Onça parda já foi vista na região de Arcos

Esses animais têm comprimento médio de 1,5 a 2 metros e 1 metro de altura

Onça parda já foi vista na região de Arcos
Imagem de armadilha fotográfica de levantamento de fauna na região de Arcos – ano 2017

Em busca de informações sobre a existência de onça em nossa região, o CCO consultou o Plano de Manejo da Estação Ecológica de Corumbá (ano 2016), localizada no município de Arcos – divisa com o município de Pains. 

No levantamento de fauna realizado, foram encontrados vestígios da existência de onça parda (Puma concolor) na região. 

O CCO também conseguiu a imagem acima, registrada em 2017. Trata-se de armadilha fotográfica de levantamento de fauna na região.

“Estudos mostram que esse animal pode percorrer mais de 30km por dia e precisa de pelo menos 1,5 mil km² de território para habitar (Ecofuturo). Ao contrário da maioria dos felinos, a onça-parda não ruge. Ao invés disso, elas emitem um som parecido com o choro de gatos domésticos”.

Em outa fonte que pesquisamos, a bióloga Victória Pinheiro, do Onçafari, informa que esse animal tem medo da presença humana. “Não somos vistos como presas. A maioria dos animais que fazem parte da cadeia alimentar das onças-pardas têm olhos na lateral do crânio e utilizam as quatro patas para se locomover, ou seja, muito diferente de nós. Essas características, entre outros fatores, fazem com que elas tenham medo de nós. Ataques a humanos, sejam de onças-pardas ou pintadas, são extremamente raros. O animal precisa ser submetido a uma situação de muito estresse, quando se sente acuado”.

É importante dizer que a onça é um animal ameaçado de extinção e é crime qualquer agressão à fauna. É um animal que está no topo de cadeia alimentar, sendo importante para o equilíbrio ambiental.

A engenheira florestal Yustane Lopes, gerente da Estação Ecológica de Corumbá, colaborou com esta matéria do CCO ao fornecer as fontes de pesquisa. 

Não fazemos parte do cardápio da onça” Orientação: “Não dê as costas a ela!”

Biólogo arcoense Pedro Augusto Silva

O CCO também falou com o biólogo arcoense Pedro Augusto Silva, que é membro do Coletivo Arcos Socioambiental. Ele nos disse que existem muitas onças pardas na região, por vários motivos, incluindo a existência de muita mata na região e devido à proximidade com a Serra da Canastra. 

Segundo ele, esses animais têm comprimento médio de 1,5 a 2 metros e 1 metro de altura. Afirma que ataques a humanos são raríssimos. “A gente não faz parte do cardápio de onça. O ser humano é grande e é visto como um predador”. Mas alerta que pelo fato de ser um felino, ela tem instinto, então, ao se deparar com uma onça, não se deve dar as costas para ela. Se for um grupo de pessoas, todos devem permanecer juntos. “Mantenha postura firme e não dê as costas a ela!”. O que pode ser feito é gritar – para assustá-la – e levantar os braços, para parecer maior. “Só para espantar mesmo! Não pode ir pra cima dela; e se der as costas, estimula o instinto dela de ir atrás da presa; e aí ela pode vir a atacar, mas não é comum o ataque de onça a humanos”.

O biólogo enfatiza que não se pode caçar animais selvagens. “É proibido por lei caçar animal selvagem e isso causa desequilíbrio ambiental”.

Pedro também diz que não é comum ataque de onças em propriedades. “Isso acontece, geralmente, quando estão debilitados, machucados ou estão ensinando o filhote a caçar. Mas não é muito comum não, eles preferem ficar na natureza mesmo”. 

Postagem do Jornal de Lagoa da Prata 

Porco atacado na comunidade da Ilha em Arcos. Foi onça?

A imagem de um porco com vários ferimentos, sendo o maior deles na parte traseira, foi postada em redes sociais ontem (16), por um jornal de Lagoa da Prata (lagoadaprata.com) e também pelo Jornal da Cidade Regional, sediado em Arcos. Ambos os veículos de comunicação publicaram, no título, a informação: “Onça ataca porco na comunidade da Ilha em Arcos”.

A legenda da postagem feita pelo lagoadaprata.com, com base no áudio que receberam, é a seguinte: "A onça é de grande porte, pois tirou o porco de dentro do chiqueiro. Há sinais de luta no chiqueiro. Comeu uma parte do pernil do porco." “A comunidade está apreensiva”.

O CCO falou com o editor do jornal de Lagoa da Prata, Robson Moraes. Ele nos relatou como teve acesso à informação. Disse que recebeu a foto e o áudio enviados por um sobrinho do proprietário do porco. 

O CCO não conseguiu o contato do proprietário do porco para obter mais informações, como a data, o horário e local específico do fato; se alguém viu a onça ou algum vestígio; qual é a distância aproximada entre o chiqueiro e o local em que o porco foi encontrado; se alguém ouviu algum barulho. 

Sem detalhes e avaliação técnica, preferimos não afirmar que se trata de um ataque feito por onça, embora seja bem provável, aparentemente. Fica a dúvida.

O CCO também fez contato com a Polícia Militar Ambiental e com o Corpo de Bombeiros, que não tinham conhecimento do fato. Não foi feito registro.