Vida breve, vida leve: a arte de apreciar a efemeridade

Confira os comentários de Francielle Férreira, colunista de literatura do Jornal CCO em sua coluna Mística Literária

Vida breve, vida leve: a arte de apreciar a efemeridade
Francielle Férreira, colunista de Literatura do Jornal CCO
A brevidade da vida exige leveza e simplicidade. Em que e em quem temos depositado nosso tempo e nossas expectativas? As horas, os dias, as semanas, os meses e os anos escorrem por nossas mãos que não têm qualquer controle sobre o futuro.

Se tivéssemos uma bola de cristal para sabermos nossa partida e a de entes queridos, seríamos muito mais conscientes sobre como deveríamos agir. Valorizaríamos as coisas corretas. Daríamos mais atenção para as pessoas e não para as telas ou os acúmulos de bens.

Resta cristalino como as pessoas se esforçam cada vez mais para terem riqueza. A maioria quer ter a melhor casa, o melhor carro, roupas de marca, viagens luxuosas, etc. A ilusória ostentação que as redes sociais fomentam dia a dia. Como se a gente só fosse notável se tiver tudo do bom e do melhor. Além de achar que só será preenchido com isso. Vidas tão rasas e líquidas que geram cada vez mais depressão. Somos seres complexos que precisam da segurança que só a profundidade nas relações sustenta.

As pessoas podem e devem ter objetivos para conquistarem. Mas devem se atentar para não se perderem no processo. Grande parte das pessoas morre ou se frustra justamente no processo da obtenção de alguma realização ou logo depois de realizar. Infelizmente, às vezes muitos não deram a devida atenção para as pessoas que amava e para a beleza que a simplicidade oferece. A caminhada é tão importante quanto o ponto de chegada. A leveza é o maior luxo que podemos ter.

Precisamos de tão pouco para viver com qualidade. Não precisamos mudar nossos rostos com harmonização facial. Necessitamos de harmonização mental para sabermos apreciar a efemeridade  da vida. Cada momento é precioso e deve ser contemplado.
 

Empregos, bens e status não valem a pena se nós não tivermos qualidade de vida (saúde física e mental) e nem o amor das pessoas que são insubstituíveis em nossa frágil e passageira existência.