Obra do CTI da Santa Casa de Arcos será concluída em breve

O planejamento é para conclusão em setembro e início dos atendimentos no mesmo mês

Obra do CTI da Santa Casa de Arcos será concluída em breve
Obra do CTI da Santa Casa de Arcos

A estrutura física do Centro de Terapia Intensiva (CTI) da Santa Casa de Arcos, cuja obra foi iniciada em 3 de julho deste ano, está prestes a ser concluída. A empresa responsável é a Geplan Engenharia, sediada em Arcos.

O Portal CCO esteve na Santa Casa na tarde de ontem, 12 de agosto, quando o gestor administrativo e financeiro do hospital, Carlos Magno, informou que estão sendo feitos todos os esforços para que tudo esteja pronto no início de setembro, com a finalidade de início dos atendimentos no final do mês. “Estamos fazendo todos os esforços para isso, para que a obra fique pronta no início de setembro e também começar a operacionalização em setembro”, comentou.

Carlos Magno informou que o CTI engloba atendimento geral. É diferente de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), que funciona por especialidades, por exemplo: UTI Neonatal, Coronariana, de Hemodiálise etc.

Durante a pandemia de Covid-19, o espaço do novo bloco cirúrgico da Santa Casa foi adaptado para o funcionamento temporário de uma UTI Covid. Os atendimentos começaram no dia 2 de abril de 2021 e continuaram até 26 de março de 2022, pouco mais de um ano, quando a unidade foi descredenciada do SUS (Sistema Único de Saúde).

Para investimento no CTI que será inaugurado em breve, a Santa Casa recebeu R$ 2 milhões de recursos municipais, nos quais estão contemplados: R$ 800 mil para a obra física e R$ 1,2 milhão para compra de equipamentos.

Quanto ao custo mensal de operacionalização, está previsto em R$ 600 mil. Carlos Magno relatou que foi feito um estudo considerando as contratações de pessoas jurídicas e também pelo regime da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), assim como as despesas com as compras de oxigênio, materiais e medicamentos, contratos de locação e manutenção preventiva. Portanto, quando se considera os primeiros seis meses de funcionamento, serão necessários R$ 3,6 milhões.

Recursos para funcionamento do CTI

Na reunião ordinária da Câmara de Arcos realizada ontem, segunda-feira (12), foi feita a leitura do Projeto de Lei Complementar do Executivo de nº 19/2024, datado em 7 de agosto e apresentado ao Legislativo na última quinta-feira, 8 de agosto. Por meio desse Projeto, o prefeito solicita a autorização dos vereadores para abertura de crédito especial no orçamento vigente no valor de R$ 2,4 milhões, “para manutenção do CTI da Santa Casa de Arcos”.

Ao considerar que o custo mensal está estimado em R$ 600 mil, R$ 2,4 milhões serão suficientes para quatro meses: setembro, outubro, novembro e dezembro. Quanto aos recursos para o início de 2025, é importante que estejam previstos no Orçamento para o próximo ano.

Perspectivas com o aumento de cirurgias
 

Carlos Magno (na foto) assumiu a gestão da Santa Casa em 17 de outubro de 2022, há aproximamente dois anos (um ano e 10 meses). Ao fazer uma análise desse período, ele disse que essa unidade chegou a um ponto crucial, com duas opções: “Ou ela se desenvolve, cresce e se torna importante para nossa macrorregião ou acabaria virando um serviço municipal e iria se apequenando”. “A gente optou pelo crescimento. Acho que o CTI vai vir para agregar nessa questão de dar mais retaguarda para o hospital”. Comentou que desde que está na cidade, sempre ouviu a queixa de que a “saúde em Arcos é “sobre rodas”, ou seja, em muitas circunstâncias, os moradores daqui precisam ir até outras cidades para conseguirem a assistência que precisam na área de saúde. Ele observa, no dia a dia, que Arcos tem muitas pessoas idosas e, em muitos procedimentos, por falta de retaguarda de CTI, é necessário que esses pacientes sejam transferidos. “Passavam na Santa Casa só para aguardar vaga. Isso vai mudar, porque poderemos fazer muitas cirurgias aqui, sem precisar transferir pacientes”, salientou.

Outra consequência positiva é que essas ampliações impulsionam o desenvolvimento do hospital.  Carlos Magno relatou que ao assumir a gestão administrativa e financeira, havia uma margem de 40% de taxa de ocupação. Hoje, o hospital trabalha “com praticamente 100% de taxa de ocupação e tem dia que tem mais”, afirmou, referindo-se a internações pelo SUS, particulares e por convênios.


Fatores que contribuíram para a evolução da Santa Casa

O gestor ressaltou a importância do corpo clínico no hospital. “Sem médicos, você não traz pacientes. Melhoramos muito nossa relação com o corpo clínico, até porque, conseguimos melhorar e equalizar a situação financeira. Já se chegou a um ponto de os médicos ficarem seis meses sem receber; conseguimos melhorar isso”. Também tem sido realizado um trabalho com toda a equipe de profissionais, mostrando que a Santa Casa precisa atender à expectativa da população.

Fator relevante é que a unidade passou a ter maior apoio financeiro e o faturamento melhorou. Segundo o gestor, estão conseguindo não depender tanto do recurso público. “A gente teve uma carteira maior de convênios e de particulares”.

Também tiveram “um apoio bastante importante da Prefeitura”. Carlos concluiu dizendo que sem o recurso público, seja em nível municipal, estadual ou federal, qualquer Santa Casa hoje é inviável. 

Intervenção judicial e nova diretoria

A intervenção judicial da Santa Casa de Arcos aconteceu no período de 14 de setembro de 2022 a 14 de junho de 2044. A nova diretoria, liderada pelo empresário Ivan Fontes, no cargo de provedor, tomou posse em 4 de junho de 2024.

Leia outra matéria do Portal CCO sobre a Santa Casa, publicada em dezembro de 2023:

https://www.jornalcco.com.br/cti-em-arcos-vereadores-aprovam-abertura-de-credito-mas-com-recomendacoes