Voluntários do Bem: superar desafios e ajudar quem precisa

Voluntários do Bem é um grupo de pessoas interessadas em solidariedade. Estão trabalhando em Arcos desde 2021 e ajudando quem necessita, como no caso do menino João Miguel (6 anos) que precisava de uma cirurgia para a remoção das amígdalas e adenoides. 

O procedimento vai acontecer: a campanha arrecadou o suficiente para a cirurgia e, no próximo dia 4 de abril, o menino estará, com sua mãe, em Belo Horizonte, para realizar o tão sonhado e necessário procedimento.

Para conhecer um pouco mais sobre esse grupo solidário, convidamos a idealizadora e presidente, Graziela Teixeira (graduada em Serviço Social) e sua vice-presidente e tesoureira, Elisângela Cristina Silva Lima, para contarem sobre os Voluntários do Bem.

Graziela, desde que estava na graduação, nutria o desejo de fazer algo em benefício das pessoas necessitadas. “Pensei até em ter um orfanato” – lembra. 

Ela conta que já conhecia Elisângela de um grupo de oração e que ela tem mérito na criação e no desenvolvimento do grupo. Ambas participavam de outros grupos e trabalhos solidários e, no dia 18/04/2021, criaram o grupo Voluntários do Bem via aplicativo.

A estratégia para reunir colaboradores foi simples: convites pelo aplicativo de mensagens às pessoas conhecidas, de forma aleatória. Houve boa adesão e, hoje, o grupo tem por volta de 65 participantes. Mas, Graziela diz que, no grupo que foi formado, algumas pessoas ingressaram com interesse de resolver suas próprias carências. “Essas pessoas são necessitadas e não voluntárias. Estamos fazendo uma triagem, procurando conhecer os efetivos participantes”. Ela diz que, quando percebem que um participante do grupo está nessa situação, explicam que o grupo é para quem pode ajudar de alguma forma, seja com doações em dinheiro, seja pela aquisição de medicamentos ou com seu trabalho, para ajudar outras pessoas. Daí, a pessoa é retirada do grupo, pois é ela quem está precisando de ajuda.

Campanha do Leite

Foi uma das primeiras ações iniciadas pelo grupo. Quem recebe os pedidos é Elisângela, que trabalha num supermercado. “Pegamos os dados para cadastrar a pessoa. O cadastro serve para fazer uma triagem e verificar a real necessidade e fornecermos a quantidade necessária de leite. A ajuda é feita uma única vez ao mês”, explica. Graziela acredita que não se deve criar dependência; o objetivo é solucionar o problema naquele momento específico. Ao ajudar, elas orientam as pessoas a procurarem o Município para fazer um cadastro junto ao Centro de Referência e Assistência Social (CRAS) ou Secretaria de Integração Social, para solicitar auxílio que é responsabilidade do Município. “Não queremos que a pessoa passe a viver na dependência, nem estimular a mendicância” – afirma Graziela. Ela destaca que o objetivo do grupo é atender emergencialmente o problema específico e encaminhar aos órgãos públicos.

Para a Campanha do Leite, a entidade conta com o patrocínio fixo de 20 colaboradores que, regularmente, doam caixas de leite ou depositam valores via Pix para atender à demanda mensal.

Outro encaminhamento que oferecem é ao Sopão Solidário. Mas, só funciona para aqueles que têm como se deslocar. Há casos em que as pessoas enviam mensagens, dizendo que não têm o que comer em casa, com fotos e vídeos dos armários e geladeiras vazias. “Corta o coração da gente”.

Outras ações já realizadas

Além da recente bem-sucedida campanha em prol da cirurgia do menino João Miguel, Elisângela lembra de outras ações. A campanha para arrecadar fundos para realizar cirurgia de catarata, Festa de Natal para as crianças do bairro Brasília, entre outras atividades pontuais e individualizas, tais como coleta para cestas básicas. 

Graziela lembra de um desafio significativo que foi obter recursos para o pagamento de uma conta acumulada da companhia de energia elétrica. A pessoa locou um imóvel que estava com pendência nas contas de luz num valor aproximado de R$ 3 mil. As contas eram do antigo morador, desconhecidas para a pessoa. 

Objetivo: transformar-se em ONG

O grupo não tem sede. Quando necessitam, reúnem-se no espaço da Associação Atlética Arcoense (AAA), uma vez que dois dirigentes da Associação fazem parte dos ‘Voluntários’.

Estão planejando elaborar o estatuto para formalizar a organização, especialmente para abertura de conta bancária em nome dos Voluntários do Bem. Por enquanto, todas as operações que envolvem recursos são realizadas via Pix em nome da vice e tesoureira, Elisângela, que, por sua vez, presta contas de cada operação. Como exemplo, elas relataram e enviaram ao CCO os comprovantes de pagamento das despesas da operação do João Miguel.

Enfim, Voluntários do Bem está aí para ajudar. É mais um grupo que comprova a solidariedade arcoense. Os telefones de contato dos Voluntários do Bem são: 37 99138-3723 (Graziela) e 37 99868-1332 (Elisângela).

Matéria produzida na Redação do Jornal e Portal Correio Centro Oeste. Jornalistas e proprietários de veículos de comunicação que desejam reproduzir nosso conteúdo devem citar a fonte: jornalcco.com.br