Cinco moradores vizinhos de lote sujo no centro da cidade tiveram sintomas da dengue

Cinco moradores vizinhos de lote sujo no centro da cidade tiveram sintomas da dengue
O lote fica na rua Expedicionários, esquina com a rua Japaraíba, centro de Arcos

Uma moradora da rua Formiga entrou em contato com o jornal CCO para reclamar de um lote da rua Expedicionários, esquina com a rua Japaraíba, que fica nos fundos da casa dela. Ela conta que o imóvel está com o mato muito alto e o local acumula entulho. A professora aposentada Olívia Alves Nunes diz que cinco vizinhos do terreno tiveram ou estão com os sintomas da dengue.

A visão que a professora Olívia Alves tem do quarto dela é bastante incômoda. O mato do terreno vizinho está alto e o lugar abriga lixo e entulho. A moradora conta que já encontrou cobra, escorpião, ratos e gambá na casa; e Olívia acredita que os animais vêm do lote vizinho. 

Além do medo de que animais peçonhentos possam ferir alguém da família dela, outro fator tem deixado Olívia apavorada: a dengue. Segundo a moradora, cinco vizinhos do imóvel já tiveram ou ainda estão com os sintomas.  “A situação nesta rua está fora do normal. Tenho cinco vizinhos que contraíram a doença. O lote sujo atrai muitos animais e os pernilongos invadem as nossas casas. À noite, eu, meu marido e meus filhos ficamos matando os insetos com uma raquete”, conta.

Olívia Alves diz que já procurou a Prefeitura para requerer uma limpeza no local, mas nada ainda foi feito. “Meu marido já foi várias vezes pedir que limpassem o terreno, mas ninguém veio fazê-lo. Um agente de Endemias esteve no local, mas disse que não poderia vistoriar o imóvel, porque o mato estava muito alto, o que impedia de ele ir até o fundo do terreno”, diz a moradora.

Na casa ao lado de Dona Olívia, mãe e filho tiveram dengue. A psicóloga aposentada Maria Helena Nogueira Veloso e o filho dela apresentaram os sintomas da doença. “Desde terça-feira (25) comecei a apresentar alguns sintomas da dengue. Emagreci e ainda estou me sentindo muito fraca. Meu filho também adoeceu, mas já está melhor”, conta a psicóloga.

Maria Helena também reclama dos bichos. “Aparecem muitos animais em minha casa, por causa do mato alto do lote. Já encontramos gambás, ratos e escorpião. É uma preocupação muito grande pra gente”, comenta.

Outra moradora que convive com os problemas é a secretária Elaine Cristina de Oliveira, que também mora nas proximidades do lote. Ela conta que há quase uma semana começou a apresentar os sintomas da dengue. “Comecei a sentir dor de cabeça e no corpo, tive vômito e há alguns dias estou sem apetite e com o corpo com manchas avermelhadas”.

Na casa onde mora com a mãe e os irmãos, Elaine Cristina diz que mais pessoas apresentaram os sintomas, inclusive a mãe dela. O sobrinho, de 12 anos, que há 15 dias esteve sob suspeita de ter contraído a doença, está novamente sentindo os sintomas. Na segunda-feira, 02, o irmão dela, de 25 anos, teve febre e diarreia.

Elaine Cristina comenta que sente medo de voltar a ter a doença. “Tem muita gente na nossa rua (Formiga) com os sintomas. Tenho medo de ter dengue novamente e ter o quadro mais grave”, diz.

A professora Olívia Alves diz que se informou na Prefeitura que o proprietário do imóvel mora em Juiz de Fora, na região da Zona da Mata, e que os vizinhos não o conhecem.

Em respostas aos questionamentos dos moradores, o assessor de Comunicação da Prefeitua, Márcio Ferreira, diz que “assim como em outros casos similares, o proprietário está notificado pelo decreto de emergência e será multado. Se não houver uma adequação por parte do proprietário, a limpeza poderá ser feita e cobrada”. O assessor afirma que o setor de Posturas do município está tomando conhecimento de todas as situações irregulares.

Márcio Ferreira também diz que os agentes continuam realizando o trabalho de eliminação dos focos do mosquito transmissor da dengue. “No caso das pessoas acometidas pela doença, o serviço público de saúde segue à disposição de todos. Na parte de eliminação de possíveis focos em imóveis, tanto o departamento de Posturas quanto o de Endemias continuam realizando o trabalho de eliminação de focos e aplicação de multas nos casos específicos”, afirma.


Matéria publicada no jornal CCO, edição de 04 de fevereiro de 2010.