Imagem de Nossa Senhora do Carmo está em Arcos há mais de 132 anos

Ela foi trazida da França em 1891, 32 anos depois da instituição da paróquia

Imagem de Nossa Senhora do Carmo  está em Arcos há mais de 132 anos

A história da padroeira Nossa Senhora do Carmo em Arcos tem várias peculiaridades que poucas pessoas da cidade sabem contar. Em entrevista concedida ao CCO em 2003, o então pároco José Batista disse que a escolha da padroeira foi motivada por uma encomenda feita pelo doador do patrimônio para a igreja, devoto de Nossa Senhora do Carmo. "Em minhas pesquisas sobre como foi escolhida a santa protetora de Arcos, sei que foi através deste fato. No entanto, não há na paróquia de Arcos manuscritos da época com outras informações sobre ele (o doador)", disse Pe. Batista.

Quando esta reportagem foi feita, em 2003, o então pároco indicou a professora aposentada Julieta Carvalho de Sousa (82 anos na época e 88 atualmente), para relatar suas lembranças. Em entrevista ao CCO, Dª Julieta Sousa disse que a chegada da imagem de Nossa Senhora do Carmo a Arcos foi presenciada pela mãe dela, Francisca Leopoldina de Carvalho, que na ocasião tinha apenas 11 anos.


Quando chegaram ao 'Arraial de Arcos', o andor já havia sido preparado e as pessoas esperavam ansiosas a chegada de Nossa Senhora. Descoberta a imagem, as pessoas ficaram maravilhadas, fazendo várias exclamações sobre a beleza de Nossa Senhora do Carmo. Todos, em seguida, saíram em procissão até a igreja", descreve Dª Julieta Sousa os relatos que ouviu da mãe, quando criança. 


 "A minha mãe falava que a imagem da santa foi esculpida na França, por um artista do mesmo país. Para que ela seguisse toda a trajetória até o Brasil, tinha que traçar um longo caminho", rememorou Dona Julieta. Ela também contou que, nas palavras da mãe dela, a chegada da imagem da padroeira a Arcos teve passagens por várias cidades antes de chegar ao seu destino final. "Ela foi levada para o Porto Marítimo da França e embarcada num navio. A embarcação atracou no Brasil em 1891, no Porto Marítimo do Rio de Janeiro. Levou cerca de dois meses para a imagem chegar ao Brasil. Quando foi retirada do navio, a santa foi levada até a alfândega, ficando sob a proteção dos funcionários desse setor portuário. Dali ela seguiu para a Central do Brasil (estação ferroviária, hoje já desativada) com destino a Belo Horizonte. Em Belo Horizonte, seguiu pela Rede Mineira de Viação até Oliveira, porque no 'Arraial dos Arcos' não havia, naquela época, via férrea", relatou Dª Julieta, as histórias que um dia ouviu da mãe.  

"As pessoas que foram buscar a imagem de Nossa Senhora do Carmo foram de carro de boi, tendo como carreiro Orozimbo Pereira e candeeiro José Marçal. Também estiveram presentes outros dois cavaleiros que fizeram a guarda de honra da imagem. Ao chegar em Oliveira, eles retiraram a embalagem que cobria a santa desde a sua saída da França, para ver se ela havia sofrido algum dano com a viagem. Conferido o perfeito estado em que se encontrava a imagem, eles seguiram em comitiva para Arcos. Quando chegaram no 'Arraial de Arcos', o andor já havia sido preparado e as pessoas esperavam ansiosas a chegada de Nossa Senhora. Descoberta a imagem, as pessoas ficaram maravilhadas, fazendo várias exclamações sobre a beleza de Nossa Senhora do Carmo. Todos, em seguida, saíram em procissão até a igreja", descreve os relatos que ouviu quando criança.

Em 1991 foi realizada a festa de centenário da chegada da padroeira em Arcos, com celebração feita pelo então pároco da cidade, Monsenhor Eustáquio Afonso de Sousa. Considerando que a paróquia foi instituída em 1859, quando a imagem foi trazida da França, há 119 anos, a paróquia já existia há 32 anos. 

