Vestibular da Universidade de São Paulo utiliza "Glossário Antidiscriminatório do MPMG" em questão sobre gênero

Um dos mais tradicionais do país, o vestibular da Universidade de São Paulo (USP), realizado pela Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest), utilizou o "Glossário Antidiscriminatório do Ministério Público de Minas Gerais" em questão de prova aplicada neste domingo, 17 de dezembro, na 2ª fase da seleção de alunos para 2024. Aproximadamente 30,8 mil pessoas, das mais de 110 mil inscritas, classificaram-se para essa fase.

A questão abordava a compressão sobre a identidade de gênero "travesti". Para isso, estabelecia um paralelo entre o significado constante no dicionário Michaelis on line e aquele apresentado pelo Glossário Antidiscriminatório do MPMG.

Aos candidatos foi exigido determinar o tratamento dado ao termo "traveco", na segunda acepção do Dicionário Michaelis, e no Glossário Antidiscriminatório do MPMG, e informar de que modo os sentidos do termo se aproximam ou se afastam nas duas definições. Na segunda parte da questão, foi pedido aos candidatos que redigissem uma atualização do verbete "travesti" para o Dicionário Michaelis, incluindo sua classe e gênero gramaticais.

Idealizado pela Coordenadoria de Combate ao Racismo e Todas as Outras Formas de Discriminação (CCRAD) do MPMG, o Glossário Antidiscriminatório surgiu da necessidade de disseminar informações como uma estratégia para promover uma comunicação livre de discriminação. O primeiro volume do trabalho, "Diversidade sexual e de gênero", utilizado pela Fuvest, foi lançado no ano passado.

De acordo com o coordenador de Combate ao Racismo e Todas as Outras Formas de Discriminação do MPMG, promotor de Justiça Allender Barreto Lima da Silva, a notícia da utilização do Glossário no vestibular da USP foi recebida com muita alegria e orgulho pela equipe da CCRAD. "A referência do MPMG no maior vestibular da mais respeitada universidade da América Latina legitima e credencia a seriedade e o rigor técnico do nosso trabalho, que tem como finalidade disseminar a cultura do respeito e da inclusão".

O promotor destaca, ainda, o fato de o Glossário apresentar atributos que, pouco tempo após seu lançamento, já o fazem transcender o ambiente das instituições jurídicas. "Afinal de contas, o dever antidiscriminatório é de todas as instituições públicas. E a referência ao nosso Glossário no concurso de acesso à universidade demonstra o caráter transdisciplinar da pauta e um grande gesto de compromisso com a cidadania de todas as pessoas", avaliou.

E-book

O e-book "Glossário Antidiscriminatório do MPMG" foi lançado pela instituição no último dia 12, em evento realizado no Auditório Vermelho da Procuradoria-Geral de Justiça, em Belo Horizonte. Ele reúne cinco volumes de diversas temáticas de combate às discriminações de grupos variados: "Diversidade sexual e de gênero", "Pessoas com deficiência e pessoas idosas", "Raça e etnia", "Equidade de gênero e o combate à violência doméstica" e "Outras formas de discriminação".

O trabalho foi realizado pela CCRAD em parceria com o Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Promoção dos Direitos das Pessoas Idosas e das Pessoas com Deficiência (CAO-IPCD), com o Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça de Combate à Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher (CAO-VD) e com a Coordenadoria Regional de Inclusão e Mobilização Sociais (Cimos) em Belo Horizonte.

Acesse o Glossário Antidiscriminatório do MPMG

Fonte: Ministério Publico MG