Moradores da rua dos Passos continuam preocupados com as consequências das chuvas

A pedido de um morador da rua dos Passos, que ligou para a redação na última segunda-feira, uma repórter do CCO foi ao local. Devido à chuva do último domingo, dia 21, parte do asfalto ficou destruído e, segundo moradores, era impossível sair de casa. Eles também continuam com medo que as chuvas provoquem danos às residências, como aconteceu em outros anos.

“A água sobe e você não consegue andar, nem passar de carro”, afirma Gilmar Teixeira Cardoso, motorista e morador da rua. Ele outros moradores disseram à repórter que isso acontece porque a rua é atingida por toda a água da chuva que vem da praça Floriano Peixoto e do bairro Olaria. “O que a gente quer é uma solução para que essa água da chuva tenha para onde correr. A água fica toda na rua, inunda a casa da gente”, diz a dona de casa Kênia Cristina da Silva. Ela diz estar com muito medo, porque na enchente da avenida sanitária perdeu quase tudo o que tinha na casa. “Daquela vez a água veio toda pra minha casa, pelos fundos, a gente perdeu tudo. Conseguimos levantar tudo, porque somos trabalhadores; mas e se agora acontecer tudo de novo?”, questiona. Ainda segundo Kênia Silva, quando chove todos os moradores da rua dos Passos ficam preocupados. Ela desabafa: “Não adianta nada a Prefeitura ir abrindo ruas em toda a cidade, se não faz um serviço bem feito em cada uma. Eles deviam solucionar os problemas de uma rua para depois construir outras. A gente precisa muito de uma solução”, sugere. 

Kênia Silva diz que além do fato da rua ser mais baixa, outro motivo para essas inundações é o canal que fica na avenida sanitária, que está cheio de mato. Os poucos bueiros também estão entupidos, cheios de terra, e isso faz com que a água não corra.

O Governo Municipal iniciou a construção de bueiros, chamados pelos moradores de “mata-burros”, desde o início da rua dos Passos. Porém, dizem os moradores, os buracos foram feitos e o material está ao lado. “Eles pediram para esperar até a chuva passar, mas olha só, não está chovendo hoje e até agora (13 horas do dia 23/11) ninguém veio fazer nada. Eles (Prefeitura) falaram que vão colocar canaletas para a chuva correr, igual tem na sanitária, disseram que isso vai resolver, mas até agora o Ivan (Ivan Amorim, Secretário municipal de Obras) não apareceu”, reclama o motorista Gilmar Teixeira. Ele afirma que entrou em contato com alguns funcionários da Prefeitura e eles pediram que quando chovesse era pra ligar, para que alguém fosse ao local conferir o que realmente acontece. Os moradores contaram que durante a última chuva, ligaram todo o tempo, mas ninguém nem atendeu ao telefone. 

Sobre a demora das obras, Gilmar Teixeira está ainda mais preocupado, porque os buracos onde serão feitos os bueiros estão protegidos apenas com placas indicativas. Ele acredita que durante uma chuva forte, como a de domingo, essas placas podem ser levadas na enxurrada. “Os bueiros estão todos abertos, é muito arriscado alguém cair neles, principalmente se for criança”, alerta. 

Parte do asfalto é destruída em consequência das chuvas de domingo 

A moradora Maria de Fátima Oliveira faz outra reclamação sobre as obras que foram e estão sendo feitas na rua: “O asfalto foi colocado há menos de um mês; e com a primeira chuva, parte dele já foi destruída. Acho que a água vem passando por dentro desses bueiros, por debaixo do asfalto, e aí ele não aguenta a pressão da água. Tem dois anos que a gente sofre na época de chuva, a gente vem pedindo e não resolve”, conclui. 

Governo municipal se manifesta

O assessor de comunicação da Prefeitura, Márcio Ferreira, enviou um e-mail à redação, na manhã de ontem, esclarecendo os argumentos dos moradores da rua dos Passos. Ele diz que o canal da avenida sanitária é limpo constantemente, que os bueiros da rua dos Passos foram limpos e a nova rede de captação de água é recente. Ele explica que o asfalto estourou devido ao rompimento de uma caixa de esgoto. “O fato aconteceu devido à grande quantidade de água na rede. Muitas pessoas canalizam a água pluvial na rede de esgoto, o que aumenta o volume, além do suportado pela rede. Essa ligação é irregular”, alerta.

Quanto à falta de canaletas para que haja escoamento da água, ele informa que elas estão previstas na obra de asfaltamento e serão providenciadas. Com relação aos bueiros abertos, ele informa que todos estão devidamente sinalizados, as tampas já foram providenciadas e a instalação já foi iniciada. 

 De acordo com os moradores, a água da chuva entra nos bueiros e passa debaixo do asfalto, provocando estragos. Márcio Ferreira nega e explica: “A rede recém-construída está bem abaixo do asfalto. De toda a rua, recentemente asfaltada, apenas pequenos trechos sofreram danos que serão reparados”. 

O assessor de comunicação ressalta: “A nova rede pluvial foi construída justamente para acabar de vez com o problema de inundação de residências, que ocorria depois da construção da avenida sanitária, trecho 2. No final de 2008 e início de 2009, várias casas sofreram com as inundações. Depois das obras do Governo atual, a situação é outra.Vale ressaltar que o volume de chuva no último domingo foi acima da média, e a captação de água da nova rede pluvial foi bem sucedida. Quanto aos estragos provocados pela forte chuva de domingo, a equipe de obras já trabalha no local desde segunda feira”, conclui. 

“O asfalto foi colocado há menos de um mês; e com a primeira chuva, parte dele já foi destruída” - Maria de Fátima Oliveira

O asfalto estourou devido ao rompimento de uma caixa de esgoto, segundo informação da Assessoria de Comunicação da Prefeitura 

Os buracos onde serão feitos os bueiros estão protegidos com placas indicativas. Um morador teme elas sejam  levadas nas enxurradas, provocando riscos de quedas  

O Governo Municipal iniciou a construção de bueiros, chamados pelos moradores de “mata-burros”

“Não adianta nada a Prefeitura ir abrindo ruas em toda a cidade, se não faz um serviço bem feito em cada uma. Eles deviam solucionar os problemas de uma rua para depois construir outras. A gente precisa muito de uma solução” -  Kênia Silva

Matéria publicada no jornal CCO, edição de 25 de novembro de 2010