Vacinação contra HPV em Arcos: em 2022 foram aplicadas 557 vacinas (1ª dose) e 339 (2ª dose)

A cobertura disponibilizada no Estado, pelo SUS, para meninos e meninas de 9 a 14 anos, está abaixo do preconizado pelo Ministério da Saúde

Vacinação contra HPV em Arcos: em 2022 foram aplicadas 557 vacinas (1ª dose) e 339 (2ª dose)
Foto de Dirceu Aurélio Imagem MG Agência Minas

A pandemia de Covid-19 – que chegou ao Brasil em 2020 e já se foi em 2022 – causou tanto alarde que acabou centralizando praticamente todas as atenções.

Outras doenças acabaram ficando esquecidas por certo período, mesmo necessitando de toda atenção, como é o caso das cardiovasculares que, em pleno 2020, foram a “primeira causa de morte na União Europeia”, sendo que a Covid ficou em terceiro lugar. Essa informação foi publicada ontem (7 de março de 2023), na Agência Brasil de Notícias, que citou o Gabinete de Estatísticas da EU – Eurostar, como fonte.

Até mesmo a prevenção ao câncer ficou um pouco no esquecimento por parte da população. De acordo com divulgação feita na Agência Minas no dia 13 de janeiro de 2023, a cobertura vacinal contra HPV – disponibilizada pelo SUS para meninos e meninas de 9 a 14 anos – está abaixo do preconizado pelo Ministério da Saúde, que é de 80% nos grupos elegíveis. 

Alguns pais e responsáveis ficam em dúvida e argumentam: Por que se deve vacinar, nessa idade, contra infecção sexualmente transmissível? Porque é mais favorável que a vacinação seja feita antes do início da vida sexual.  

Em Arcos, no ano 2022, foram aplicadas 557 vacinas referentes à primeira dose e 339 referentes à segunda dose. O CCO obteve a informação por meio da enfermeira Ângela Margarete, responsável técnica pela Imunização no Município. Perguntamos quais eram as metas para cada dose, com o intuito de saber se foram atingidas. Fomos informados que essa projeção é feita pelo nível Central e que essa análise ainda não foi feita. A projeção é feita com base no IBGE. 

Quanto aos períodos de vacinação, a enfermeira informa que se trata de uma vacinação de rotina, disponibilizada em todas as Salas de Vacina em Arcos.

Na matéria da Agência Minas, está o seguinte comentário do secretário de Estado de Saúde, médico Fabio Baccheretti: “Essa é a idade certa para que se proteja por toda a sua vida. Temos vacinas sobrando nos postos, porque menos da metade dos adolescentes tomaram duas doses”. 

A CNN Brasil publicou, em novembro de 2021, matéria informando que a baixa adesão à vacinação de HPV contribui para aumento dos casos de câncer no útero.

Infecção sexualmente transmissível 

No site saude.mg.gov.br/hpv estão todos os detalhes sobre o HPV, que é uma infecção sexualmente transmissível (ISTs) causada pelo Papilomavírus humano (HPV). O vírus atinge a pele e as mucosas, podendo causar verrugas ou lesões percursoras de câncer, como o câncer de colo de útero, garganta ou ânus. Cada tipo de HPV pode causar verrugas em diferentes partes do corpo.

Existem mais de 200 tipos de HPV - alguns deles podendo causar câncer, principalmente no colo do útero e do ânus. A doença é conhecida como condiloma acuminado ou, popularmente, como verruga genital, crista de galo, figueira ou cavalo de crista. A infecção pelo HPV normalmente causa verrugas de tamanhos variáveis. No homem, é mais comum na cabeça do pênis (glande) e na região do ânus. Na mulher, os sintomas mais comuns surgem na vagina, vulva, região do ânus e colo do útero. As lesões também podem aparecer na boca e na garganta. Tanto o homem quanto a mulher podem estar infectados pelo vírus sem apresentar sintomas.

A principal forma de transmissão desse vírus é pela relação sexual. Para ocorrer o contágio, a pessoa infectada não precisa apresentar sintomas. Mas, quando a verruga é visível, o risco de transmissão é muito maior. O uso de preservativo durante a relação sexual geralmente impede a transmissão do vírus, que também pode ser transmitido para o bebê durante o parto.

Vacina também para grupos especiais 

O governo de Minas informa, no Site da Saúde, que o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza a vacina contra o vírus HPV para meninas e meninos de 9 a 14 anos (14 anos, 11 meses e 29 dias); homens e mulheres transplantados; pacientes oncológicos em uso de quimioterapia e radioterapia, e pessoas vivendo com HIV/Aids.

São duas doses, com intervalo de seis meses entre as doses, de 9 a 14 anos de idade (14 anos, 11 meses e 29 dias) para meninas e meninos;

Já para os grupos com condições clínicas especiais, pessoas de 9 a 45 anos de idade, vivendo com HIV/Aids, transplantados de órgãos sólidos e de medula óssea e pacientes oncológicos, a orientação é para administrar três doses da vacina com intervalo de dois meses entre a primeira e segunda dose e seis meses entre a primeira e terceira dose (0, 2 e 6 meses). Para a vacinação desse grupo, mantém-se a necessidade de prescrição médica.

Com a vacinação da população masculina é possível prevenir os cânceres de pênis, as lesões ano-genitais pré-cancerosas e as verrugas genitais. “Além disso, por serem os responsáveis pela transmissão do vírus para suas parceiras, ao receberem a vacina, os homens colaboram com a redução da incidência do câncer de colo de útero e vulva nas mulheres, prevenindo também casos de cânceres, boca, orofaringe, bem como verrugas genitais em ambos os sexos”, informa o Governo do Estado.

Com informações da Agência Minas de Notícias e da Secretaria de Saúde do Estado. 

Matéria produzida na Redação do Jornal e Portal Correio Centro Oeste. Jornalistas e proprietários de veículos de comunicação que desejam reproduzir nosso conteúdo devem citar a fonte: jornalcco.com.br