Autoridades discutem os cinco anos da Lei Mar de Lama Nunca Mais

Autoridades discutem os cinco anos da Lei Mar de Lama Nunca Mais

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (Ceaf) e do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça de Defesa do Meio Ambiente (Caoma), realizou hoje, 26 de fevereiro, um encontro para discutir o tema: Cinco Anos da Lei Mar de Lama Nunca Mais - avanços e desafios.

O objetivo do encontro foi debater o cenário atual das barragens de mineração em Minas, avaliar os avanços das mineradoras em relação à segurança das suas estruturas e processos e, ainda, a importância da atuação do Ministério Público e órgãos de governo no monitoramento e fiscalização.

A Lei Mar de Lama Nunca Mais (Lei nº. 23.291/2019) estabeleceu a política estadual de segurança de barragens em Minas. Apresentando à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) em 2016 com mais de 60 mil assinaturas, o projeto de lei (PL) de iniciativa popular foi capitaneado pelo MPMG após o rompimento da Barragem de Fundão em novembro de 2015.

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A mesa redonda que discutiu a Lei Mar de Lama Nunca Mais foi mediada pelo jornalista Lucas Ragazzi, que cobriu a tragédia e escreveu um livro-reportagem sobre o rompimento da barragem Mina Córrego do Feijão, ocorrido em Brumadinho no dia 25 de janeiro de 2019.

Na abertura do evento, o procurador-geral de Justiça, Jarbas Soares Júnior, destacou a importância da lei em relação à segurança das barragens. "Temos de celebrar a Lei Mar de Lama Nunca Mais, um importante marco brasileiro para o tratamento de situações como as barragens a montante. Ela tem ajudado na mudança cultural das empresas nos últimos anos em relação ao tema", afirmou.

Durante o debate, o coordenador do Caoma, Carlos Eduardo Ferreira Pinto, e o deputado estadual, João Vitor Xavier, falaram sobre a iniciativa da lei, desde a sua idealização até a aprovação do texto pela ALMG. A ideia da lei surgiu na área ambiental do MPMG, após detecção de deficiências na legislação sobre barragens. Para montar o texto, usaram informações obtidas nas investigações da tragédia de Mariana. Essa apuração teria apontado pontos críticos na legislação da época sobre segurança de barragens.

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Já superintendente executiva da Associação Mineira de Defesa do Meio Ambiente (Amda), Maria Dalce Ricas, abordou o tema A importância política na norma. Para ela, um dos pontos que merecem atenção do estado está na regulamentação feita em relação à caução prevista na lei para cobrir possíveis danos causados pelas atividades mineradoras.

Outros que também participaram do debate foram, o ministro de Meio Ambiente, em 2002, José Carlos Carvalho, que tratou de Regulamentação e aplicação da lei; a secretária estadual de Meio Ambiente, Marília Carvalho de Melo, que discutiu Desafios na tramitação do projeto de lei; e o presidente do Sindicato da Indústria Mineral do Estado de Minas Gerais (Sindiextra), Luís Márcio Vianna, que abordou A participação da comunidade na construção da norma.

Fonte: Ministério Publico MG