Arcos - desestrutura familiar e síndrome do pânico: alegações para faltar de aula

Desde 2019, o Governo do Estado incentiva a Busca Ativa dos alunos faltosos, para evitar o abandono dos estudos

Arcos - desestrutura familiar e síndrome do pânico: alegações para faltar de aula
Escola Estadual Yolanda Jovino Vaz

A segunda onda do programa Busca Ativa, referente ao segundo bimestre letivo de 2023, foi iniciada no dia 28 de agosto em todas as escolas estaduais mineiras. O programa é direcionado aos estudantes que apresentaram alto índice de faltas no segundo bimestre. 

O objetivo é resgatar alunos infrequentes, evitando o abandono e a evasão escolar. O primeiro passo é identificar os estudantes faltosos, partindo para a mobilização dos responsáveis legais, acionamento das redes de assistência (quando necessário) e acolhimento aos alunos que não se sentem pertencentes à comunidade escolar. Essas estratégias estão orientadas pelo Plano de Enfrentamento ao Abandono e à Evasão Escolar, com a meta trazer de volta os estudantes que estejam com mais de 25% de faltas no diário escolar.

Essa notícia foi divulgada pela Agência Minas no dia 25 de agosto. No texto, o subsecretário de Articulação Educacional da Secretaria de Estado de Educação (SEE/MG), Gustavo Pedroso, informa que, por meio do sistema Monitora Busca Ativa, foi possibilitado aos diretores escolares informarem a situação de seus estudantes infrequentes com grande precisão, “além de permitir uma melhor organização das ações que têm sido tomadas para prevenir o abandono dos estudos". 

Ainda de acordo com a divulgação da Agência de Notícias, as ações do Busca Ativa permitem alcançar todos os estágios da infrequência escolar, “seja o desinteresse pelos estudos, desmotivação em frequentar a escola, problemas de convivência com a comunidade escolar, problemas pessoais e familiares ou, até mesmo, casos de doença”.

No primeiro bimestre deste ano, mais de 69 mil estudantes do estado de Minas retornaram às salas de aula por meio da iniciativa. 

 
ARCOS

Na semana passada, o CCO enviou mensagens às escolas estaduais Vila Boa Vista, Maricota Pinto, Yolanda Jovino Vaz e Berenice de Magalhães Pinto, perguntando sobre as ações do Busca Ativa em Arcos. 

Na escola Vila Boa Vista, diretora, vice-diretores e supervisoras, com a parceria dos professores, são os responsáveis por efetivar o programa Busca Ativa. Neste ano de 2023, conseguiram resgatar cinco alunos. “Ligamos para os responsáveis e mandamos mensagens via WhatsApp. Quando necessário, vamos até a residência das famílias. Durante a pandemia (2020 e 2021), essa prática foi muito comum, dada a dificuldade de encontrar os alunos, principalmente aqueles que não tinham acesso à Internet”. No ano de 2019, foram resgatados três alunos; em 2020 e 2021, dezenas de alunos, devido à pandemia; em 2022, dois alunos. 

Sobre as motivações para a infrequência escolar, a escola responde que, no caso de alunos do Ensino Médio, a maioria alega que precisa trabalhar. Quanto aos alunos do Ensino Fundamental, as alegações são variadas. “Infelizmente, os casos mais complexos são de alunos que desenvolvem ‘Síndrome do Pânico’ e têm dificuldades de frequentar a escola (situação que também acontece no Ensino Médio)”. Com essas ações, a escola informa que não houve evasão escolar nesses anos (2019 a 2022).

Na escola estadual Yolanda Jovino Vaz, onde é oferecido o Ensino Fundamental (anos finais - 6º ao 9º), o programa é efetivado pela equipe gestora e equipe pedagógica. Três alunos que não estavam frequentando efetivamente voltaram à escola neste ano de 2023. “Conseguimos resgatar através de ligações telefônicas, mensagens via WhatsApp, fichas “FICAI” (encaminhamento ao Conselho Tutelar), quando necessário; visitas residenciais, quando necessário”.

Nessa escola, necessidade financeira e busca pelo primeiro emprego, falta de estrutura familiar, constantes mudanças de endereços foram algumas das alegações apresentadas para a infrequência. 

“Inicialmente, houve um expressivo número de alunos ausentes. Diante dessa situação, houve um trabalho conjunto de toda a escola em buscar esses alunos, tarefa essa que continua até os dias de hoje”, informa a instituição de ensino.

Sobre a evasão escolar de 2019 a 2022, ou seja, alunos que abandonaram os estudos, a unidade informa: “A escola estadual Yolanda Jovino Vaz trabalhou nesse período para que seja zerada a evasão escolar. Nesses anos houve um trabalho intenso de toda escola e quase atingimos a nota zero de evasão”.

As informações sobre as escolas estaduais "Dona Maricota Pinto" e "José Geraldo de Melo" serão publicadas em breve.