Usuários da BR-354, em Arcos, pedem sinalização da via e passarela para pedestres

Diante da dificuldade na travessia de carros e pedestres no trecho da BR-354, localizado próximo à PUC, a presença do CCO foi solicitada, pelo vigilante Paulo Frederico Teixeira, na tarde da última terça-feira, 22. A reportagem ouviu motoristas, pedestres e um policial militar rodoviário, para saber quais as principais reivindicações e o que seria ideal para resolver o problema.

O vigilante Paulo Frederico Teixeira diz que já buscou ajuda junto ao Ministério Público local, aos vereadores, junto à Administração Municipal e ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), mas não obteve resposta. Segundo Paulo, o próximo passo será acionar o Ministério Público Federal para agilizar o processo. 

Ele diz que em horários de pico são comuns cenas de pedestres dividindo espaço com carretas, caminhões, carros e motos, na tentativa de atravessar a rodovia sentido Calcita/Centro e ou vice versa.

A auxiliar de serviços gerais Renata Aparecida da Silva, que mora no bairro Brasília, mas está construindo no Calcita, diz que seu maior sonho é a instalação de passarelas no local. Ela conta que há promessas de instalação, mas nunca foi cumprida. “É ruim, preocupa. Às vezes fica difícil passar. Nosso sonho é a passarela. Ia facilitar muito, porque a gente não ia preocupar com veículo, né? Que eu morei aqui já tem cinco anos e a promessa já era antiga de colocar a passarela. Entra governo, sai governo, e nada”, ressalta.

Até mesmo crianças foram flagradas atravessando a BR, após a saída da escola. Uma criança de 12 anos, que estuda na escola municipal José Bonifácio, no bairro Calcita, conta que mora no bairro Brasília e que todos os dias, quando atravessa a rodovia para ir ou voltar da escola, tem medo de ser atropelada por um caminhão. “Tenho medo de atravessar aqui sozinho. Tenho medo de caminhão atropelar a gente”. Ele estava na companhia das duas irmãs, uma de 9 e outra de 7 anos.

Quem também demonstra preocupação com a situação é a supervisora da escola, Jusciléia de Fátima Neves, que há dez anos atravessa a rodovia de carro para ir trabalhar. Ela defende uma nova estrutura na pista para melhorar a situação. “Olha, acredito que precisa de uma nova estrutura com relação ao trânsito aqui. Temos alunos que moram do outro lado da BR. Nós, há três anos aproximadamente, perdemos um aluno atropelado, por questão de alta velocidade, imprudência dos motoristas. Então, eu acredito que a gente tenha realmente que chegar ao poder público e requisitar alguma providência para isso. Porque é vida de criança, é vida de idoso, é mãe buscando filho na escola. Acredito que a gente precisa sim de chegar ao poder público e pedir alguma providência para que possa ter melhorias. Porque não tem como a pista não passar por aqui, mas uma estrutura bem feita que dê ao pedestre maior segurança de transpor a via, seria necessário sim. [...]Olha, por Arcos ser uma cidade de grande volume de carretas, eu acredito que seria interessante, não vou falar em um ano, mas o mais breve possível, fazer ou uma passarela ou um trevo com elevação. Basta ter vontade política para fazer. Porque o município tem um poder aquisitivo bom em relação ao recolhimento de impostos. Acho que se unir os poderes públicos Federal, Municipal, Estadual, em um período breve de tempo, dá para fazer essa estrutura nova nessa rodovia. Já tem acontecido muitos acidentes e coisas desagradáveis aqui”, ressalta.

Estatísticas

De acordo com dados apurados pela Polícia Rodoviária Estadual, posto em Formiga no trecho que corresponde aos quilômetros 470 ao 476, considerado perímetro urbano de Arcos, foram registrados 76 acidentes de janeiro de 2011 a abril deste ano. Quarenta pessoas ficaram feridas leve ou gravemente e quatro morreram. Na opinião do Sd. Henrique Alves, para se evitar os acidentes é preciso conscientização, e para facilitar a vida de quem transita pela rodovia é preciso melhorar a via. “Primeiramente, conscientização dos motoristas e posteriormente dos pedestres, ciclistas. O que deve ser feito para melhorar aqui é a sinalização do quebra-molas que existe. A princípio foi criado o semáforo, o que já diminui muito a incidência de acidentes. Posteriormente a criação de um trevo em frente à PUC. E para melhorar mais, a elevação da rodovia, que solucionaria definitivamente o problema da cidade de Arcos e facilitaria o fluxo de veículos para dentro da cidade”, conclui.

Responsáveis pelo DNIT não são encontrados 

A BR-354 é de responsabilidade do DNIT. Qualquer intervenção a ser feita na via precisa ser comunicada ao órgão que irá analisar o processo para permitir ou não a intervenção. Diante disto, a reportagem do CCO tentou contato com o supervisor do DNIT em Oliveira, Sílvio Duarte, na tarde da última quarta-feira, 23. Porém, foi solicitado que a Assessoria do DNIT em Belo Horizonte fosse contatada, uma vez que Sílvio estava viajando. Ao ligar para a Assessoria, não foi possível falar com nenhum responsável, já que por várias vezes o telefone passado à equipe não completou as ligações.

Assessoria do Governo Municipal se manifesta

O CCO também enviou e-mail à Assessoria de Comunicação da Administração, na última quarta-feira, 23, pedindo explicações referentes à instalação de passarelas e divisão de responsabilidades. Em nota, a Assessoria disse que há estudos de melhoria do trânsito no local. “A Prefeitura estuda medidas semelhantes às aplicadas em outros cruzamentos (Pulo do Gato e Teixeirinha) para controlar e melhorar o trânsito no local citado”. Em relação ao valor de investimentos, o assessor de Comunicação Márcio Ferreira informa que ainda não foram definidos e a data de execução também foi determinada.

Quanto à competência de execução de obras ao longo do perímetro urbano da BR, Márcio conclui dizendo que “o Governo de Arcos trabalha junto ao Governo Federal para melhorias ao longo de todo o trecho da rodovia BR 354 que corta o perímetro urbano de Arcos”. E acrescenta: “Medidas como a construção de marginais no bairro Esplanada e São Judas, semáforos e sinalização já contribuíram sensivelmente para a melhoria no trânsito”.

Matéria publicada no jornal CCO, edição de 27 de maio de 2012