VAN GOGH: TRANSTORNO BIPOLAR E DEPENDÊNCIA DE ÁLCOOL
Confira a coluna do psiquiatra João Batista sobre o Transtorno Bipolar
É uma tarefa complicada, diagnosticar um paciente já falecido , e existem muitas hipóteses sobre o diagnóstico psiquiátrico de Van Gogh.
Uma das mais convincentes é que o artista tinha transtorno bipolar,além da bem evidente dependência de álcool ( que piora em muito a evolução da doença).
Esta hipótese foi originalmente apresentada em um livro alemão de 1938, mas um estudo de 2020 realizado por acadêmicos holandeses sugeriu elucidar esta hipótese usando aproximadamente 1.000 cartas do pintor como evidência.
Vicent Van Gogh estava no hospital psiquiátrico de Saint-Rémy. Ele decidira voluntariamente“se curar naquele lugar solitário.
A insônia o estimulou a olhar para fora de seu quarto , para uma paisagem noturna imersa no silêncio e na escuridão, sob um fantástico céu estrelado.
Ao lado do cipreste torto,que parece tentar desesperadamente se elevar até chegar perto do céu.
Vênus, a estrela da manhã, brilha,luminosa, enquanto o longo perfil das colinas se expande com a primeira luz do amanhecer.
Do outro lado da tela, a lua, brilhante como um sol noturno, explode em círculos concêntricos , enquanto na torre do sino,lembrança das paisagens holandesas da infância sobreposta pela fantasia do artista à paisagem provençal: tem início um fantasmagórico motivo em serpentina, como se cometas em chamas ou meteoritos enlouquecidos estivessem prestes a cair na Terra.
Van Gogh usa a cor e as linhas para dominar a realidade,para moldá-la de acordo com as leis de sua sensibilidade.
Ele confessa ao irmão se irresistivelmente entusiasmado pela figura do cipreste, que domina a visão da noite estrelada (parecia um presságio de seu prematuro fim ,uma vez que a árvore é ligada ao culto das pessoas que já se foram).
Certamente, hoje em dia, iria ser desencorajado de usar etílicos e teria uma ampla disponibilidade de medicamentos altamente eficazes para transtorno bipolar e alcoolismo.