Polícia Militar apreende mais de dois quilos de crack em Arcos

A Polícia Militar apreendeu dois blocos de substância semelhante ao crack, pesando 2,045 Kg (dois quilos e 45 gramas), um tablete e uma porção de substância semelhante à maconha, uma espingarda calibre 32, R$274,00 em dinheiro, dois telefones celulares, um chip, uma balança de precisão e duas motos em uma operação que resultou na prisão de um traficante da cidade de Formiga (MG). Durante a noite da última quarta-feira e madrugada de quinta-feira, outras três pessoas, dentre elas uma mulher de 31 anos, foram presas. O delegado, doutor Irineu José Coelho Filho, ratificou o flagrante e autuou todos os presos por tráfico de drogas e associação para o tráfico.

Toda a ação policial foi iniciada após denúncia anônima de que uma casa situada na rua Pedro Ramos, no bairro Brasília, estaria sendo usada por pessoas para tráfico de drogas e que um caminhoneiro que distribui drogas em várias cidades da região estaria usando pessoas que frequentavam a referida casa para repassar a droga aos usuários de Arcos.

Diante das informações, os policiais foram até o local denunciado e após verificarem que a casa estava vazia decidiram esperar. De acordo com a PM, alguns instantes depois um casal, M.C.L, de 24 anos, e I.S.G de 31, chegou ao local em uma moto, placa DVV-4690 de Lagoa da Prata. Em seguida também chegou L.R.S, de 30 anos, em uma moto, placa HFJ-6459 de Arcos, que ao perceber a presença dos policiais tentou fugir, sendo contido.

Com M.C.L foram encontrados R$274,00 em dinheiro e com I.S.G duas pedras de substância semelhante ao crack e um tablete de substância análoga à maconha e com L.R.S estava apenas  um celular. Os policiais entraram na casa e ao realizarem buscas em um dos quartos eles relataram que dentro de uma gaveta encontraram duas pedras e uma porção de substância análoga ao crack, uma balança de precisão, um chip e uma porção de substância análoga `a maconha. Segundo os militares, M.C.L assumiu ser o dono de todos os objetos e disse ainda que é de Lagoa da Prata.

Desdobramentos

Os policiais disseram que durante toda a operação, os telefones celulares dos suspeitos não paravam de tocar e foram atendidos por eles mesmos. Em todas as ligações recebidas os interlocutores estavam solicitando drogas e na maioria das vezes em grandes quantidades. Foi quando L.R.S informou aos militares que a droga era fornecida por um D.C.E, da cidade de Formiga e que o mesmo estava usando como “disfarce”o caminhão de sua propriedade, que estaria alugado, para distribuir a droga em Arcos e cidades vizinhas.

Aos policiais, L.R.S contou que como pagamento do aluguel, D.C.E lhe entregava uma porção de drogas toda semana ficando sob sua responsabilidade a distribuição da droga em Arcos. Os militares foram até a casa de L.R.S,  na comunidade rural da Vargem dos Britos, e no quarto do suspeito encontraram a espingarda. Em conversa com a mãe, ela confirmou que o homem de Formiga estava trabalhando com o caminhão do filho e que seu intuito era comprar o caminhão. Mas ela disse não saber do envolvimento de ambos com o tráfico de drogas.

Com a ajuda da sessão de inteligência da 13ª CIA de polícia, situada em Formiga, os militares de Arcos conseguiram chegar até a casa de D.C.E que relatou não estar mais com o caminhão, pois o havia trocado por drogas com um traficante da cidade de Ribeirão Preto. O suspeito indicou aos policiais que o restante da droga estava enterrado em um matagal, próximo à comunidade da Ilha. Segundo o tenente César Henrique Bittencourt, depois de fracionada em pedras de tamanho comercial, a droga apreendida renderia ao suspeito cerca de 50 a 60 mil reais .

D.C.E informou aos policiais que toda a negociação da troca do caminhão pela droga foi realizada por telefone. Logo o traficante saiu de Ribeirão Preto e veio até Arcos para buscar o caminhão e entregar a droga. Segundo o suspeito, eles teriam combinado que o recibo do caminhão seria preenchido em Arcos e em seguida seria transferido para o nome de A.P.O e encaminhado para Ribeirão via Correio. Diante dos fatos a Polícia Militar prendeu os quatro suspeitos e os encaminhou juntamente aos materiais apreendidos para a Delegacia, sendo as motos encaminhadas para o pátio do socorro.

A outra versão

Em entrevista ao Portal CCO, o suspeito D.C.E não confirmou quase nada do que disse aos policiais e muitas perguntas feitas por nossa equipe não foram respondidas, por exemplo, de quem ele comprava a droga e para quem havia vendido o caminhão. O suspeito também disse que usava o caminhão para trabalhar, desmentindo L.R.S quando disse que ele usava o caminhão para entregar drogas em Arcos e na região. Veja a entrevista na íntegra.

L.R.S contou à equipe do Portal CCO que é viciado em crack há dois anos. Além de contar sobre seu envolvimento com a ocorrência policial, o suspeito relatou detalhes como o endividamento de sua família para pagar suas dívidas com traficantes. Ele relatou ainda que é capaz de tudo para conseguir uma “pedra”, menos matar, e disse que sua última ‘façanha’ foi penhorar a carteira de motorista e um celular em troca de duas pedras de crack. O casal envolvido não quis pronunciar nenhuma versão a respeito do fato

O delegado de Arcos, doutor Irineu José Coelho Filho, elogiou o trabalho da PM e disse que um exame preliminar realizado na delegacia constatou que a droga apreendida era crack e maconha. O delegado também considerou que a quantidade de droga apreendida é elevada para uma cidade do porte de Arcos. “Primeiro ressalto o trabalho realizado pela PM de grande importância em apreender tamanha quantidade de drogas, salvo as devidas proporções ao porte da cidade. Os suspeitos serão autuados em flagrante delito por tráfico de drogas e associação para o tráfico. Eles ficarão recolhidos na cadeia pública de Arcos e estarão à disposição da justiça. O fato será comunicado ao juiz criminal da comarca. Os suspeitos estão sujeitos a uma punição de até 15 anos de prisão em razão da gravidade do delito”, explicou.

Doutor Irineu disse também que uma investigação será instaurada para averiguar o destino do caminhão.

A importância de denunciar

Doutor Irineu lembrou que todo o trabalho realizado pela polícia depende das denúncias realizadas pela população. O delegado ressaltou que sem a colaboração das denúncias, desde que bem fundamentas e detalhadas, fica praticamente impossível promover segurança.

Como exemplo de que a segurança pública em Arcos vem alcançando bons resultados, o delegado citou que há um ano e oito meses não se registra ocorrências em Arcos cuja natureza seja homicídio. Enquanto isso, cidades como Lagoa da Prata já registrou três homicídios em menos de uma semana, segundo informações do repórter Cláudio Miranda, da rádio Veredas FM.

Os números para denúncias são: 190, 181, (37)3352-1047 e (37)3351-2084.

Segundo o tenente César Henrique Bittencourt, depois de fracionada em pedras de tamanho comercial,  a droga apreendida renderia ao suspeito cerca de 50 a 60 mil reais 

Metéria publicada no jornal CCO, edição de 13 de novembro de 2011