Secretário de Saúde de Arcos fala sobre CTI e cirurgias na Câmara de Vereadores

O Secretário Municipal de Saúde, Tiago Carvalho, esteve na Câmara Municipal de Arcos, na segunda-feira (19.06) falando sobre credenciamento de leitos de CTI e cirurgias conveniadas com a Santa Casa

Secretário de Saúde de Arcos fala sobre CTI e cirurgias na Câmara de Vereadores

Requerimentos enviados pela Câmara de Vereadores solicitaram informações à Secretaria da Saúde sobre Centro de Tratamento Intensivo (CTI) e cirurgias conveniadas com a Santa Casa de Arcos, no ano passado. Na segunda-feira (19.06), Tiago Carvalho atendeu convocação da Câmara e falou sobre os dois assuntos.


Leitos de CTI 

Tiago Carvalho iniciou sua fala, destacando a importância dos leitos do CTI e lembrando do período da pandemia: “Passados os trabalhos da Covid-19, o CTI-Covid foi ‘desmontado’”. Ele disse que, a partir de então, os recursos não eram mais suficientes para manter o CTI funcionando. Tiago também acrescentou que o custo de manutenção de uma UTI/CTI é elevado e a Santa Casa não tem recursos próprios para instalar e manter essa estrutura. Segundo Tiago, no período da Covid-19, o CTI Covid tinha custo de R$ 146 mil por mês, para 10 leitos. 

“Nós temos que estruturar a saúde em um contexto todo” – afirmou o secretário, falando do plano de saúde no município de Arcos, onde se insere a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24 horas. Ele afirmou que a UPA poderá trazer mais médicos de especialidades e mais recursos, melhorando as alternativas de saúde oferecidas à população.


Equipamentos do CTI-Covid 

Questionado sobre os equipamentos da CTI-Covid, Tiago esclareceu que os equipamentos, à exceção dos aparelhos de hemodinâmica, estão em uso e acrescentou que alguns foram cedidos ao Hospital São José mediante termo de cessão de uso assinado com a Santa Casa. Ele também ressaltou que, atualmente, existe um diálogo muito aberto  com a Santa Casa e falou do novo convênio para a subvenção de R$ 800 mil e das inserções feitas ao plano de trabalho, nas áreas de oftalmologia, cardiovascular e otorrino, que estão sendo contempladas.

“Pleitear um CTI é válido, é necessário e precisamos juntar forças municipais, estaduais e federais para que tenhamos uma saúde pública no município, incluindo uma UTI/CTI, mas precisamos reestruturar a saúde pública de Arcos” – afirmou.

O vereador João Paulo Ferreira (‘Joãozinho’), que requereu as informações ao secretário, questionou sobre o credenciamento para os leitos de CTI. Tiago argumentou que, para pleitear um CTI são necessários espaço e recursos. Ele complementou, dizendo que o espaço, antes usado pela CTI-Covid, foi transformado em bloco cirúrgico. Tiago afirmou que a prioridade é pensar na estruturação da saúde.

Joãozinho questionou sobre os equipamentos que estão cedidos ao Hospital São José. Perguntou porque a prefeitura não adquiriu os equipamentos e qual a garantia de que esses equipamentos serão devolvidos em condições de uso para a busca do credenciamento do CTI na Santa Casa. Tiago voltou a frisar que o espaço usado pelo CTI-Covid, agora, é bloco cirúrgico e que, se for para buscar habilitação para CTI, precisará haver outro espaço. Sobre os equipamentos, ele disse que os equipamentos são da Santa Casa, mas foram necessários no Hospital Municipal São José. Tiago também afirmou que ele não acredita que, para pleitear o CTI, neste momento, os equipamentos sejam necessários.

Sobre o mesmo assunto, ao vereador Ronaldo Ribeiro, o secretário respondeu que estão sendo tomadas as providências, não só para reparar os equipamentos danificados do ‘São José’ para restituir os equipamentos da Santa Casa, mas também para adquirir novos para o hospital municipal. 

Os vereadores José Calixto e Joãozinho fizeram questionamentos sobre a UPA. Embora não fosse assunto arrolado nos requerimentos, Tiago disse que a UPA responde a normas e procedimentos próprios, não podendo ser confundida com o Hospital São José e que sua implantação poderá liberar recursos para outras ações de saúde no município, considerando que a UPA recebe recursos estaduais e federais.


Cirurgias conveniadas

Conforme o secretário de Saúde, o Convênio nº 020 trouxe, como novidade e avanço, a possibilidade de estabelecer a realização de cirurgias como contrapartida à subvenção do Município para a Santa Casa de Arcos.  Tiago relatou que foram previstas 154 cirurgias eletivas, das quais foram realizados 134 procedimentos. Também foram realizadas 336, das 360 pequenas cirurgias previstas. Das 30 cirurgias ortopédicas de médio porte previstas, foram realizadas 26 e outras 30 ortopédicas de grande porte foram executadas 27, das 210 anestesias, foram realizados 187 procedimentos.  Ele destacou que esses números, além do repasse de recursos à Santa Casa, permitiram à entidade construir uma série histórica de cirurgias, resultando em benefício para a saúde de Arcos. “O Estado passou a ‘enxergar’ a Santa Casa como um prestador de serviços que executa e que consegue realizar uma demanda”. Ele explicou que, com a realização das cirurgias, a instituição passou a receber maior volume de recursos do programa estadual ‘Opera Mais’.

Explicando sobre o funcionamento das cirurgias, Tiago disse que os candidatos às cirurgias iniciam pelo cadastramento no sistema TFD (Tratamento Fora do Município) para poderem realizar o cadastro via SUS Fácil. Na sequência, segundo ele, o paciente deve providenciar toda a documentação necessária, incluindo risco cirúrgico. Tiago explicou ainda que a falta de documentação pode alterar a ordem de realização de cirurgias. Segundo ele, caso o paciente retarde a entrega de sua documentação, outro paciente, com documentação já completa e entregue, será atendido na frente. 

O vereador Carlos Antônio da Silva (‘Carlinhos’), titular do requerimento ao secretário, tratando sobre ‘cirurgias’, questionou a existência de lista de espera para a realização dos procedimentos cirúrgicos. O secretário informou que essas cirurgias constantes do convênio, estão praticamente zeradas. Mas, há cadastro de outras cirurgias no TFD. Cirurgias que não podem ser realizadas em Arcos, devido à sua complexidade. 

A propósito de espera, Tiago respondeu que as questões de informação e orientação ao cidadão na área da saúde merecem melhorias, pois eventualmente os documentos e procedimentos não são encaminhados de forma correta. Tiago reconheceu a crítica do parlamentar: “Esta é uma falha que estamos corrigindo. Vamos implantar um sistema de gestão informatizado”. Ele esclareceu que os dois pontos de informação para a questão das cirurgias realizadas pelo ‘Convênio 020’ são junto ao TFD e no Centro de Especialidades na FUMUSA. 

O secretário complementou, informando que, para as cirurgias realizadas fora de Arcos, há cirurgias em espera, no cadastro do TFD. Ele destacou que a demanda por cirurgias ficou represada por conta da pandemia. Por isso, a Secretaria tem procurado identificar o que é mais urgente. 

Ainda sobre o convênio, Tiago esclareceu que houve uma prorrogação de prazo para a finalização das cirurgias não realizadas. Carlinhos destacou que, no total, são 51 cirurgias de saldo a serem executadas pelo Convênio 020.

Tiago finalizou, agradecendo à equipe do Hospital São José, pelo profundo respeito que tem pela equipe que lá trabalha.