Pinheiros: um bairro a partir de três olhares

O bairro Pinheiros, na região norte de Arcos, é de criação recente. Lécio Rodrigues de Sousa, ex-prefeito de Arcos e sócio da Cazanga Empreendimentos, conta que a área de 13 hectares (precisamente 127.906 m2) foi adquirida de um dos herdeiros de José Bonfim, proprietário da fazenda, em maio de 2011. Lécio também é responsável técnico pela área de engenharia da empresa.

“De 2012 a 2013 foi realizada a infraestrutura do bairro e no final de 2012, antes de terminarmos a infraestrutura, os 266 lotes já haviam sido vendidos”. Cada lote tem 300m2. Ele lembrou ainda de que, resultado de negociação com outro herdeiro de Zé Bonfim, em 2015, foi feito um prolongamento, no qual foram acrescidos mais 72 lotes – área que localmente é chamada pelos moradores de ‘Pinheiros 1’.

O primeiro morador

Marcos Aurélio Lopes (50 anos), que mora sozinho, concluiu sua casa em 15 de junho de 2014, sendo o primeiro morador do bairro Pinheiros. Ele conta: “Assim que foi liberado para poder construir, em 2013, eu entrei com meu projeto no programa Minha Casa Minha Vida e comecei a construção”.

Marquinhos, como é conhecido em seu trabalho de auxiliar de manutenção em uma escola particular, também fala sobre a delimitação do bairro, que são as ruas: Prefeito Zizo, Laura Andrade e João Pedro Alves. Ele garante: “O bairro é muito bom, tranquilo, a coleta de lixo passa três vezes na semana, a PM sempre faz as rondas por lá”. 

Marcos destacou o problema dos Correios, que não entregam correspondência, assim como a falta de limpeza nos lotes vagos. 

Enfatizou que o bairro conta com um PSF muito bom.

O PSF Floresta/Pinheiros atende, além do Pinheiros, aos bairros: Floresta, Grajaú, Verdes Sonhos, Parque Floresta 1, Parque Floresta 2 e Jardim América, onde estão cadastradas 270 famílias somente no bairro Pinheiros.

André, um dos administradores do grupo de mensagens do bairro

André Botelho (40 anos) é casado com Marcele Rafaela e trabalha como auxiliar administrativo. Ele destaca que os moradores do bairro Pinheiros constituem um perfil bem diversificado. São casais jovens, com e sem filhos, trabalhadores e empresários. Também mencionou que o PSF ficava no bairro Pinheiros e foi transferido para o bairro Floresta, na rua Goytacazes, no ano passado. 

André informou que, no ‘Pinheiros’, tem mercearia e açougue, mas que outras casas de comércio ficam bem próximas no bairro Floresta, assim como a igreja que está situada na praça do ‘Floresta’. 

Relatou que a coleta de lixo não é regular, pois algumas vezes o caminhão não passou na sua rua, voltando somente na semana seguinte.

No bairro, há dois pontos do transporte coletivo da Rota 3: um na esquina da mercearia e outro em frente à Chácara do Bonfim. Assim como o morador Marcos, destacou a falta de entrega dos Correios.

O olhar do advogado administrador do grupo

Ricardo Xavier, advogado e que já foi colunista do Jornal CCO, é um dos moradores do Pinheiros e tem sido ativo na criação de uma associação. Segundo ele, a associação é importante para a solução das necessidades do bairro. Ricardo é também o administrador do grupo de mensagens constituído pelos moradores do ‘Pinheiros’.

Ele acredita que o bairro tenha entre 350 e 500 moradores, na sua maioria casais, com até quatro filhos. De fato, a avaliação faz sentido, uma vez que a Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Arcos informou ao Jornal CCO que o PSF Floresta/Pinheiros registra 270 famílias cadastradas somente para o “Pinheiros’.

Como já havia feito em recente matéria veiculada pelo Jornal CCO, sobre os Correios, voltou a ressaltar inexistência desse serviço público e o quanto dificulta a vida de todos. Ricardo espera que, em breve, esta necessidade seja atendida, conforme a manifestação dos Correios. 

As outras duas demandas que ele espera ver atendidas, em breve, são: a falta de creche-escola e a sede própria para o PSF. Sobre esse assunto, o advogado diz: “Fui informado pelo Executivo Municipal que os processos licitatórios para a construção de uma creche-escola e do PSF no bairro Pinheiros estão em andamento”. 

Ele concorda com os demais, ao afirmar que o bairro conta com toda a infraestrutura: água, iluminação pública, recolhimento de lixo. Mas acrescenta que os pontos de ônibus não são cobertos. 

Ricardo também faz destaque para a falta de fiscalização por parte da Prefeitura, no que se refere aos lotes sujos.

Sobre a associação, ele diz que está tentando organizar uma reunião para tratarem do assunto. 

Reportagem: Nando Noronha