Macedos: bairro de uma das famílias mais numerosas de Arcos

Macedos: bairro de uma das famílias mais numerosas de Arcos
Foto: Jornal CCO

Chega-se ao bairro Macedos descendo pela rua Jacinto da Veiga, à direita da escola estadual Yolanda Jovino Vaz (para quem está transitando pela rua Getúlio Vargas em direção ao Centro).

Nosso entrevistado foi o popular ‘Nenzico Macedo’, que mora na rua Messias Macedo/esquina com Jacinto da Veiga. Ele estava de fora da casa dele, quando nos aproximamos. O nome é José Teixeira da Cunha. Nenzico Macedo é o apelido, porque ele é da família Macedo, considerada uma das maiores de Arcos. 

Era caminhoneiro e também tem uma propriedade rural. Hoje, aos 83 anos, está aposentado. 

Ao perguntarmos sobre a origem do bairro, ele iniciou dizendo: “Macedo era meu avô: Messias Macedo. Isso aqui era tudo do meu avô. Foi ele que doou o terreno do cemitério também. Era uma fazendinha aqui...”.

A mãe de “Nenzico Macedo”, Lumena Maria da Cunha, era filha de Messias Macedo. Depois que loteou o terreno, Messias Macedo doou um lote para cada um dos filhos. “Meu pai [José Teixeira Sobrinho] deu um lote para cada um de nós e ainda sobrou e nós vendemos. Aqui era muito grande”, conta. 

Nenzico mora no bairro há mais de 50 anos, portanto, desde a década de 1970. “Aqui era terra. Tanto que fiz a casa e, na época, eu não sabia como ia ficar a rua. O primeiro calçamento foi feito na época do Collor. Eu tinha um dinheiro lá [guardado no banco]; ele segurou, mas a gente podia tirar para algumas coisas, para pagar contas. Eu paguei o calçamento com o dinheiro que estava preso lá. Tirei para pagar. Minha área é grande: são 12 mais 30 metros descendo aqui (42 metros). Tive que pagar bastante”, lembra.

Ele conta que também providenciou a rede de esgoto, no fundo da casa. “Fui eu que fiz, por minha conta, da minha casa. Eles não quiseram fazer pra mim (a Prefeitura). Eu fui lá em Formiga, comprei uma caminhonete cheia de manilhas e fiz lá embaixo”.

A água da chuva entrava na casa de Nenzico Macedo, até que ele pegou um trator e abriu um buraco na rua

Enquanto conversava com o CCO, ele mostrou que tem uma parte rebaixada no cruzamento da rua Messias Macedo com a Jacinto da Veiga, bem em frente à casa dele.  “Tá vendo isso aqui? Foi eu que fiz. Os carros dão cada cacetada aqui...”, disse, explicando, em seguida, que foi a solução que ele encontrou para que sua casa não fosse mais invadida pela água das chuvas. “Eles não quiseram arrumar pra mim... a água estava descendo lá de cima [rua Jacinto da Veiga] e embocando aqui dentro de casa. Foi na época do prefeito Paulo Marques. Nós discutimos e eu fiquei com muita raiva... Fui lá na roça, peguei um trator e furei uma vala aqui. Falaram que iam chamar a Polícia e eu falei: Não tô nem aí...podem chamar! Era um buracão. A água não entrou aqui mais. Eu fiz por minha conta”.

Recentemente, a rua foi asfaltada. Nenzico Macedo ficou de olho nos trabalhadores e logo pediu para deixarem a via com o rebaixamento, explicando o motivo. O asfaltamento foi feito e o pedido dele foi atendido.

Os condutores de veículos que nunca passaram por lá se assustam com o barulho, porque o parachoque ou o “peito de aço” do carro encostam no chão e é aquela “pancada”. Mas quem já está acostumado com o trajeto, sabe que é necessário reduzir a velocidade e manter o pé no freio.

Sobre o asfaltamento das vias, ele comentou. “O asfato dura pouco, mas está bom”.

Redutor de Velocidade 

Agora, Nenzico Macedo está observando a necessidade de um “quebra-molas” na descida da Jacinto da Veiga. Ele disse que os veículos passam em alta velocidade. “Está acontecendo acidente direto aqui na Jacinto da Veiga. Quero um quebra-molas aqui. Já pedi, mas eles não põem”, reforça o pedido.

Características da família Macedo

A primeira esposa de Nenzico foi Hortência Ferreira da Cunha, com quem teve um filho. Depois de viúvo, casou-se com Adriana Frias da Silva e tiveram duas filhas. Tem três netos, dois bisnetos e o terceiro está a caminho.

Características marcantes da família Macedo são a seriedade, religiosidade e firmeza nas atitudes e na maneira de falar. “Sou católico, vou à missa, gosto de rezar o terço todos os dias e visitar o Santíssimo”.

Ao final, ele acrescentou que outra característica dos Macedos é a braveza. “Somos bravos também!”, concluiu, dando uma risada.  

Fotos: Jornal CCO