Supervisor denuncia: “falta de veículo paralisa vistoria da Vigilância Sanitária de Arcos” 

O supervisor da VISA explica que o problema se agravou após o término das eleições

Supervisor denuncia: “falta de veículo paralisa vistoria da Vigilância Sanitária de Arcos” 

Depois de constatar diversas postagens nas redes sociais, mostrando avisos afixados nas grades da fachada da sede da Vigilância Sanitária (VISA), informando sobre a suspensão das inspeções da VISA, o CCO entrevistou o supervisor da VISA, Ismeraldino Berigo da Silva, para esclarecer a situação.


Ismeraldino Berigo da Silva, Supervisor da VISA


Nos cartazes estava a seguinte informação: “Aviso. Inspeções suspensas. Motivo: Falta de veículo. Vigilância Sanitária”. Outros cartazes maiores, com o título 'Comunicado' estavam afixados na área interna com dizeres semelhantes.

Cartaz informa a população do problema


Sem veículo 

O supervisor iniciou dizendo que a situação da falta de veículo havia se agravado após as eleições, pois, segundo ele, o setor vem trabalhando há quatro anos sem veículo próprio, dependendo da boa vontade do setor de Transportes da Prefeitura de Arcos. “O chefe dos Transportes anterior sempre cedeu carro para a gente. Daí, ele se afastou para concorrer nas eleições e recebemos um carro em condições precárias que logo começou a dar problema” – disse.

Neste momento, a entrevista foi interrompida pela constatação de que o secretário de Saúde, Tiago Carvalho estava arrancando os cartazetes das grades e afastando-se rapidamente do local, sem que o CCO pudesse conversar com ele.

Avisos foram arrancados das grades

Continuando a entrevista, o supervisor disse que em uma entrevista de rádio, durante o período eleitoral, um candidato teria sido questionado sobre a falta de atuação da VISA. Diante do questionamento, Ismeraldino enviou mensagem para a rádio explicando que a suposta falta de atuação se devia exclusivamente à ausência de veículo para deslocamentos. “Como podemos trabalhar se não temos veículos para deslocamento?” Ismeraldino disse também que postou uma manifestação no grupo Política Arcos do Facebook.

Ele conta: “Logo depois dessa publicação, chegou um carro pra nós aqui. O carro ficou com a gente alguns dias. Mas, como era do setor de Endemias, o chefe do setor buscou o carro, deixando outro sem condições, no lugar”.

Ele explicou ainda que o setor não ficou completamente parado. Mesmo sem veículo, a equipe de fiscalização realizou algumas inspeções, deslocando-se a pé, em estabelecimentos próximos. Ele exemplificou, dizendo que, entre outros locais, está com uma inspeção prevista para o ambulatório na CSN e não havia conseguido veículo para tanto.

Uso dos veículos da prefeitura

Ismeraldino denunciou o mau uso dos veículos da Administração Pública: “O ruim disso é que, enquanto a gente fica aqui precisando de carro para trabalhar, tem carro carregando aluno pra escola, tem carro oficial ‘dormindo’ na porta de casa...”.

Ele complementou usando o exemplo de reportagem veiculada pelo Jornal CCO, mostrando um veículo oficial fazendo compras num supermercado da cidade à noite (https://www.jornalcco.com.br/veiculo-da-prefeitura-de-arcos-no-supermercado-bh-as-18h23-de-ontem). Daí, ele questionou: “Como é que nós não temos carro pra trabalhar e tem carro para fazer compras, depois do horário de expediente? ... a minha queixa, não é em vão. Por isso é que eu decidi fazer este manifesto” – justificou”.

Aparece um veículo

O supervisor continuou relatando que, pouco antes da entrevista ao CCO, uma servidora que trabalha com o Secretário de Saúde Tiago Carvalho, havia lhe trazido as chaves de um automóvel ARGO, identificado como sendo do setor de Endemias.



No entanto, a exemplo de outras situações ele disse à servidora: “Diga para ele [secretário Tiago] que não adianta deixar o carro e daqui meia hora vir pegar de volta porque estamos precisando o veículo”. Ele receia que veículo seja tomado de volta, logo que o problema deixar de ser assunto.

Ele acredita que mais de 50 vistorias deixaram de ser realizadas, com prejuízo para a população que fica sem o serviço de fiscalização que garante o cumprimento das normas sanitárias, no Município.

As dificuldades são maiores

Ismeraldino também informou que há outras dificuldades que aguardam a ação do Executivo Municipal, tais como falta de servidores para a fiscalização e de profissionais da área de saúde para atividades específicas.

Documentos aguardam avaliação de profissionais de saúde


Para concluir, Ismeraldino mostrou os problemas estruturais do prédio, que apresenta vazamentos e infiltrações de água da chuva, alagando salas e resultando em mofos nas paredes da Vigilância Sanitária de Arcos.

Má conservação: infiltrações permitem a entrada de água e provocam mofo nas paredes

O CCO enviou mensagens ao Secretário Tiago Carvalho, oportunizando sua manifestação e até a publicação desta matéria, não recebeu resposta. Ainda assim, o CCO continua à disposição para publicar eventual manifestação, ou atualizando a matéria publicada, ou publicando nova matéria.

O CCO continuará acompanhando o caso...