Dona Maria: um exemplo de mãe, avó e bisavó

Dona Maria é uma mãe, avó e bisavó com “cabelos de algodão”. Aos 88 anos, continua a educar, com atitudes

Dona Maria: um exemplo de mãe, avó e bisavó
Nesse dia, Dona Maria relembrou do hábito de fiar de sua mãe, Dona Conceição


Maria José Veloso Miranda, de 88 anos, nasceu na zona rural de Santo Antônio do Monte (MG), no dia 26 de junho de 1935, filha de Conceição Maria Veloso e José Rodrigues Veloso.

Atualmente, Dona Maria é a mais velha dos 11 filhos do casal Conceição e José. Ao todo, eram seis homens e cinco mulheres. Dentre seus irmãos, ela perdeu cinco. Hoje, tem duas irmãs e três irmãos vivos.

Em 1954, aos 18 anos, casou-se com Amazil Rodrigues Miranda, passando a morar em Arcos. No início, morou na zona na rural Santana; depois, a família mudou-se para o ‘São Domingos’. Quando chegou a época de matricular os filhos na escola, nova mudança, mas, dessa vez, para a zona urbana de Arcos. 
O casal teve oito filhos: Salvador, José, Geraldo, Sílvio, Rita, Maria das Dores (faleceu quando bebê), Aparecida (faleceu aos 33 anos) e Neusa (faleceu aos 63 anos).

Dona Maria tem oito netos e quatro bisnetos

Dona Maria, filhos, noras e genro

A filha caçula, Rita Miranda Santana, conta que o pai, que era pequeno produtor, manteve a propriedade rural, nas proximidades da cachoeira ‘Usina Velha’. Sr. Amazil e os filhos mais velhos criavam gado para fornecimento de leite à Nestlé e cuidavam das pequenas lavouras. Diariamente, iam e voltavam da roça.

Enquanto o marido lidava na roça, Dona Maria trabalhava nos afazeres da casa na cidade e costurava – para a família e também sob encomenda – para ajudar nas despesas.

Ficou viúva aos 56 anos de idade, há 32 anos. Quatro anos antes da morte do Sr. Amazil, a filha Aparecida havia falecido. Ela era casada e deixou três filhos: dois meninos (de 10 e 7 anos na época) e uma menina (de 9 anos na época). Avó amorosa e dedicada, ela ajudou o genro nos cuidados com as crianças. Décadas depois,

Dona Maria também ajudou o filho José, na criação da filha dele, que, aos 16 anos, perdeu a mãe. 

A morte da filha Neusa foi em 2021.  Neusa, que era viúva e morava com Dona Maria, deixou um filho com 19 anos. Ele permanece na casa com a avó, sendo a companhia frequente dela, assim como a auxiliar Marly, que realiza os serviços domésticos.

Rita comenta que a mãe dela vivenciou o luto diversas vezes e sofreu muito em cada um deles, mas ela mantém a fé, não reclama e tem ótimo humor. “Ela sempre conversa com Deus, em oração! Se ela não está trabalhando, está rezando o rosário, lendo as novenas ou assistindo às missas e programação cristã e noticiosa. Ainda gosta de trabalhar com costura, fazendo colchas de retalho e seus vestidos. Tem sua rotina e isso faz bem a ela”.
Diariamente, recebe as visitas dos filhos, irmãos e amigos. A casa de Dona Maria é a típica ‘casa de vó’, marcada pela simplicidade e onde há vários oratórios para suas preces diárias.

Fé e devoção

Religiosa, ela também assiste à Santa Missa aos domingos, celebrada pelo Pe. Luciano Gontijo Pires na igreja Bom Pastor, da Sociedade Pequeninos de Deus. 

Além da ida à missa, Dona Maria gosta de visitar seus familiares, ir à Capela do Santíssimo Sacramento e passear por aí para tomar sorvete ou açaí. Tem o hábito de fazer compras nas lojas de tecidos em Divinópolis e também em Arcos. Por onde passa, atrai olhares de admiração, respeito e simpatia. É uma típica vovó de contos de fadas, com "cabelos de algodão", daquelas que fazem o coração da gente ficar protegido carinhosamente, só de olhar.

A filha caçula relatou a história, numa homenagem de todos os filhos. Ela diz que sua mãe é a mulher mais sábia e serena que conhece, abençoada com virtudes como generosidade, temperança e modéstia. "Conviver com ela é um privilégio e um presente de Deus. Com gestos e atitudes, ela sempre tem algo a ensinar; ensina pelo exemplo, sem saber que está ensinando" – diz Rita, sorrindo.

A filha destaca que a família é grata à Marly, que é auxiliar de Dona Maria, providenciando os afazeres da casa. “Agradecemos também a todos os médicos e enfermeiros que cuidam dela com tanto carinho quando ela adoece”.

Na história de Dona Maria, que tem nome mãe, o Jornal Correio Centro-Oeste homenageia, no seu dia, todas as mães, biológicas e/ou de coração. Feliz e abençoado Dia das Mães!