HISTÓRICO SANTO - A cada geração aumenta o número de nomes com que a humanidade se dirige à mãe de Deus. Alguns títulos surgiram em situações históricas ou em lugares que existem relatos sobre sua aparição, como por exemplo, Nossa Senhora de Guadalupe, Nossa Senhora de Lourdes, Nossa Senhora Aparecida e Nossa Senhora de Lourdes. Outros, como: Mãe dos boias-frias, Mãe dos sem-teto e Mãe dos sem-terra revelam a devoção do povo sofrido e marginalizado.

O título 'Senhora do Carmo' é uma adaptação de 'Senhora do Carmelo'. Está ligado ao Monte Carmelo em Israel, que se tornou um mosteiro de onde surgiu a devoção à santa. De acordo com citações do livro 'Escapulário de Nossa Senhora do Carmo', do Frei Patrício Sciadini: "No Carmelo, a Virgem de Nazaré é venerada como aquela que orienta toda a vida, é modelo perfeito do ser sagrado ao Senhor".


O ESCAPULÁRIO - Intimamente ligado à história de Nossa Senhora do Carmo e aprovado pela Igreja Católica há sete séculos, o Escapulário é conhecido como 'armadura da fé'. Em 1595, na Espanha e na Itália, quase todos o usavam, como forma de proteção. Hoje, foi reduzido a um acessório que se usa no pescoço, com a estampa da santa.

Conta a história, que São Simão Stock, inglês que dirigia a Ordem Carmelita, rezava sem cessar para que Maria se manifestasse a ele por meio de um sinal. Segundo relatos passados de geração em geração, em 1251, para mostrar seu amor aos carmelitas, a virgem teria entregado o Escapulário para ele, dizendo: 'O escapulário será para ti e para todos os carmelitas um privilégio, e quem morrer revestido como ele não sofrerá as penas do inferno, será salvo".

Em 1314, aparecendo ao Papa João Paulo XXII, novamente teria prometido proteção especial aos que usassem o escapulário, acrescentando que os livraria do purgatório, no primeiro sábado após sua morte.

Construção da Matriz

Jornal “A Voz de Arcos” – 18 de agosto de 1942

Prosseguem ativa e ininterruptamente, sob os melhores auspícios, os trabalhos de reconstrução da nossa igreja.

A comissão incumbida de levar avante esse grande inadiável empreendimento tem envidado inauditos esforços no sentido de ficar pronto enquanto antes, ao menos o telhado, em ordem a se evitarem as chuvas no interior do edifício, o que muito dano viria a causar.

Por iniciativa do Sr. presidente da comissão, Dr. Moacir Dias de Carvalho, que se tem empenhado valorosamente para levar a bom termo a tarefa a que se impôs, vieram a esta cidade dois técnicos para examinarem o serviço e apresentarem sugestões a respeito do modo pelo qual se devem encaminhar os trabalhos  de modo a se conciliar em tanto quanto possível a estética e segurança do nosso templo.


Arcos já tem Curso Normal 

Jornal “O Arqueano” – 7 de setembro de 1968

Arcos recebeu em 1968 mais um estabelecimento de Ensino Médio, segundo ciclo, o Curso Colegial Normal.

Este grande e importante acontecimento contou com o trabalho do Ilmº Revmº Sr. Cônego Geraldo Mendes Vasconcelos, que se colocou à frente de uma equipe com iniciativa e trabalho.

Houve soma de esforços, identificação de ideal durante o trabalho de organização e fundação do Colégio Normal Paroquial.

Hoje o Colégio Normal em Arcos é uma realidade, aprovado pela portaria número 228/68 publicado em 10/08/68.

Funcionou o Colégio Normal Paroquial com o 1ºe 2º anos, com 27 alunas jovens, inteligentes, preocupadas em afirmar o ideal pedagógico.


Inaugurada Fazenda Escola em Arcos

Jornal “O Arqueano” – 22 de setembro de 1968

O exemplo pioneiro de Felixlândia, onde o atual Governo construiu uma Fazenda Escola e Fábricas Escolas, obras que já estão sendo intimadas por outros Estados e até mesmo outros países do mundo, está agora sendo repetido em Arcos, para ser atendida uma região de 62 municípios do Oeste de Minas, fornecendo aos fazendeiros oportunidade para o aprimoramento de administradores e capatazes rurais, tudo dentro de uma nova política para o meio rural.