Dois arcoenses na Austrália

Marcus e Lucas dividem a moradia em Sidney na Austrália faz 11 meses. São mais dois arcoenses pelo mundo

Dois arcoenses na Austrália

Marcus Henrik Pereira Junior, liderando a montagem eventos

Marcus, de 28 anos, é filho de Jailma Silva Ribeiro Pereira e de Marcus Henrik Pereira. Com visto de estudante, chegou a Sydney, New South Wales, Austrália, em 08 de agosto de 2022. Ele é team leader (líder de equipe) na Creative Hire, uma empresa que monta eventos, feiras e exibições.

Ele lembra: “Sempre tive a curiosidade de viver em um país que falasse a língua inglesa e sempre busco melhor qualidade de vida”. Marcus diz que foi um choque perceber que todas as pessoas respeitam as leis do país e que a Austrália funciona quase como um ‘relógio suiço’.

“Dificuldade para mim no início foi a língua, mas já estou me adaptado e sempre buscando melhorar ainda mais meu inglês”, afirma.

Saudades

Marcus sente saudades da família, dos amigos e da comida mineira feita no fogão a lenha nos finais de semana e está programando uma visita para matar a saudade em fevereiro do próximo ano.

O foco de Marcus é conquistar os mesmos direitos dos australianos: “Meu pensamento, agora, está em buscar possibilidades de conseguir um visto de residência permanente, para que eu possar morar e ter os mesmos direitos dos australianos”. Ele quer imigrar para construir sua vida na Austrália e afirma que tudo está se alinhando para que isso aconteça.

Menos desigualdades

Ele e muitos jovens brasileiros desejam essa mudança e, ao que parece, têm motivos para isso. Marcus afirma, por exemplo, que o poder de compra é muito maior do que no Brasil. Ele acredita que a situação econômica está muito boa pois, em vários anos, o país vive a menor taxa de desemprego, em torno de 2%. “Os salários aqui não são tão desiguais quanto no Brasil e qualquer empregado consegue frequentar os mesmos ambientes frequentados por empresários”, afirma.

Marcus diz: “Se eu vi três pessoas em ‘situação de rua’ aqui em Sydney foi muito, e olha que é a maior cidade da Austrália, com cerca de 5 milhões e meio de habitantes”. Ele conta que, raramente se vê alguém pedindo dinheiro na rua e, nos sinais de trânsito, ele nunca reparou pedintes, desde que chegou a Sidney. Ele acredita que o salário mínimo permite uma vida tranquila, embora haja aqueles que têm mais dinheiro do que outras.

Usando seu caso, ele relata que está há 10 anos ele mora em um apartamento alugado que fica a um minuto de uma das melhores praias de Sidney. “O apartamento é alugado e eu moro com meu melhor amigo, que também é de Arcos [Lucas], mas não passamos dificuldades em conseguir pagar o aluguel e as despesas, que são semanais, iguais ao pagamento do salário dos trabalhadores aqui”. 

Marcus desconhece se existe algum programa de auxílio para a população e nunca utilizou o serviço de saúde. “Tive amigos que usaram e me disseram que é péssimo além de ser muito caro, o brasileiro deveria dar mais valor ao nosso SUS”.  


Lucas Lacerda Sousa Vieira, ensinando e competindo nos tatames do mundo

Com 25 anos, o arcoense Lucas é filho de Andresa Lacerda Sousa e Wilson Jose Vieira. Ele é graduado em Educação Física e atua como professor e atleta de jiu-jitsu. Ele também chegou a Sidney em 2022, realizando o sonho de morar no exterior e evoluir como atleta.

Lucas diz: “No início senti a diferença de horário, aqui são 13 horas à frente do Brasil. Então, no início, foi complicado para me adaptar”. Os fatores positivos foram, segundo ele, o contato com familiares e amigos e o fato de haver muitos imigrantes de vários continentes. Mas, o mais importante de todos os aspectos favoráveis é a qualidade de vida e economia do país.

Saudades

Igual a jovens e adultos que se instalam em outros lugares, especialmente em outros países, a saudade é o que mais os sensibiliza: “Sinto muita saudade da minha família, dos amigos e da comida mineira”, ele afirma.

Lucas já esteve uma vez no Brasil, depois que se mudou para lá. “Fui ao Brasil uma vez e atualmente, só enxergo o Brasil, como lugar para férias, para rever minha família. No mais, não me vejo em outro lugar que não seja aqui no momento”.

Metas

Sua meta a curto prazo é continuar competindo e viajando pela Austrália e para outros países. A médio prazo, ele espera obter visto para residir como atleta e diz que não consegue vislumbrar meta a longo prazo. Diga-se de passagem, Lucas vem conseguindo alcançar suas metas: “Com o jiu-jitsu, já conheci dez países”.

Lucas em Paris

Lucas, explica porque seu encantamento com seu novo lar: “Australia é um país fantástico, com uma das melhores economias do mundo. Não se vê lixo na rua, quase não existe morador de rua”. Ele conta que as pessoas vistas na rua, na verdade, são dependentes químicos. Ele também afirma que sobram vagas de emprego e que, por isso, quase não se percebe desigualdade social. Ele também diz que o governo australiano tem vários programas de ajuda. “Um exemplo é que durante a pandemia, o governo dava 700 dólares por semana para as pessoas se cuidarem”.

“Para quem já é residente (o cidadão australiano) tudo é impecável, sem custos para a maioria das necessidades, especialmente, saúde e educação”. Mas, ele alerta que para quem é imigrante e precisar utilizar o sistema de saúde, o particular é valor elevado, além de ser burocrático. “Você chega a passar por cinco médicos pra conseguir uma receita de antibiótico”.

São mais dois arcoenses pelo mundo. Confira outras paisagens da Austrália e de outros países, a seguir.

Alguns países visitados por Lucas ...

... 'Cidade-estado' Vaticano

... o anfiteatro Coliseu em Roma/Itália

... 'Casa Rosada' (Sede do Governo Nacional), Buenos Aires/Argentina

Fotos: arquivos pessoais de Marcus Pereira Jr. e Lucas Lacerda

Texto: Nando Noronha