"Não há como a prefeitura cobrar da população, se ela mesma não tomar as iniciativas [...]"

A afirmação é do futuro secretário do Meio Ambiente de Arcos, em entrevista ao CCO, falando sobre a questão de limpeza nos lotes vagos públicos e particulares

"Não há como a prefeitura cobrar da população, se ela mesma não tomar as iniciativas [...]"

Evandro Marinho Siqueira é engenheiro florestal e advogado. Nos próximos quatro anos, ele estará à frente da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Agricultura e está participando da transição do Governo Municipal. Evandro falou ao CCO sobre este início de trabalho.

Primeiras ações

Inicialmente, Evandro afirmou: “A equipe de transição está muito preocupada com a questão da dengue. Então, uma das primeiras ações será enfrentarmos os problemas dos focos da dengue”. Ele explicou que, embora esta seja uma atribuição da pasta da Saúde, a responsabilidade é compartilhada, na medida que o lixo urbano pode gerar focos do mosquito. Segundo o engenheiro, o planejamento das ações já iniciou e quando estiver tudo programado, as ações serão divulgadas.  

Falando sobre o processo de planejamento que está em curso, Evandro detalhou: “Trabalhamos com a premissa de mapear pontos fortes e pontos fracos, diagnosticar cada serviço público prestado, planejar das ações e executá-las”. Ele indicou como prioridades a curto prazo o Aterro Sanitário Municipal, a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) e as estações elevatórias de esgoto.
 
“O prefeito eleito e o vice já indicaram caminhos. Teremos que ter grande atenção, como a questão da arborização e limpeza urbana, do aterro e reciclagem dos resíduos sólidos urbanos e dos animais de rua, entre outros”.

Lixo nas zonas urbanas e rurais

“Não existem soluções mágicas, como já foi bem dito pelo Dr. Wellington. Na limpeza urbana já teremos algumas ações, mas que necessitam de detalhamento para serem divulgadas”. Evandro comentou que, quanto ao recolhimento de resíduos (lixo), de imediato, buscará organizar da melhor forma, com a equipe e equipamentos que a prefeitura já tem disponíveis, para depois, atuar de forma mais eficiente, concreta e de custo benefício mais favoráveis.

Para a zona rural, ele afirmou que estão sendo estudadas alternativas para uma ação que seja mais efetiva do que as atuais.

Evandro destacou a importância da participação do cidadão: “Será muito importante ações de divulgação e conscientização permanentes e frequentes”.

Lotes sujos (particulares e públicos)

Ao ser questionado sobre este tópico, o futuro secretário respondeu: “Sim, esse problema dos lotes é uma questão muito importante. Não há como a prefeitura cobrar da população, se ela mesma não tomar as iniciativas que são de sua responsabilidade. A orientação é a de que devemos arrumar nossa casa, para depois cobrar dos cidadãos ou proprietários de lotes”.

Ele voltou a destacar que essas ações terão como objetivo principal combater a dengue e prevenir focos de incêndio. Para isso, ele apontou que os imóveis da prefeitura serão mapeados e destacou que a Prefeitura Municipal não possui um mapeamento até agora.

Incêndios e queimadas

Evandro disse que a população toda sofre com esse problema. “Se nos imóveis públicos e privados não houver combustível (capim seco, madeiras, lixo, etc...), e, se de outra parte os lotes possuírem muros e calçadas, os focos de incêndio tenderão à redução ou até serem eliminados”.

CODEMA

Alvo de um procedimento judicial movido pelo Ministério Público de Minas Gerais em Arcos, Evandro falou sobre o órgão: “O fortalecimento do CODEMA é uma obrigação”.

Segundo ele, o calendário anual de reuniões será divulgado no site da Prefeitura para que o cidadão interessado participe, pois são abertas ao público. Evandro apontou que, nas reuniões, serão debatidas sobre as melhores formas para que o CODEMA cumpra com suas atribuições legais e contribua para o desenvolvimento sustentável da cidade.

O futuro titular da pasta do Meio Ambiente ainda comentou sobre o problema ambiental envolvendo a UPA: “Esta é uma questão delicada que envolve não só a pasta de Meio Ambiente. Existem recursos financeiros que já foram aplicados ali. A população será informada da decisão, que será tomada com muito cuidado e critério”.

Sobre as estações elevatórias, ele comentou: “A equipe de planejamento e obras já estão estudando uma forma mais rápida e eficaz de resolver o problema grave das estações elevatórias de esgoto”.

Animais de rua

Evandro informou ainda que quanto aos animais de rua, a equipe buscar um diálogo detalhado com os interessados já envolvidos e, após isso, será definida uma estratégia de longo prazo para mitigarmos esse problema.

Ele concluiu: “Como disse, estamos na fase de mapeamento e diagnóstico, para depois traçarmos as ações de curto, médio e longo prazo, e, ajustarmos o orçamento para conseguir atingir os objetivos. Lembrando que ainda temos opções de parcerias e outras formas de buscarmos recursos para atingir esses objetivos.