O desastre no Rio Grande do Sul e a Saúde Mental

Nas últimas semanas estamos acompanhando a tragédia que está acontecendo no Sul de nosso país. E diante de várias notícias que estão sendo divulgadas nas redes sociais mostrando a situação de perto, os resgates e ações humanitárias que estão sendo realizadas.

Esta tragédia não deixa de afetar a todos nós, mesmo que não estejamos vivenciando a situação na pele. Todo o país está se mobilizando para dar apoio ao Rio Grande do Sul, vários movimentos aqui mesmo na cidade de Arcos e toda região estão sendo promovidos para levar ajuda às famílias afetadas. Ainda não é possível prever com dados exatos os estragos que as enchentes causaram, visto a situação ainda persistir. Temos várias pessoas que perderam todos os seus bens materiais em cidades totalmente ilhadas, os prejuízos apresentam proporção ampla tanto para o trabalhador quanto para o empresário.

Como profissional da área da psicologia, não pude deixar de me preocupar com a saúde física e principalmente mental de todas as vítimas e pessoas próximas a esta situação. Tais perdas podem impactar prejuízos em curto, médio e longo prazo a saúde mental de todos. Várias reações emocionais podem ser desencadeadas, além de potencializar sintomas psicológicos de pessoas que já precisam de acompanhamento.

A autopreservação neste momento é primordial como forma de cuidado com a saúde mental por meio da dosagem de informações, pois a exposição a notícias e imagens da tragédia, podem potencializar a dor. Mas há casos em que assimilar a situação sozinho torna-se difícil, é neste momento que a ajuda profissional torna-se primordial.

Por isso alguns psicólogos e instituições estão se sensibilizando com esta situação, e oferecendo atendimento psicológico gratuito à população. Segue aqui instituições que estão prestando este tipo de auxílio, que são: as UBS (Unidade Básica de Saúde); CAPS (Centros de Atenção Psicossocial); UA (Unidades de Acolhimento), e Hospitais Gerais que estão atuando de forma direta e indireta no amparo às vítimas.

Vale lembrar que profissionais, voluntários e socorristas também precisam de apoio psicológico. Muitas pessoas em primeiro momento chegam em choque e debilitadas. Sendo assim, o profissional de psicologia em situações de desastre atuará em uma linha psicossocial de escuta e acolhimento, e auxiliando nas necessidades básicas. O governo do estado do RS, realizou um recrutamento para psicólogos se voluntariarem, e agora estes profissionais estão sendo chamados de forma gradual. Além disso, o Conselho Regional de Psicologia do estado, tem realizado programação para preparar a atuação destes profissionais. 

Renata Daniele Pinto
Psicóloga e Orientadora Profissional.