Bairro de Arcos: Jardim Esplanada, sobre as terras da antiga fazenda Piteiras

Bairro de Arcos: Jardim Esplanada, sobre as terras da antiga fazenda Piteiras
Zé João na Praça Alaor Antônio Ribeiro (Foto: Arquivo Jornal CCO)

Em sequência à série Bairro de Arcos, nesta semana o CCO visitou o bairro ‘Esplanada’ ou, precisamente, Jardim Esplanada. O Esplanada fica no sentido sul da zona urbana da cidade. 

O início

Elias Veloso é vice-presidente do Sindicato Rural de Arcos e conta sobre as origens do bairro Jardim Esplanada: “As terras daquela região faziam parte da Fazenda Piteiras, que pertencia ao meu pai, Agapito Veloso. Não só o bairro. O atual Parque de Exposições, dentre outras áreas, agora ocupadas pelo comércio, também estavam na fazenda”. 

Elias Veloso e sua esposa, Alexandra Aparecida Campos

Segundo Elias, entre 1978 e 1980, o pai dele conheceu Oto Maia, um reconhecido empreendedor de Formiga, que havia iniciado o loteamento do Jardim Bela Vista também em Arcos. O empreendedor viu o potencial da área para a instalação do futuro ‘Jardim Esplanada’ (nome dado por Oto Maia), adquiriu as terras de Agapito e deu início ao loteamento numa área de 200 metros quadrados (20 hm²). Ele acredita que, quando houve a primeira Exposição de Arcos, no início dos anos 1980, o bairro Esplanada já existia.

Elias relembrou que Oto Maia faleceu sem concluir o loteamento, pois a documentação não havia sido regularizada. A propósito disso, o bairro Esplanada está incluído no programa de Regularização Fundiária que está, atualmente, em andamento pela Prefeitura de Arcos. “Ele não regularizou os documentos do Jardim Bela Vista, nem do Esplanada. Depois que Oto faleceu, seus filhos seguiram vendendo os lotes. Havia muitos lotes a serem vendidos”.

Elias Veloso já foi presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Arcos e, atualmente, ocupa o cargo de vice-presidente. É casado com Alexandra Aparecida Campos, com quem reside em sua propriedade, junto ao Esplanada.

Marli Ribeiro: há 40 anos no Esplanada

Marli da Silva Ribeiro é moradora da rua Valparaíso e está no bairro há, aproximadamente, 40 anos. Ela conta que, quando se mudou com o marido (já falecido) e dois filhos, havia poucas casas, em torno de 20 residências espalhadas. Ela lembra que faltava água. “Havia encanamento da Copasa, mas nossa casa não tinha encanamento interno. Então, enchíamos uma caixa de cimento no chão com água e usávamos conforme a necessidade. Com frequência buscávamos água da vizinha”. Ela diz, agora, que é raro faltar água e luz no Esplanada.

Marli conta que, nesses 40 anos, por três vezes, a família se mudou para trabalhar em fazendas de São Paulo. A cada vez, ficaram um período e, quando retornaram, ela se recorda que o bairro estava crescendo e melhorando a infraestrutura, exceto pela iluminação de sua rua. “A iluminação pública sempre foi paga, mas só chegou quando a fábrica [fabricação e montagem industrial] mudou a entrada para este lado. A frente ficava para o outro lado [rua Novo Horizonte]”. O CCO apurou junto à referida fábrica que a iluminação foi instalada por volta de 2009.

Ela também diz que a UBS Esplanada, localizada na rua João Alves, é completa e atende muito bem. Fala ainda que há coleta de lixo regular (três vezes por semana) e transporte coletivo. 

Marli não tem queixa em relação à segurança no bairro. 

‘Zé João’: há 35 anos se transferiu da roça para o ‘Esplanada’

José Antônio Pinto (apelido ‘Zé João’) 

José Antônio Pinto (apelido ‘Zé João’) conta que quando chegou com a esposa, vindo de Córrego Seco, era tudo mato, capim alto e as galinhas dos vizinhos colocavam ovos na frente da casa. “Um dia eu estava carregando areia numa charrete, a roda entrou num buraco e tive que terminar de carregar a areia para construir a caixa d’água na minha casa. Depois, aos poucos, a praça foi melhorada. Eu plantei aquelas árvores” – disse, indicando a praça “Alaor Antônio Ribeiro”, que fica em frente à casa dele.

Zé João exerceu o ofício de pedreiro para Prefeitura de Arcos. Depois de 10 anos de trabalho, por motivo de saúde, foi orientado para ficar em casa, zelando pela praça. Zé João plantou as árvores que circundam a praça e cuidou da limpeza, até que, em 2015, ela foi remodelada e recebeu um coreto.

Maria José: há 33 anos no bairro

Maria José Ferreira veio da Boca da Mata, com marido e três filhos, em 1990. Quando chegaram, na  casa ainda não havia luz e a água precisava ser buscada longe. “A ‘Cemig’ era lampião a gás”. 

Bem-estruturado

Além da escola municipal Yolanda Amorim de Carvalho, o bairro conta com uma igreja católica, três templos evangélicos e 13 empresas comerciais e industriais, pelas 18 ruas pavimentas e limpas. São negócios de: material de construção, peças e serviços automotivos, mercados, transporte rodoviário, montagem industrial, oficina mecânica, farmácias, padarias, açougues, moda e acessórios, barbeiros e estéticas, entre outras.

Reportagem: Nando Noronha