Intervenção na torre esquerda da igreja N. Sra. do Carmo em Arcos

Diante de boatos sobre o risco de queda das torres da igreja matriz Nossa Senhora do Carmo de Arcos, o CCO recorreu ao engenheiro civil Fábio Antônio de Miranda, que é membro do Conselho Paroquial de Assuntos Econômicos (CPAE) da Paróquia.

Em Nota enviada ao CCO na manhã de hoje (16), o engenheiro nos informou que, recentemente, houve uma intervenção na torre esquerda, a torre dos sinos, a fim de resolver um problema na estrutura de madeira que suporta os dois sinos existentes. Essa estrutura fica localizada na parte superior da torre, local onde há janelas venezianas de madeira. 

Fábio Miranda relata que, com o passar dos tempos, uma das janelas danificou-se, deixando o vão todo aberto e permitindo a entrada de água de chuva, causando danos pontuais nessa estrutura. 

Em virtude disso, a ação tomada foi a instalação de uma nova janela e a execução de um reforço no local danificado, evitando qualquer risco de ruptura e queda dos sinos. 

O engenheiro explica que as torres, bem como toda a construção da igreja carecem de manutenção permanente como qualquer outra construção, pois sofrem com a ação do tempo. “Ainda mais que estamos falando de uma construção com mais de 150 anos”, destaca e informa que não há evidências de problema estrutural que comprometa sua estabilidade. 

Ao final da Nota, Fábio Miranda comenta que a Paróquia se preocupa com a manutenção geral das igrejas e dos salões e vem fazendo sempre o que pode, mas faltam recursos pra isso. “Sendo assim, quaisquer doações são bem-vindas!”, conclui.

Devoção desde a época do imperador Dom Pedro II

A Paróquia Nossa Senhora do Carmo, em Arcos, foi criada em 1.859 e instalada em 1.864. Na época, o Brasil era governado pelo imperador Dom Pedro II, que foi coroado em 1841. Ainda havia escravidão no país, abolida em 13 de maio de 1888. Em 15 de novembro de 1889, aproximadamente um ano e meio depois da assinatura da Lei Áurea, o país tornou-se uma República, tendo como primeiro presidente o marechal Deodoro da Fonseca. A paróquia já completava 30 anos. Neste ano de 2017, completam-se 158 anos de existência. .

Em 1859, de acordo com registros do livro História de Arcos, de Lázaro Barreto, o território “arcoense” era um arraial com aproximadamente 50 casas. As primeiras moradias do perímetro urbano foram construídas à margem do Córrego Arcos, onde hoje é o bairro Niterói. “Em 1874 a população total de Arcos (áreas urbana e rural) era de 4.027 pessoas, sendo 705 escravos”, consta no livro.

Em 1842 foi construída a capela de Nossa Senhora do Carmo. Em 1846 foi feita a doação do patrimônio da capela, por Manuel Ribeiro de Morais e Antônio Joaquim da Silva. Em 1891 chegou a imagem de Nossa Senhora do Carmo, vinda da França.

A devoção a Nossa Senhora do Carmo, pelos católicos arcoenses, permanece ativa por mais de um século e meio. Do Brasil Império, no século XIX, passando pela abolição da escravatura, pela Proclamação da República e tantos outros fatos marcantes na história, mantém-se viva no século XXI.