História da Casa da Banda de Arcos, sede da Corporação Musical Nossa Senhora do Carmo
Série Patrimônios de Arcos – Parte 5
Situada na rua Ascânio Lima nº 50, bairro Macedos em Arcos, na fachada da Casa da Banda está escrito “Uzina Electrica Nossa Senhora do Carmo”, conforme a ortografia da época. Algum tempo depois, o imóvel passou a sediar a Corporação Musical Nossa Senhora do Carmo.
No documentário Patrimônios Tombados de Arcos, lançado em 2021 por iniciativa do ex-presidente do Conselho de Turismo, Donizetti Bernardes, é informado que a Casa da Banda foi construída no terreno doado por Ascânio Lima. Na construção foram utilizados tijolos maciços, forro de madeira e telhas francesas. O relato é feito pela educadora Vanessa Guimarães.
Quando a distribuidora de energia foi desativada, instalou-se a Corporação Musical, que já existia desde 1908, portanto, há aproximadamente 117 anos. Foi tombada em 27/03/2002. Em outro documentário disponibilizado no YouTube também em 2021, intitulado “Arcos participa da 8ª Jornada do Patrimônio Cultural de Minas Gerais”, é relatado que a Usina de Força de Arcos foi construída em 1923, “para aproveitar a queda d’água do rio São Domingos” (cachoeira “Usina Velha”). De acordo com registro do livro História de Arcos (Lázaro Barreto, 1992, pág. 203), a concessão dos serviços elétricos em Arcos foi transferida à Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) em 1963.
Maestros
Ao longo de 28 anos, de 1985 a 2013, o professor e maestro da Corporação Musical Nossa Senhora do Carmo foi João Fernandes Mendes. Ele faleceu em julho de 2022. Em entrevista concedida ao CCO em março de 2014, disse que a banda ressurgiu em Arcos com o comando do “Sr. Bené”, quando o então prefeito, Paulo Marques de Oliveira, assistiu a uma apresentação de bandas, ficou fascinado e resolveu reativar a Corporação.
Um fato curioso, também relatado pelo saudoso “Maestro João”, é que houve uma época em que se ouvia música clássica na Rádio Cidade em Arcos. Ele foi o responsável pelo programa, iniciado em 1992. Apresentava músicas clássicas em seu violão clássico. O programa permaneceu ao longo de quatro anos e três meses, levando o melhor da música clássica para os ouvintes da Rádio Cidade naquela época.
Durante todos esses anos, o maestro recebeu diversos alunos na Corporação Musical. Além de contribuir para formar cidadãos de bem e com cultura, formou músicos de alta qualidade.
Atualmente, o maestro é Pedro Oliveira, de 23 anos. Ele é professor, regente, arranjador e saxofonista. Pedro informou ao CCO a seguinte sequência de maestros: “Sr. Bené”, João, Ramsés, Cléber e, atualmente, ele.
A banda tem 23 integrantes e 12 alunos. Um dos integrantes merece destaque especial: Geraldo Nunes Pereira (Pixano), de 89 anos. Foto: Fotógrafa Renata Ataide, de Belo Horizonte
Os ensaios acontecem às segundas-feiras, às 19h30. O professor Tálisson Bruno fica responsável pelo ensino dos instrumentos de madeira; o monitor David ensina os instrumentos de metais e Paulo ensina os iniciantes, começando pela flauta doce. Também garante todo o suporte e faz os arranjos.
Esta é a 5ª matéria da Série “Patrimônios de Arcos”. O documentário citado no início foi feito em 2021 com apoio da Prefeitura de Arcos por meio da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo (Semcelt). A produção coube à AG Filmes/Gabriel Assis. Para assisti-lo no Youtube, faça a busca “Bens Tombados de Arcos”.