Em 1933, circulou em Arcos o Jornal Arco da Velha: "Instrumento de crítica severa, de cócegas impertinentes"

Em 1933, circulou em Arcos o Jornal Arco da Velha: "Instrumento de crítica severa, de cócegas impertinentes"
Foto: arquivo CCO

Na década de 1930, circulou na então Vila de Arcos o Jornal Impresso "O Arco da Velha", cuja primeira edição foi publicada em 28 de fevereiro de 1933.

Na capa do informativo consta que o Redator é "Zé Ninguém" e os colaboradores são "Zé Tudo" e "Chico Sá-Bichão". "Zé Ninguém" é, na verdade, o escrivão e escritor arcoense Jarbas Ferreira Pires, segundo nos relatou o advogado Antônio Gontijo Pires, filho dele.

Em 1933, Jarbas Ferreira Pires tinha, aproximadamente, 35 anos de idade (Ele nasceu em 1898 e faleceu em 1990 - Conheça a história dele, ainda neste caderno).

Na edição número 01, escreveu um texto sobre a finalidade da publicação: "Este jornalzinho, nós fazemos questão que ele seja um instrumento de crítica severa, de cócegas impertinentes e de notícias minuciosamente catadas deste Niterói a Batraquiolândia e a Papagaio. / Não sairá sempre. Também o arco-íris não é coisa de todo dia. E por isso mesmo que é mais apreciado, encanta mais a vista. Mas cada vez que o Arco da Velha surgir, o que se dará sempre que houver uma festa, seja de que natureza for, que se alegrem os juntos, os intangíveis pelas suas extremidades sempre aguçadas e sempre carregadas de uma luz muito mais poderosa do que os raios X, de uma luz capaz de mostrar escandalosamente o que se passa nos corações maldosos e nos espíritos perversos. Que, porém, tomem cuidado aqueles cujas línguas lhes dão a semelhança de eternas sogras, aqueles que dão a impressão de possuírem na sempre elástica pança uma boa vitrola ou um rádio importuno e barulhento (desculpem o pleonasmo). Arco da Velha pode fazer muita gente opilada e de aparência serena, tomar a cor de carmim. Ele não poupará quem lhe mereça a ação corretiva, um dos fins para que é feito". 

Com informações da própria edição: Arco da Velha - Ano I - Nº 01 - Vila de Arcos, 28 de fevereiro de 1933


“Que, porém, tomem cuidado aqueles cujas línguas lhes dão a semelhança de eternas sogras, aqueles que dão a impressão de possuírem na sempre elástica pança uma boa vitrola ou um rádio importuno e barulhento...”