Alunos da ETFG se reúnem com prefeito e pedem ajuda para a escola

Um total de sete alunos da Escola Técnica de Formação Gerencial (ETFG)-Sebrae/Arcos, que tem como mantenedora a ACE (Associação Comercial e Empresarial), foram recebidos pelo prefeito Claudenir José de Melo na tarde da última segunda-feira, 3. O assunto agendado foi o possível fechamento da escola em 2014. Os estudantes foram até o gabinete do prefeito solicitar ajuda para que a ETFG não venha a fechar as portas. 

O grupo baseou-se na afirmação do presidente da ACE, Ivan Fontes, que no dia 29 de novembro disse: “Se o prefeito não se posicionar até terça-feira, 4 de dezembro, a associação vai trabalhar para fechar a escola em 2014”.

Segundo o prefeito, não há como aumentar a subvenção para o valor sugerido pela ACE, que é de R$150 mil. “Quanto a aumentar a subvenção a gente não consegue”, afirmou Claudenir Melo. O prefeito sugeriu que a subvenção seja repassada de outras formas, caso os alunos e a mantenedora entendam que irá colaborar. “[...] Assim que virar janeiro, ao invés da gente dividir isso (a subvenção) em 12 (parcelas), a gente dá um reforço. Eu teria de consultar meu financeiro. [...] Paga uma de R$30 mil, outra de R$35 mil, ou talvez a gente pague tudo de uma vez para dar um fôlego”, sugeriu.

O prefeito também ressaltou para os alunos que a ETFG-Sebrae é uma escola particular, que tem ‘sorte’ de receber subvenção da Prefeitura. “[...] A escola não é da Prefeitura. A escola é da Associação Comercial e Industrial de Arcos. Ela é uma escola particular [...] e tem a sorte de receber subvenção da Prefeitura, que já vem de tempos. Nenhum prefeito quis cortar e nem nós iremos cortar isso”, afirmou Claudenir Melo e sugeriu que a escola corte gastos para evitar o fechamento. “[...] Com relação aos outros mandatos, nós não modificamos financeiramente, as outras direções da ACIA mantiveram a escola aberta. O que eles disseram é que às vezes a ACIA está deixando de fazer coisas dela fazer. [...] Mas eu acredito que é cada um dando uma parcela. [...] Se tem dificuldade de receita tem de tentar diminuir custos”, finalizou o prefeito.

Presidente da ACE revida críticas do prefeito

Em contato com o presidente da ACE, Ivan Fontes, ele revidou as palavras do prefeito, afirmando que não há como cortar gastos sem prejudicar o ensino da escola. “A escola hoje já trabalha com o menor custo possível. Tem três anos que a escola trabalha com os cortes, inclusive até papel a gente cortou. É impossível cortar gastos sem prejudicar a qualidade do ensino. Se for para prejudicar a qualidade do ensino prefiro fechar a escola”, afirmou.

Ivan Fontes voltou a afirmar que os prejuízos da escola estão sendo mantidos pela ACE, que é mantida pela iniciativa privada. “Tem muita gente falando que a iniciativa privada não dá a contrapartida dela, mas a ACE arca integralmente com todos os prejuízos da escola. Se ela arca com esse prejuízo, a iniciativa privada arca diretamente com essas despesas. O prejuízo neste ano é de R$65 mil; destes, R$40 mil a ACE já pagou no decorrer do ano e eu e os diretores fizemos um empréstimo de R$25 mil no banco para pagar 13° e férias dos funcionários da ETFG”. 

O presidente da ACE ressaltou que a educação não é o objetivo principal da ACE. Ivan declarou ainda que a situação da escola é insustentável. “O objetivo principal da ACE é fomentar o comércio de Arcos [...], e nem por isso faltamos em ajudar a escola nesses 16 anos de existência. O que acontece é que a partir de agora está insustentável manter a escola aberta, nas atuais condições, sem ajuda maior do poder público ou até mesmo da iniciativa privada. Hora nenhuma eu acredito que seja má gestão”, finalizou Ivan.

Sebrae não repassa verbas à escola

O CCO entrou em contato com o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas)/Minas na tarde da última terça-feira, 4. Segundo informações do gerente do Sistema de Formação Gerencial do Sebrae, Rubens Caetano de Albuquerque, o Sebrae não investe financeiramente na ETFG e explicou que foi acordado desde a implantação da escola que a responsabilidade do Sebrae seria apenas a de repassar a metodologia. “[...] O convênio que foi feito entre o Sebrae e a associação comercial na época da instalação da escola é de repasse da metodologia. A decisão e análise de viabilidade é da associação comercial, isso foi acordado desde o início da conversa (quando foi negociada a vinda da escola para Arcos). Não existe esse repasse financeiro nem para Arcos e nem para nenhuma outra escola ETFG”, afirmou.

De acordo com o gerente, o Sebrae não foi comunicado, oficialmente, sobre o fechamento da escola. “Não sabemos oficialmente. A associação comercial não nos mandou nenhuma informação, nada por escrito. Mas o fato do fechamento aconteceu com várias outras escolas”, detalhou Rubens Caetano. No entanto, o diretor administrativo da ETFG-Sebrae em Arcos, João Paulo Alves Gomes, informou que na última segunda-feira, 3, a diretora pedagógica da escola esteve em Belo Horizonte e comunicou a situação da escola ao Sebrae. “Ontem, 3, a diretora pedagógica da ETFG em Arcos, Maria Marlene Rodrigues, esteve em Belo Horizonte reunida com a direção do Sistema de Formação Gerencial para expor e conversar a respeito da situação da escola de Arcos”, afirmou.