Horta urbana em Arcos: troque material reciclável por hortaliças

A primeira horta urbana de Arcos está plantada no terreno entre o quartel da Polícia Militar e o Centro de Acolhimento Institucional

Horta urbana em Arcos: troque material reciclável por hortaliças
Parte do material reciclável trocado por hortaliças

Nos últimos meses, quem passa próximo ao quartel da Polícia Militar em Arcos se surpreende com a beleza das hortaliças plantadas no terreno que fica entre o quartel e o Centro de Acolhimento Institucional “Ana Lúcia Rodrigues Costa”, na rua Caneto Vieira, bairro Lourdes. 

Couve, alface, brócolis, cebolinha, salsinha, coentro e tantas outras opções para uma salada nutritiva estão à disposição da população de Arcos.  

O atendimento é de segunda a sexta-feira, de 8 às 11 e 13 às 17 horas. Para “fazer sua compra”, basta levar embalagens recicláveis, a exemplo de garrafas de refrigerante, litros de óleo ou outros recipientes de plástico, alumínio ou vidro, assim como pilhas, celulares e computadores que não funcionam.  Não são aceitos: isopor, sacolinhas e papelão, porque geram grande volume. 

Não foi estipulada a quantidade de material que deve ser levada para troca. Leve o que você tiver e negocie. 

Trata-se da primeira horta urbana de Arcos inserida no projeto idealizado pela atual Administração Municipal, planejado e formatado pelo tecnólogo de gestão ambiental José Donizetti Barbosa, 60 anos, que é agente de endemias, atuando como Educador em Saúde na Vigilância Epidemiológica. O plantio foi feito por ele e pelo horticultor Rosélio Aparecido Ferreira da Silva. A horta recebe manutenção diária, inclusive aos finais de semana. 

Pessoas de todas as classes sociais, uma média de 10 por dia, estão indo fazer as trocas, segundo o responsável pelo projeto. Nos últimos dois meses, a movimentação aumentou. 

Parte da produção é destinada ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), por meio do qual a Prefeitura de Arcos beneficia famílias de baixa renda, para instituições de caridade e para o Centro de Acolhimento Institucional “Ana Lúcia Rodrigues Costa”.

Parceria da administração pública e do Sicoob Arcomcredi 
 
Donizetti diz que as primeiras menções sobre o projeto surgiram em 2020, mas “saiu do papel” no início deste ano (2024). Resultou do apoio da Administração Municipal – por meio do Setor de Endemias (logística) e das Secretarias de Obras, Integração Social (que envolve o Centro de Acolhimento de Menores) e Meio Ambiente – e da parceria da cooperativa de crédito Sicoob Arcomcredi.

Incentivo à limpeza dos quintais 

O projeto foi desenvolvido para incentivar a limpeza dos quintais, a retirada de possíveis reservatórios que servem como local de reprodução do mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika.  Donizetti enfatiza que a preocupação com questões ambientais e de saúde deve começar em casa. “Se eu tiver deixando meu quintal sujo, com criadouros do Aedes, além da minha família e amigos, vou estar atingindo 500 metros em meu entorno. Vários amigos meus podem morrer”. Sugeriu que uma pessoa de cada residência dedique 20 minutos por semana para uma limpeza do quintal. 

Com a proposta da “Horta Urbana”, além de fazer a limpeza dos quintais, a pessoa ainda está levando para casa um alimento fresquinho. “Não é 100% orgânico, porque uso adubo químico, mas nas folhas não tem nenhum agrotóxico. Trabalhamos sem agrotóxicos”, afirma o gestor ambiental.  

Parque do Floresta receberá a 2ª Horta Urbana de Arcos 

Na última sexta-feira, 26 de julho, o responsável pelo projeto informou ao Portal CCO que dentro de aproximadamente 15 dias irá iniciar o trabalho no bairro Parque Floresta, em um terreno ao lado da quadra de esportes.

Terrenos baldios utilizados para o plantio
 
É de conhecimento geral que a Prefeitura tem dificuldade em manter limpos os terrenos baldios, “independentemente de quem esteja na gestão”, diz Donizetti. A ideia é que esses terrenos – desde que não sejam áreas de preservação – sejam utilizados para o plantio das hortas. “Tem as áreas de preservação, de reserva, onde não pode plantar horta, mas tem aquelas áreas onde pode”, explica.

Para as áreas de reserva que não estão arborizadas, a proposta do gestor ambiental é que nelas sejam plantadas árvores nativas e frutíferas, para mantê-las limpas. Será uma nova vertente de trabalho.