1907: o progresso chegou!

1907: o progresso chegou!

Foi com a instalação de uma ferrovia que o crescimento de Arcos começou a alavancar, em 1907, influenciado também pelo começo das atividades mineradoras de calcário. O povoado foi crescendo e, assim, ganhando autonomia, oficializada no final da década de 30 com emancipação arcoense. Na época, Arcos já possuía 100 engenhos de cana (utilizados para moagem destinada à fabricação de aguardente e rapaduras), uma oficina mecânica, uma carpintaria, um forno de fundição, duas máquinas de arroz, duas fábricas de móveis, duas selarias, cinco barbearias, uma fábrica de bolachas finas, três alfaiatarias, uma tipografia, várias sapatarias e algumas pequenas indústrias individuais.

Essa estrutura foi ampliada ainda mais nos anos 40, quando a cidade ganhou uma fábrica de manteiga, uma de farinha de milho e de mandioca, uma cerâmica e uma fábrica de gordura de porco, formando um caráter industrial que contrastava com o perfil até então essencialmente agrícola do município. 

Arcos também contava, já em seus primeiros anos de “liberdade”, com dois consultórios médicos (dirigidos por Dr. João Vaz da Silva Sobrinho e Dr. Ozório de Souza Oliveira); duas farmácias (de Donato Rocha, Wagner Reis e Geraldo Fonseca); três gabinetes dentários, oito casas comerciais de tecidos, ferragens, chapéus, calçados e outras; cerca de 40 tavernas, bares e cinco açougues.

Em relação à comunicação, a sede do município era servida pelo telégrafo da Rede Mineira de Viação e por uma rede telefônica que permitia contato com a cidade de Formiga e com os distritos de Pains e Porto Real. E isso em uma cidade com 33 aparelhos receptores de rádio telefonia e o telégrafo postal. 

Nessa época, as riquezas minerais começaram a se tornar evidentes em Arcos a partir da incidência freqüente de moradores encontrando pedras com valores notáveis nos arredores do muncípio. 

Posteriormente, com o final da II Guerra Mundial, um surto progressista tomou conta da cidade e em 1954 Arcos já registrava exportação de manufaturados, matérias-primas, produtos agropecuários e grande quantidade de suínos para corte. Um ano depois, a fabricação de cal passou a atingir escalas relevantes a partir da instalação das empresas Nilton Teixeira Câmara & Cia. e Indústria Mineração Cal-Cimento.

Esse ritmo continuou na década de 60: a produção de arroz do município só perdia para Formiga; a de cana-de-açúcar somente para Japaraíba; a de laranja somente para Carmo do Cajuru; a população bovina só ficava abaixo da de Santo Antônio do Monte e a produção avícola e de suínos era a maior de todas na região. Na mesma década, a estação repetidora de TV foi instalada na cidade. Arcos começou a interagir com o mundo.