Sem ajuda do Governo Municipal, Erivaldo mora há quatro anos nas ruas de Arcos

Morador de rua, há quatro anos, já está descrente na ajuda do município

Sem ajuda do Governo Municipal, Erivaldo mora há quatro anos nas ruas de Arcos

Erivaldo Ferreira Duarte, arcoense de 47 anos, depois de se desentender com sua companheira, ficou sem recursos e passou a morar na rua. “Estou aqui há três noites. Antes, eu estava na praça [Floriano Peixoto] e quando consigo algum dinheiro, alugo um barraco, por um mês para ficar mais no conforto”. Ele explica que já está morando na rua faz quatro anos.

Quando o CCO conversou com Erivaldo, na manhã da quarta-feira (27/09), ele estava deitado em um colchão na rua Messias Macedo, esquina com rua Tenente Ribeiro. O local onde ele está fica há, aproximadamente, 100 metros do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS). 

Ele diz que já procurou muitas vezes a Secretaria de Integração Social e o (CREAS), mas ninguém o ajudou. “Não me dão a cesta básica, dizendo que eu não tenho moradia. Eu não tenho moradia, então eu tenho que passar fome?” – pergunta. 

Ele também afirma estar registrado no Cadastro Único (CadÚnico), tanto que, segundo ele, recebe o Auxílio Emergencial todo o mês. Erivaldo não pode trabalhar porque sofre com uma hérnia. “A hérnia precisa ser operada, daí eu não consigo trabalhar ‘fichado’, ninguém aceita e também é difícil conseguir trabalho informal”. 

Ele disse que já trabalhou de pedreiro, inclusive, por quatro mandatos em serviços da prefeitura de Arcos. Além disso, ele contou que já deu aulas de capoeira e de violão. 

Erivaldo lamenta sua situação e a falta de apoio, mas diz: “Com o Auxílio Emergencial, consigo comprar alguma coisa, comprar um sabonete e alguma comida. Se não fosse o Auxílio, eu ‘tava’ mais enrolado”.

Ele diz que, além de não receber qualquer ajuda municipal, ninguém o orienta. “Fico aqui na rua, tossindo feito um condenado. Cobra e escorpião passam por cima de mim, mosquito entra no ouvido. Hoje, tomei banho no banheiro ‘fedorento’ da praça. Me arrumo quando posso” 

Ele reclama que, estando na rua já foi roubado: “Já roubaram bicicleta, dinheiro, som, documentos, tudo o que eu ganhei. Só sobrou a identidade, graças a Deus”. 

Ele conta que estes dias em que está no local, não está conseguindo dormir direito. “Meu normal é levantar às 7 horas e tentar arrumar algo para fazer. Meu colchão fica aqui, só levo minha bolsa” – referindo-se a uma mochila infantil, onde guarda os poucos pertences que lhe restam.

Ao finalizar, ele diz que não pode pôr a culpa no prefeito, pois ele acredita que são os servidores que barram qualquer auxílio que desejasse dar.

Erivaldo, está na rua Messias Macedo, mas, pelo seu relato, não se sabe até quando. Se alguém quiser ajudar, ele aceita a solidariedade.