A importância do Coronel José Ribeiro do Vale na emancipação de Arcos

Arcos nasceu andrajoso em berço de ouro. As suas vestes, porém, se transformam aos poucos em indumentária de fino gosto que lhe permitirá, dentro em breve, mostrar-se nos salões aristocráticos." – A Voz de Arcos/1940.

A importância do Coronel José Ribeiro do Vale na emancipação de Arcos
Coronel José Ribeiro do Vale
A importância do Coronel José Ribeiro do Vale na emancipação de Arcos
A importância do Coronel José Ribeiro do Vale na emancipação de Arcos

Amanhã, dia 17 de dezembro, Arcos irá completar 84 anos de emancipação política e administrativa. 

No “Museu do Enéias”, o CCO teve acesso à edição do Jornal A Voz de Arcos – Ano I, 1º de janeiro de 1940, que noticiava o primeiro aniversário de Arcos. Leia alguns trechos:

“[...] A data de hoje assinala o início de uma nova era. Era de vida, de progresso, de liberdade, tão ansiosamente esperada pelos filhos deste bendito torrão de Minas, e, portanto, o maior acontecimento na vida administrativa de Arcos.[...] 

[...] Ainda no berço, como um lactante, Arcos antevê o seu promissor destino. [...]

[...] Arcos – pode-se dizer – nasceu andrajoso em berço de ouro. As suas vestes, porém, se transformam aos poucos em indumentária de fino gosto que lhe permitirá, dentro em breve, mostrar-se nos salões aristocráticos.

Para tanto, lhe não faltou um José Ribeiro do Vale, cujo nome jamais se apagará da memória daqueles que bem sabem compreender a grandeza do seu esforço, o seu trabalho contínuo de longos anos em proveito da emancipação da nossa terra. 

Competindo-lhe a ação, temos à frente de nossa administração a pessoa não menos digna e operosa do Dr. João Vaz Sobrinho [...]”.

 Quinze dias depois, circulava outra edição do mesmo jornal, noticiando que o aniversário da cidade havia sido comemorado com a inauguração da iluminação pública de Garças. 

O diretor e proprietário do Jornal A Voz de Arcos era José Geraldo da Silva.

Em entrevista ao CCO em maio de 2017, o engenheiro e comerciante Antônio Victor Ribeiro de Oliveira, filho de Dona Leopoldina e de Paulo Marques de Oliveira, contou que seu bisavô, Cel. José Ribeiro do Vale, financiou a emancipação política e administrativa de Arcos: “Tinha que passar certa quantia para o Governo e foi ele quem deu o dinheiro para elevar a cidade a uma condição de Município”. A emancipação aconteceu em 17 de dezembro de 1938.

Indústria e comércio em 1940

De acordo com um documento de 1940, feito para a instalação da Comarca em Arcos, na época o município era movido pelas seguintes atividades econômicas: mais de 100 engenhos de cana, utilizados para moagem para a fabricação de aguardente e rapadura; três fábricas de manteiga; fábricas de móveis, farinha de milho, banha, cal, selarias, olarias; indústria manual de interessantes objetos e trabalho em chifre. Também contava com tipografias, sapatarias e alfaiataria.