Prefeitura anuncia recurso de 8 milhões para mudar ETE de lugar

Verba para a implantação da nova Estação de Tratamento de Esgoto deve sair da 2ª edição do Programa de Aceleração do Crescimento - “PAC 2”, segundo Assessoria de Comunicação da Prefeitura

Prefeitura anuncia recurso de 8  milhões para mudar ETE de lugar

A Assessoria de Comunicação da Prefeitura divulgou na última quarta-feira, 24, a liberação de um recurso no valor de 8 milhões que será destinado à transferência da ETE - Estação de Tratamento de Esgoto de Arcos, localizada na zona norte da cidade.

Segundo informações, a implantação de uma nova ETE tem como objetivo resolver o problema do mau cheiro, que é alvo de reclamação de moradores próximos ao local. De acordo com a Assessoria de Comunicação, a verba foi incluída na 2ª edição do Programa de Aceleração do Crescimento - “PAC 2”, após  uma articulação do Governo Municipal e do deputado federal Paulo Piau junto à Codevasf - Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba. Segundo o chefe de gabinete do presidente da Codefasf, Manoel Geraldo Dayrell, os recursos para a construção da ETE podem sair ainda este ano.  

A nova estação de tratamento de esgoto ainda não possui um projeto nem um local definido para sua implantação, de acordo com o assessor de comunicação Márcio Ferreira. “Arcos recebeu no ano passado uma visita dos técnicos da Codevasf e foi concluído que tecnicamente faz-se necessário a mudança de local da ETE. Não há um projeto ainda, mas estudos de localização para fazer o relatório da transferência. Em breve um estudo feito pelos técnicos juntamente com o governo municipal deve definir o local, que deve ficar cerca de 3km abaixo de onde está instalada”, explica Márcio Ferreira.

O assessor ainda informa que o secretário municipal de Planejamento está fazendo novos contatos para agendar uma nova visita dos técnicos da Codevasf à ETE de Arcos.


Ex-prefeito comenta mudança da ETE

Em entrevista ao CCO, na última quinta-feira, o ex-prefeito Lécio Rodrigues comentou sobre a transferência da estação de tratamento de esgoto do perímetro urbano. A ETE foi uma das obras inauguradas no mandato dele, de 2001 a 2004.

Segundo o ex-prefeito, ele apenas deu sequência ao projeto que foi elaborado em 1989, no primeiro mandato de Hilda Andrade (1989 a 1992).  “Quando elaboraram o projeto, as casas já existiam nos bairros Gameleira e Floresta; e quando foi feito o projeto foi definido naquele local. Por entender que a estação de esgoto sendo bem operada não daria mau cheiro, dei sequência à obra. Muitas pessoas me questionam por qual motivo construímos naquele local. Quando assumimos em 2001, já havia o licenciamento ambiental na Feam; então, se a gente fosse voltar à estaca zero e elaborar um novo projeto mudando de local e buscando novamente o licenciamento, com certeza não teríamos executado aquela obra”, explica.

Lécio Rodrigues também reconhece os transtornos causados aos moradores da zona Norte e se declara a favor da transferência da ETE. “É lógico que desde que começou a operar em 2004 já houve alguns momentos de mau cheiro. Mas a gente tem que entender que o momento em que iniciou o mau cheiro foi quando ele começou a operação, porque o sistema de tratamento é natural e não leva produto químico”. Segundo Lécio Rodrigues, a própria natureza se encarrega de produzir uma bactéria que combate a sujeira e purifica  a água que volta (com 85% a 90% de purificação) para o rio. Ele explica que no momento em que a natureza estava formando essas bactérias, houve mau cheiro. Depois, em dois momentos no governo de Plácido Vaz (2005/08), houve mau cheiro em função de um descuido. “Nos distraímos na questão operacional”, justifica-se e diz que em outro momento, a origem do problema foi relacionada à falta de atenção do pessoal de lava jatos ou postos de gasolina, que deixaram derramar óleo na rede e esse óleo chegou até a estação de tratamento. “O óleo diesel e esses produtos de lavação de carro contaminou o tratamento, matando as bactérias; e até a natureza desenvolver novamente as bactérias, aquilo apodreceu e causou mau cheiro”, esclarece Lécio Rodrigues, que também afirma: “Sou favorável que se construa outra ETE, desde que não sacrifique o orçamento do município e nem busque empréstimos, porque isso pode ser feito no futuro. Para manter sem dar problema, poderia melhorar e ampliar a cortina feita com eucaliptos, que corta a corrente de vento, e operar bem o sistema e não deixar juntar a espuma que vai acumulando e causa um mau cheiro”. Na opinião do engenheiro, se for feita a manutenção correta,  talvez não seja necessário tirar a ETE do local. Mas acrescenta: “É claro que se conseguir um recurso a fundo perdido para construir a ETE em outro local, eu acho que é um benefício enorme para a população, principalmente para os moradores da região”.


Cumprimentos ao prefeito Claudenir José de Melo 

 O ex-prefeito parabeniza o atual prefeito. “Quero aproveitar a oportunidade para parabenizar o prefeito pela conquista e a viabilização desse recurso de 8 milhoes para a construção dessa importante obra. A gente vê que ele está tendo prestígio. É lógico que às vezes a gente questiona e até critica as falhas, e são críticas construtivas. Eu sempre comento e torço para que a gestão seja a melhor possível, porque temos que gostar da cidade independente de quem esteja no governo. Parabenizo essa conquista e tenho acompanhado pela imprensa que esse ano serão vários investimentos que serão feitos pela administração. Que as obras sejam executadas da melhor maneira possível”, conclui.

Matéria publicada no jornal CCO, edição de 28 de fevereiro de 2010