Acúmulo de gordura no fígado: a Esteatose Hepática

Confira o artigo de Saúde do Dr. Tarcísio Silva, sobre a esteatose hetápatica

Acúmulo de gordura no fígado: a Esteatose Hepática

Trata-se de um acúmulo anormal de gorduras dentro do fígado, que vai deixando esse órgão maior, inchado, de cor alterada (passando de vermelho-vivo para amarelado), incapaz de desempenhar adequadamente suas funções, podendo em algumas situações evoluir para a temida cirrose hepática.

Cada vez mais tem sido diagnosticados pacientes portadores de esteatose hepática, mas poucas pessoas recebem a devida orientação dos riscos desse problema. Assim como a obesidade, diabetes, hipertensão arterial e dislipidemias (aumento de triglicérides e colesterol), a esteatose hepática é uma doença muito relacionada aos maus hábitos de vida modernos. Costuma ser assintomática, sendo que na maioria dos casos é descoberta por acaso, durante um exame clínico ou na realização de exames de imagem por outros motivos (ultra-som, tomografia, etc.). 

Causas de esteatose hepática:

As principais causas são obesidade e consumo excessivo de bebidas alcoólicas. Pacientes magros, mas com acúmulo de gorduras no abdome também têm grande predisposição para a esteatose, principalmente em homens com circunferência do abdome acima de 94 cm e mulheres com circunferência acima de 88 cm. É a chamada gordura visceral, ou obesidade abdominal.

Quanto ao consumo de bebidas alcoólicas, a quantidade de álcool necessária para provocar esteatose varia de pessoa para pessoa. Alguns pacientes só desenvolvem o problema se ingerirem quantidades acima do equivalente a 2 latas de cerveja por dia. Porém, dependendo da predisposição do indivíduo, bastam apenas 2 latas de cerveja por semana para que se desenvolva o acúmulo de gorduras no fígado.

Outras causas são pacientes portadores de diabetes, aumento exagerado de colesterol e triglicérides no sangue e mulheres portadoras de ovários policísticos. 

Existem causas hereditárias, onde muitas vezes o paciente tem uma vida saudável, porém mesmo assim desenvolve a esteatose. Algumas medicações também podem provocar esteatose, como corticóides, anticonvulsivantes e medicações psicotrópicas. 

Riscos para o organismo:

O fígado é responsável pela produção de vários hormônios, ajuda na digestão de alimentos, armazena vitaminas e minerais, além de ser um órgão eliminador de substâncias impuras do nosso organismo. Quando está danificado, várias substâncias tóxicas se acumulam em nosso corpo, comprometendo nossa saúde. 

A esteatose, se não tratada, pode levar a inflamação do fígado, conhecida como hepatite. A hepatite por sua vez pode danificar seriamente o fígado desencadeando a cirrose hepática. Portanto, a esteatose é uma doença que pode progredir para a cirrose se não revertida a tempo. 

Sempre que uma pessoa apresenta esteatose, uma coisa é certa: seu organismo está dando um sinal de que todo o metabolismo não está bem. Pacientes com esteatose estão a um passo de desenvolverem diabetes, hipertensão arterial e sérios danos no coração e cérebro, com riscos de angina, infarto e derrames. 

Tratamento:

A forma de tratamento vai depender da causa e da gravidade do problema. O primeiro passo é saber a fase em que se encontra o dano no fígado. Exames são necessários para se descartar hepatite, cirrose inicial, além de problemas associados à esteatose, como diabetes, hipertensão e dislipidemias. Ultrasson, elastografia, tomografia e exames laboratoriais são os principais exames iniciais, e em alguns casos pode ser necessário biopsia do fígado.

Para a maioria dos pacientes, mudanças de estilo de vida, como alimentação balanceada, abandono do alcoolismo, atividade física regular e controle do peso são suficientes.

Existem medicações que vêm sendo utilizadas em alguns casos para ajudar a reverter o dano no fígado. No entanto, o estilo de vida saudável é a parte principal do tratamento. Como dito anteriormente, a esteatose é uma aviso de que todo o organismo está sofrendo. Não é possível prever como vai ser a evolução, se mais leve ou mais grave, na saúde do paciente. Portanto, uma vez diagnosticada a esteatose, o tratamento deve ser instituído o mais rápido possível.