História da Casa da Banda de Arcos, sede da Corporação Musical Nossa Senhora do Carmo

Série Patrimônios de Arcos – Parte 5

Abr 30, 2025 - 13:47
Abr 30, 2025 - 16:58
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História da Casa da Banda de Arcos, sede da Corporação Musical Nossa Senhora do Carmo


Situada na rua Ascânio Lima nº 50, bairro Macedos em Arcos, na fachada da Casa da Banda está escrito “Uzina Electrica Nossa Senhora do Carmo”, conforme a ortografia da época. Algum tempo depois, o imóvel passou a sediar a Corporação Musical Nossa Senhora do Carmo.

No documentário Patrimônios Tombados de Arcos, lançado em 2021 por iniciativa do ex-presidente do Conselho de Turismo, Donizetti Bernardes, é informado que a Casa da Banda foi construída no terreno doado por Ascânio Lima. Na construção foram utilizados tijolos maciços, forro de madeira e telhas francesas. O relato é feito pela educadora Vanessa Guimarães.

Quando a distribuidora de energia foi desativada, instalou-se a Corporação Musical, que já existia desde 1908, portanto, há aproximadamente 117 anos. Foi tombada em 27/03/2002. Em outro documentário disponibilizado no YouTube também em 2021, intitulado “Arcos participa da 8ª Jornada do Patrimônio Cultural de Minas Gerais”, é relatado que a Usina de Força de Arcos foi construída em 1923, “para aproveitar a queda d’água do rio São Domingos” (cachoeira “Usina Velha”). De acordo com registro do livro História de Arcos (Lázaro Barreto, 1992, pág. 203), a concessão dos serviços elétricos em Arcos foi transferida à Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) em 1963.

Maestros

Ao longo de 28 anos, de 1985 a 2013, o professor e maestro da Corporação Musical Nossa Senhora do Carmo foi João Fernandes Mendes. Ele faleceu em julho de 2022. Em entrevista concedida ao CCO em março de 2014, disse que a banda ressurgiu em Arcos com o comando do “Sr. Bené”, quando o então prefeito, Paulo Marques de Oliveira, assistiu a uma apresentação de bandas, ficou fascinado e resolveu reativar a Corporação.

Um fato curioso, também relatado pelo saudoso “Maestro João”, é que houve uma época em que se ouvia música clássica na Rádio Cidade em Arcos. Ele foi o responsável pelo programa, iniciado em 1992. Apresentava músicas clássicas em seu violão clássico. O programa permaneceu ao longo de quatro anos e três meses, levando o melhor da música clássica para os ouvintes da Rádio Cidade naquela época.

Durante todos esses anos, o maestro recebeu diversos alunos na Corporação Musical. Além de contribuir para formar cidadãos de bem e com cultura, formou músicos de alta qualidade.


Atualmente, o maestro é Pedro Oliveira, de 23 anos. Ele é professor, regente, arranjador e saxofonista. Pedro informou ao CCO a seguinte sequência de maestros: “Sr. Bené”, João, Ramsés, Cléber e, atualmente, ele.

A banda tem 23 integrantes e 12 alunos. Um dos integrantes merece destaque especial: Geraldo Nunes Pereira (Pixano), de 89 anos. Foto: Fotógrafa Renata Ataide, de Belo Horizonte

Os ensaios acontecem às segundas-feiras, às 19h30. O professor Tálisson Bruno fica responsável pelo ensino dos instrumentos de madeira; o monitor David ensina os instrumentos de metais e Paulo ensina os iniciantes, começando pela flauta doce. Também garante todo o suporte e faz os arranjos.



Esta é a 5ª matéria da Série “Patrimônios de Arcos”. O documentário citado no início foi feito em 2021 com apoio da Prefeitura de Arcos por meio da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo (Semcelt). A produção coube à AG Filmes/Gabriel Assis. Para assisti-lo no Youtube, faça a busca “Bens Tombados de Arcos”.