Aumento da demanda no ‘São José’ mostra a necessidade de mais leitos

Dengue e covid

Aumento da demanda no ‘São José’ mostra a necessidade de mais leitos

O vereador João Paulo Ferreira falou, durante a reunião de 11 de março, sobre o aumento da movimentação no Pronto Atendimento Municipal São José, em virtude dos casos suspeitos de dengue e covid.
Ele e o vereador Carlos Antônio da Silva (Carlinhos) estiveram no P.A dia 7 de março, quando conversaram com o diretor e viram a alta demanda que a unidade tem recebido nos últimos dias. 
Eles foram informados que são feitos relatórios diários, referentes ao período de 24 horas. O diretor relatou aos vereadores que, do dia 5 para o dia 6, foram feitos mais de 400 atendimentos de pacientes com suspeita de dengue e covid. O fluxo aumentou consideravelmente.
Em outro contexto, comentando sobre um vídeo gravado pelo Prefeito de Arcos dentro da unidade, no último fim de semana, o vereador João Paulo disse: “Naquele dia que ele gravou o vídeo, gravou em uma recepção que estava tranquila, vazia, quase às 11 horas da noite. Deveria ter gravado no segundo piso lotado, quando estava chovendo, com goteira, mas isso ele não fez [...]”.

Quais as providências diante do aumento da demanda?

 Com o aumento nos números de casos prováveis de dengue e covid, o vereador João Paulo falou da necessidade de planejamento quanto à definição de mais um local para atendimento, com leitos de retaguarda.  
“A gente vê que a Prefeitura, através da Secretaria de Saúde, não tem pensado na população arcoense. [...] A gente viu que a situação está difícil no Hospital São José”. 
Segundo o vereador, nos dias 7 e 8 de março houve tentativas de agendamento de reunião com o secretário municipal de Saúde, mas ainda não foi possível. 
O vereador solicitou a manifestação do Governo Municipal. “Eles precisam dar uma resposta para a população e deixar resguardada essa questão dos leitos e cadeiras para as pessoas tomarem soro; fazer outro equipamento fora do hospital.[...] Nos próximos dias, a gente não sabe o que vai ocorrer com essa questão da dengue e covid”, alertou.

Óbito em investigação – No Boletim Epidemiológico da Dengue referente ao dia 13 de março, constavam 1.446 casos notificados, 442 casos confirmados, 32 casos com sinais de alarme, 34 pessoas hospitalizadas e um óbito em investigação: trata-se de uma paciente de 83 anos, moradora de Arcos, que estava internada na Santa Casa, onde faleceu. Todos os números apresentam aumento em comparação ao Boletim do dia 7 de março.
Quanto à Covid em Arcos, janeiro de 2024 fechou com 63 casos; em fevereiro, até dia 22 às 16 horas, já havia mais 196 registros, aumento de 211%. No Boletim da Semana Epidemiológica nº 11, de 14 de março, havia três novos casos, 53 pessoas isoladas e uma internação. Isolamento com atestado médicos ainda faz parte do protocolo.  Neste ano de 2024, até sexta-feira (15 de março), foram registrados 377 novos casos.

Quantidade de enfermeiros, técnicos de enfermagem e médicos 

Os vereadores João Paulo e Carlinhos foram informados, pelo diretor do “São José”, que em decorrência do aumento na demanda houve um aumento no quadro de enfermagem, com a contratação de quatro enfermeiras e oito técnicas de enfermagem.  
“É considerado um número baixo para a alta demanda que tem tido lá. A gente tem que considerar que os profissionais precisam de um momento de descanso. Tem ali a carga excessiva de trabalho e acaba comprometendo o dia a dia de trabalho deles”, disse João Paulo. 
O vereador mencionou o Decreto de Situação de Emergência em Saúde, que está em vigor. “Existe um Decreto de Emergência em Saúde, mas a Prefeitura não está sabendo conduzir essa situação”, argumentou. 
João Paulo mencionou contratações feitas no passado – quando não havia decreto – e questionou o baixo número de contratações atualmente, no setor de saúde, quando há o decreto e a necessidade.  “É até engraçado,  a gente não entende o que passa na cabeça do prefeito municipal. Quando ele não podia contratar, fez quase 60 contratos temporários; agora, que ele tem um Decreto de Emergência em Saúde, tem um número baixo de contratações para atender a essa necessidade do Município. É um Decreto que dá respaldo para contratação”, esclareceu. 
Na opinião dele, essa situação mostra que “a Administração Municipal está perdida, não tem planejamento”. “A gente sempre tem alertado aqui e mandado pedido de informações, tentado reuniões, conversas”.

Dificuldade de acesso às informações 

O CCO também mantém a postura de buscar informações de interesse público junto ao Governo Municipal, inclusive na tentativa de apurar relatos e obter dados e números com o propósito de analisar e compreender situações criticadas. No entanto, nem sempre a Administração Municipal responde aos questionamentos. 
No final da tarde de terça-feira (12), enviamos perguntas ao diretor do “São José” – por WhatsApp – e também tentamos agendar entrevista, mas ainda não tivemos retorno.
Na manhã de quarta-feira (13), enviamos um questionário à Assessoria de Comunicação da Prefeitura. Dentre outras questões, foi perguntado se estão previstas novas contratações de profissionais de enfermagem e médicos. Também foi questionado se o espaço do “São José” – utilizando os dois pavimentos – tem sido satisfatório para atender a todos com o mínimo de conforto; e se tem camas para todos. Para idosos e pessoas debilitadas, é difícil ficar nas cadeiras. 
A resposta obtida foi: “Agradecemos o espaço, mas não vamos nos manifestar sobre o assunto”.
Em matéria do CCO postada em 19 de fevereiro, o diretor do “São José” informou que o 2º pavimento estava em funcionamento com uma equipe constituída por quatro enfermeiras e oito técnicos de enfermagem. Também informou que todos os 24 leitos estavam ocupados e que o uso era de forma rotativa, ou seja, aqueles que estão em condições são liberados depois da medicação.
Até o dia 16 de fevereiro, o CCO tinha a informação de que no 1º pavimento são disponibilizadas nove camas e 15 cadeiras.