Cirurgias: Santa Casa de Arcos precisa gerar recursos para reinvestir no próprio hospital

Cirurgias: Santa Casa de Arcos precisa gerar recursos para reinvestir no próprio hospital
Foto: Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Arcos

O administrador da Santa Casa de Arcos, Carlos Magno, que iniciou as atividades na instituição em 17 de outubro de 2022, informou ao CCO que identificou a realização de um total de 166 cirurgias na instituição, no período de 25 de abril  até a presente data (20 de março de 2023), sem custo algum para os pacientes. 

As cirurgias começaram a ser realizadas antes da intervenção administrativa feita pelo Governo Municipal no dia 8 de agosto de 2022. 

Esses procedimentos cirúrgicos foram realizados por meio do programa “Opera Mais”, que é exclusivamente direcionado aos usuários do SUS (Sistema Único de Saúde), sem a possibilidade de qualquer cobrança complementar, diante da Lei 8080/90. Carlos Magno faz o detalhamento:  

Segundo o administrador, os custos da Santa Casa de Arcos para a realização dos procedimentos são ressarcidos dentro da tabela do SIGTAP – que é o Sistema de Gerenciamento da Tabela de Procedimentos, Medicamentos e OPM – Órteses, Próteses e Materiais especiais, do SUS – com aporte de incentivo definido no programa Valora Minas.


Meta: gerar recursos 

A realização dessas cirurgias é importante para a população de Arcos, afinal, as pessoas não precisam sair da cidade para se submeter aos procedimentos e nem precisam esperar muito tempo por eles. E para a Santa Casa de Arcos? Quais as “vantagens” – ou benefícios da realização dessas cirurgias? Carlos responde que “a ‘vantagem’ para Santa Casa de Arcos, prioritária, é atender a sua finalidade filantrópica e social, além de gerar recurso para reinvestir no próprio hospital”. Acrescenta uma informação relevante: “O aumento do número de cirurgias é importante para gerar uma série histórica com o SUS para pleito de aumento de teto físico e financeiro durante as negociações de contratualização”. 


O programa Opera Mais

Carlos Magno informa que o programa Opera Mais está contemplado no programa Valora Minas, por meio da Resolução da Secretaria Estadual de Saúde/MG Nº 7.830, de 05 de novembro de 2021, que visa atender a demanda de procedimentos cirúrgicos eletivos aos usuários do SUS dentro de um rol definido pela demanda reprimida em todo o estado de Minas Gerais.


Aumento de 35,17% na realização de cirurgias 

Perguntamos ao administrador da Santa Casa quantas cirurgias foram realizadas por meio de planos de saúde, desde que o novo Bloco passou a funcionar. Ele informou que, desde a reestruturação e funcionamento do novo Bloco Cirúrgico, tiveram um aumento de 35,17% na realização de cirurgias, quando se compara a utilização da estrutura antiga e nova do Bloco Cirúrgico. 

“Esse expressivo aumento se reflete nas cirurgias realizadas pelas Operadoras de Saúde Suplementar (Convênios), particulares e do SUS. Certamente, esse aumento é reflexo da confiança dos médicos e pacientes na estrutura física, de equipamentos de ponta e profissionais multidisciplinares que atuam no novo Bloco Cirúrgico”, comentou. 

Perguntamos se houve necessidade de transferência, para UTI ou CTI, de algum desses pacientes que se submeteram a procedimentos cirúrgicos. Carlos respondeu que a Santa Casa de Arcos é habilitada em média complexidade, ou seja, nas cirurgias eletivas. Portanto, só agenda e realiza os procedimentos que não necessitam de suporte de UTI / CTI. 

Por esse motivo, ele disse que todos os pacientes passam pela consulta pré-cirúrgica com o cirurgião e realizam os exames pré-cirúrgicos com o cardiologista e anestesista. 

Naturalmente, existem riscos: “Em todos os procedimentos cirúrgicos existe a possibilidade de complicações durante e após o procedimento, mas não tivemos ocorrências mais graves que necessitassem a transferência para CTI/UTI”, afirmou. 


Os médicos  

Quanto aos médicos que estão realizando essas cirurgias, a maioria reside em Arcos. “Os principais cirurgiões que atuam na Santa Casa de Arcos residem no município, mas diante da melhora dos processos e estrutura física do Bloco Cirúrgico, alguns cirurgiões de Formiga e Lagoa da Prata também estão vindo atuar na Santa Casa”, informou.

Sobre possíveis “custos adicionais” das cirurgias, que não são cobertos pelo SUS e nem por planos de saúde, quem paga por eles?  Os pacientes? A população de Arcos, por meio da Prefeitura? A Santa Casa?

Carlos Mango respondeu que, nos procedimentos feitos pelo SUS, no que se refere a possíveis custos adicionais das cirurgias, todos estão contemplados na tabela SIGTAP –  Sistema de Gerenciamento da Tabela de Procedimentos, Medicamentos e OPM – Órteses, Próteses e materiais especiais do SUS.

No caso dos procedimentos feitos por meio de convênios, a Santa Casa é remunerada dentro dos contratos firmados entre a instituição e as operadoras de saúde suplementar. “Reforço que não cobramos nenhum valor adicional nesses casos”. 


De que forma a Prefeitura de Arcos tem contribuído em todo esse processo? 

Carlos Magno explica que quando a Prefeitura libera uma subvenção, geralmente, são determinadas algumas metas a serem cumpridas pela instituição beneficiada. No caso, em 2022, a Prefeitura realizou o Convênio nº 20, que liberou um recuso para a Santa Casa de Arcos. Por sua vez, a contrapartida desse hospital com a liberação dessa verba foi a realização de procedimentos cirúrgicos que estavam sendo aguardados por moradores de Arcos. “É desta forma que acontece: a Prefeitura manda o dinheiro da subvenção para pagarmos todo o gasto com equipe médica, funcionários, material e medicamento, para o funcionamento da Santa Casa; e a contrapartida é a realização de procedimentos cirúrgicos”, explicou Carlos Magno. 

É importante lembrar que, desde 14 de setembro de 2022, a Santa Casa de Arcos está sob intervenção judicial.