Série Bairros de Arcos: Floresta, um bairro de trabalhadores

Série Bairros de Arcos: Floresta

Série Bairros de Arcos: Floresta, um bairro de trabalhadores
Alberto Fonseca e Zetinho do Floresta, na praça Sinhô Berto

Ao norte da cidade, perto da saída para Lagoa da Prata, fica o bairro Floresta, criado oficialmente, em 1982 e loteado pela empresa Organizações Imobiliárias Francisco de Assis Berto Ltda. 

O ‘Floresta’ está delimitado, pela MG-170 e pelos bairros Gameleira e Verdes Sonhos (que fazia parte do Floresta, até por volta de 2011).

Para apresentar mais este bairro da cidade, entramos em contato com José Donizetti Barbosa ‘Zetinho do Floresta’ que faz parte da liderança da associação do bairro e que morou no ‘Floresta’ por 20 anos (2000 a 2020). ‘Zetinho’ participou da entrevista e apresentou Alberto Amauri Fonseca e sua esposa, Dalva, ambos aposentados. O casal reside no bairro, desde 1988. 


Há 35 anos

Alberto conta que são residentes do bairro há 35 anos. Ele comprou o lote e construiu a terceira casa do Floresta, sendo atualmente o morador mais antigo, vivendo no bairro. Os dois moradores que o antecederam, Clarismundo e Zé Curador, já faleceram. 

Alberto recorda de quando se mudou para o bairro: “Os primeiros tempos foram bem difíceis. Além da falta de estrutura, nossa casa foi roubada, levaram as janelas e tivemos que repor. Daí, colocamos mais cachorros para vigiar, até que chegaram mais moradores”. 

Dalva e Alberto em frente sua casa - a 3ª do Floresta

Alberto lembra de que, nos cinco primeiros anos, não havia rede de água, nem rede elétrica. “Foi construído um poço artesiano lá embaixo e uma caixa d’água aqui em cima. Mas, sempre dava problema. Então, buscávamos água no caminhão que abastecia o bairro”. Até a eletricidade chegar, eles usavam velas, lampiões e bateria para ligar a televisão. 

Ele conta que, quando o Plácido Ribeiro Vaz assumiu a prefeitura, os moradores se reuniram e foram falar com o prefeito. “Ele disse que colocaria a luz nas ruas onde havia casas, em 90 dias, e colocou. Depois ele colocou a água".

Outra história interessante é que Alberto pagou para instalar a primeira linha telefônica que foi trazida desde a escola ‘Dorvina’ à sua casa. Ele conta, sorrindo com a lembrança: “O pessoal do bairro usava meu telefone e anotava as ligações em uma caderneta e, no final do mês, vinham pagar”. 

Zetinho, que conhece bem a história do bairro por sua ligação com a associação afirma: “É importante enaltecer a ‘guerra’ dos primeiros moradores do Floresta”. 

Campo de Futebol, onde hoje está a igreja de Santa Rita


Associação de moradores

Zetinho, que é presidente da associação, diz que há um Centro Comunitário que é cuidado pela senhora Maria Francisca ‘Quinha’, outra antiga moradora que organiza os eventos comunitários e, eventualmente, aluga o espaço. 

Alberto e Zetinho acreditam que, atualmente, haja mil moradores no Floresta. “Como é um bairro perto das empresas [referindo-se ao Distrito Industrial]. Tem de tudo, desde empresário até trabalhador” – diz Alberto. Segundo Zetinho, predominam trabalhadores. Eles também disseram que há casais jovens, muitas crianças e menos idosos.

Alberto mostrando onde era o campo de futebol


Creche e quadra de esportes são duas reivindicações

Alberto conta: “Havia a creche do padre Luciano (‘dos Pequeninos’). Mas, quando chegou a pandemia, a creche fechou. Hoje, a mais próxima é a creche Ana Lúcia Franco.” Zetinho lembrou de que há também a creche Antônio Davi Franco, situada no bairro Planalto.

Alberto comentou que a creche é uma reivindicação do bairro. Zetinho esclareceu: “Nem precisa ser construída no bairro. Pode ser para atender a região”. 

Quadra de esportes é outro pedido da comunidade e, segundo eles, há bastante área. Pode ser construída a creche, quadra e, talvez, até uma escola. Enquanto a escola não existe, a meninada do Floresta estuda na escola municipal Dorvina Teixeira Arantes, que fica no bairro Cruzeiro.


Serviços públicos e comércio

Segundo eles, o fornecimento de água é regular. Alberto diz que há água diariamente, embora falte algumas vezes durante o dia. 

A iluminação do bairro é boa, segundo Alberto. “Mas, se trocassem as lâmpadas para ‘led’, ficaria melhor”.

As ruas são 90% pavimentadas, a coleta de lixo ocorre três vezes por semana, há pontos de ônibus do transporte público e a Polícia Militar faz rondas regulares. Zetinho lembra que o índice de criminalidade no ‘Floresta”, há muito tempo, é um dos menores de Arcos.

O bairro é bem servido de serviços e comércio. Existe padaria, mercearia, bares, pastelaria, lancheria, açougue e pequenas lojas de vestuário. Há madeireira, loja de material elétrico e de construção, garagem de transportadora, depósito de hortifrutigranjeiros entre outros empresas. “Farmácia está faltando. A que havia na avenida se mudou” – diz Alberto.

Há dois templos evangélicos e a igreja católica de Santa Rita de Cássia que, no dia 22 de maio, foi elevada à Paróquia.

Em frente à igreja fica a praça Sinhô Berto. Inaugurada em 2014, foi a primeira entregue oficialmente dentro do programa municipal “Nossas Avenidas e Praças têm mais Vida”. O local recebeu o nome de em homenagem a Francisco de Assis Berto, conhecido como “Sinhô Berto”, que nasceu em 4 de outubro de 1908, e faleceu no dia 18 de maio de 1978. 

O Floresta é mais um dos tantos lugares agradáveis para morar em Arcos.