Festival de Gastronomia: barraqueiros de Arcos foram maioria

Festival de Gastronomia: barraqueiros de Arcos foram maioria

Em entrevista concedida ao CCO na semana passada (dia 11 de julho), o secretário municipal de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo, Paulo Miranda, informou que, neste ano, 50 barraqueiros aderiram ao Festival de Gastronomia de Arcos (o dobro do ano passado), sendo “30 a 35” comerciantes de Arcos – todos da Feira do Produtor Rural e outros que fizeram credenciamento. Portanto, 60 a 70% são do Município. Provavelmente, a renda obtida está circulando na cidade, movimentando a economia local. 

O CCO falou, hoje pela manhã (segunda-feira, 17 de julho), com Tetê Diniz, que é Chefe de Departamento na Prefeitura de Arcos e membro da Comissão Organizadora do evento, juntamente ao secretário municipal Paulo Miranda.

Tetê também participou da comissão no ano passado, na primeira edição. Dedicou-se mais para auxiliar nas barracas, uma vez que já coordena a Feira do Produtor, mas esteve à disposição para ajudar nas outras áreas. Foram montadas equipes de Montagem e Decoração, com várias Secretarias unidas. Disse que os resultados deste ano superaram todas as expectativas dos organizadores, inclusive de público, com visitantes de outras cidades. “Os shows arrastaram multidões; e o que me chamou atenção foi o show da Gabriela Rocha, onde os fiéis choravam e clamavam a Deus. Foi muito emocionante!”.

Foram necessários ajustes de última hora.  Tetê diz que barraqueiros estiveram sempre unidos e dispostos a ajudar. “Foi uma experiência maravilhosa. A Administração, juntamente com a Secretaria de Cultura, no nome do Paulinho, só temos a agradecer. As barracas todas venderam muito, de ambos os lados. A todo momento eu estava passando nas barracas. Claro que estavam cansados, mas muito felizes”.

Ao final da entrevista, Tetê disse que são necessárias melhorias. “Temos muito a melhorar e a consertar, ajustar, mas estou muito feliz com a proporção que tomou o evento”, concluiu.


Torneiras sem pias

A barraca liderada por “Helena e Leninha”, onde foram comercializados os famosos biscoitos fritos e outras comidas típicas da roça – arroz com costelinha, tropeiro, vaca atolada e outras delícias – ficou bastante movimentada. 

Helena (à direita) mora na comunidade Água Santa; Leninha mora na comunidade Piranhas, ambas na zona rural de Arcos. 


Helena disse ao CCO que as vendas atenderam ao esperado. Ela faz algumas sugestões para melhorar a edição de 2024. Disse que vão precisar de “espaço e condições melhores para que possam trabalhar com mais dignidade”. Ela explica: “O espaço foi um pouco apertado pra trabalhar. Também faltou uma pia pra lavar as louças; e as tomadas ficaram com a fiação curta. Tínhamos somente uma torneira na árvore; aí, tinha que deixar correr a água na rua. Fiquei desconsertada com isso, pois tinha restos de comida nas vasilhas... aí fiquei colocando em sacos de lixo, o restante das comidas”. Ou seja, foi a solução que ela encontrou para não sujar a rua ao lavar as louças. Outro problema: “Cada vez que lavava uma vasilha, era um banho nos pés, pois molhava toda”, comentou, sorrindo.

Segundo Helena, foram colocadas várias torneiras nas árvores, para uso compartilhado entre os barraqueiros. “Onde tive tempo de dar uma olhada, vi somente uma pia que foi colocada pela própria pessoa da barraca, um improviso”.

Tetê informou que os barraqueiros foram avisados quanto a isso. Comentou que o custo para colocar pias em todas as barracas seria alto. “O custo para o Município seria alto demais, uma vez que eles foram isentos das taxas. Foram distribuídas em torno de metade dessas torneiras entre as barracas”.

De acordo com o Decreto Municipal com a regulamentação sobre o Festival, a isenção de taxas foi para os participantes artesãos credenciados pela Comissão, os produtores rurais, entidades sociais sem fins lucrativos em funcionamento no Município, a Paróquia Nossa Senhora do Carmo, Circuito Turístico Grutas e Mar de Minas, os feirantes da feira de produtor rural de Arcos e os convidados pelo Município.

O Município realmente não disponibilizou pias. “As pias, cada um levou a sua; nós disponibilizamos rede de esgotos, água e torneira; e pias, cada um levou a sua”, explicou Tetê.

“Melhor que no ano passado”

Barraca Bomburguer


Outro participante foi o empresário Werley Júnio Fontes Ribeiro, dono da Bomburguer, com a barraca de mesmo nome. Ele disse ao CCO que, neste ano, os organizadores do festival estão de parabéns e que foi melhor do que no ano passado. “Só achei meu lugar de trabalho meio pequeno; não digo a barraca, mas onde coloco meus equipamentos”. Pedido para o próximo ano: “Só um espaço maior um pouquinho para a gente trabalhar com toda nossa estrutura”.


“Os shows arrastaram multidões; e o que me chamou atenção foi o show da Gabriela Rocha, onde os fiéis choravam e clamavam a Deus. Foi muito emocionante!” ¬ - Tetê Diniz, integrante da Comissão Organizadora