Toinzinho cortador: na memória, a história de um povo

Toinzinho cortador: na memória, a história de um povo

Antônio Gonçalves Cipriano de Sousa ou 'Toizinho Cortador'. Um homem que tem muito a ver com a história de Arcos. Descendente da tribo indígena Xavante, aos 33 anos de idade ele veio de São Salvador, Bahia, aqui chegando em 1906, "para tentar a sorte".

Na edição n°07 do jornal 'O Arcos', de julho de 1978, passagens interessantes da história da cidade foram contadas segundo a memória de 'Toinzinho Cortador'.

Com 105 anos, o entrevistado contou ao jornal que veio para Arcos para trabalhar e ganhar a vida honestamente. Foi fiscal de via pública, zelador do cemitério, recenseador, eletricista, bombeiro, fiscal do matadouro, lavrador, garimpeiro e delegado de polícia de Arcos.

Segundo ele, garimpou muito em Arcos, onde encontrou muitas pedras preciosas que foram vendidas, atividade que enriqueceu 'Toinzinho Cortador'.

Ele descreveu que em 1906, a cidade era um lugar violento e sem estrutura. "Quando cheguei aqui, Arcos era pior que uma aldeia de índio. Não havia água, estrada de ferro, eletricidade ou comunicação de espécie alguma. Era só mato, aqui existiam muitas quadrilhas de assassinos e ladrões. Em 1939, assumi a Delegacia de Polícia e expulsei muito ladrão daqui e prendi muitos também".


Cemitérios

Toinzinho Cortador relembrou os cemitérios da cidade. Segundo ele, na sua época havia seis cemitérios: um onde atualmente funciona o Banco Itaú, o cemitério paroquial, um onde está localizada a igreja matriz Nossa Senhora do Carmo, um na Vargem Grande, um em São Julião e um do Capão da Bexiga, onde eram enterrados os bexigosos (doentes de varíola) que não tinham licença para serem enterrados em outros cemitérios.


Pioneirismo

'Toinzinho Cortador' contou ao jornal que os pioneiros de Arcos foram ele, Bernardo Teixeira Malta, Jarbas Ferreira Pires e o Cônego Guilherme Rodrigues.

Antônio Cipriano Sousa nunca se casou e se definia como celibatário. 

1979 - Jornal 'O Arcos' -