prefeito-de-arcos-referindo-se-a-obra-da-upa

Salas cirúrgicas para a Santa Casa de Arcos 

Nos últimos anos, a diretoria da Santa Casa de Arcos vem solicitando o recurso para a construção de salas cirúrgicas, uma vez que parte da área do novo bloco cirúrgico foi destinada ao CTI, desde a época da pandemia.

A parte estrutural das novas salas, orçada no ano passado, ficaria em R$ 750 mil. O ex-prefeito havia se comprometido em subsidiar a obra, mas devido ao tempo decorrido até que o projeto fosse aprovado na Câmara e encaminhado ao Executivo, esbarrando-se no período eleitoral, isso não foi possível. O mesmo ocorreu em relação à nova maternidade.

Segundo a direção da Santa Casa, na atual gestão municipal o prefeito Wellington Roque disse que pretende dar sequência e realizar o investimento; no entanto, isso não é possível neste ano de 2025. A alegação é a falta de previsão orçamentária.  A expectativa era que a previsão fosse feita para 2026. Nesta quarta-feira, 16, o secretário municipal de Planejamento e Desenvolvimento Sustentável, Marlon Costa, respondeu ao CCO que diante do aumento de investimentos na área de saúde feito pela atual Administração, não há uma previsão específica para a construção das salas cirúrgicas da Santa Casa. Contudo, pretende-se usar parte do excesso de receitas de 2026, também com essa finalidade.

Excesso de receitas no Município de Arcos tem sido constante. Ao final do exercício de 2024, o superávit foi superior a R$ 29 milhões (R$ 29.110.563,78). Do montante total, R$ 12.804.018,36 corresponderam a recursos de livre movimentação. 

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