Quatorze detentas da cadeia de Arcos são transferidas para Bambuí e Pará de Minas

Segundo o delegado Irineu Coelho, a cela das mulheres está com problemas de infiltração

Quatorze detentas da cadeia de Arcos são transferidas para Bambuí e Pará de Minas
A transferência foi feita na última quarta-feira

Todas as detentas que estavam na cadeia de Arcos foram transferidas na última quarta-feira, 04, para unidades prisionais da região. Dez delas, todas condenadas, foram para a penitenciária Pio Canedo, em Pará de Minas; e as outras quatro, que ainda aguardam julgamento, foram levadas para a cadeia pública de Bambuí. As 14 detentas dividiam uma única cela na unidade prisional de Arcos.

Segundo o delegado e diretor da cadeia local, Irineu Coelho, a transferência ocorreu após problemas provocados pelas chuvas dos últimos dias. “As chuvas torrenciais dos últimos dias provocaram transtornos na cadeia pública de Arcos. Os telhados de algumas celas foram danificados e graves problemas foram provocados, como infiltrações e danos na parte elétrica; sendo a situação mais grave verificada na ala feminina. A tubulação de energia deu vazão à água infiltrada na estrutura, vindo a molhar roupas e colchões, o que tornou impossível a permanência das detentas no local”, informa Dr. Irineu, acrescentando que havia riscos de choque elétrico e de queda de parte do revestimento das paredes e teto, além de doenças que poderiam surgir em razão da insalubridade do local.

Segundo o delegado, as próprias detentas pediram a remoção. “Elas tinham razão. A situação estava péssima, perigosa. É nosso dever resguardar a integridade das presas, e como não há outro local na unidade para acolhê-las, não tive opção. A transferência foi uma medida de emergência, visando a garantia da integridade das reeducandas. Havia risco de acidentes graves e a segurança do estabelecimento foi afetada”.


Delegado precisa de ajuda para realizar reparos nas celas

A solução dos problemas ainda não é prevista, uma vez que o delegado irá tentar buscar ajuda para os devidos reparos e reformas, junto aos órgãos competentes. “Trabalhamos na cadeia pública de Arcos com poucos servidores, e até que a SUAPI assuma, estamos adotando medidas para atender as disposições da Lei de Execução Penal, dentro de nossas possibilidades. O próximo passo é tentar recursos junto aos órgãos competentes, para uma reforma no telhado, nas redes elétrica e hidráulica, mas não posso fazer uma previsão de quando isso ocorrerá”.

Duas repórteres do CCO tiveram acesso à cela das detentas e constataram que no local há apenas oito camas. As marcas de infiltração estão por todos os lados, os objetos pessoais das detentas estão umedecidos, a fiação elétrica está exposta, os banheiros não apresentam nenhuma condição de higiene. E em meio aos objetos pessoais foram deixados vários recados para familiares, avisando da transferência.

Maria  Simões, mãe de uma detenta que foi levada para Pará de Minas, diz que acha certo a transferência das presas, e pede ajuda ao Governo Municipal para que o problema seja solucionado. “Peço que o prefeito olhe por nós aqui. Na época da campanha ele vai atrás da gente, depois  nem nos conhece”.

Segundo o assessor de Comunicação da prefeitura, Márcio Ferreira, será feita uma avaliação na cela para que sejam definidas as intervenções. Márcio ressalta que “o projeto da Administração em transferir a responsabilidade da cadeia de Arcos para a SUAPI (Subsecretaria de Administração Prisional) continua em andamento”.

Matéria publicada no jornal CCO, edição de 08 de janeiro de 2012.