Moradores de Arcos são vítimas de extorsão e ameaças de morte em Lagoa da Prata

Três moradores de Arcos já foram vítimas de extorsão em Lagoa da Prata, neste ano de 2024, depois de serem atraídos à cidade vizinha para comprarem algum bem. 
A Polícia Militar de Lagoa da Prata divulgou que na tarde de quarta-feira, 13, houve um “sequestro relâmpago” na cidade. A PM foi acionada com o relato de desaparecimento de dois homens, um de 46 anos e outro de 32. 
Os dois haviam saído da cidade de Arcos com destino a Lagoa da Prata, para negociarem a compra de um veículo. A pessoa que recorreu à Polícia estava preocupada porque não conseguia se comunicar com os dois por telefone. 
Com o desaparecimento, os policiais fizeram o rastreamento e conseguiram localizar os dois no bairro Américo Silva, em Lagoa da Prata. Uma das vítimas disse à Polícia que quando chegaram ao local combinado, foram surpreendidos por quatro indivíduos armados. O homem relatou que foi forçado a realizar transferências bancárias e teve seus cartões roubados. Os criminosos também roubaram um veículo modelo Fox. Em seguida, as vítimas foram liberadas e os autores fugiram na ocasião, mas depois foram presos.
Policiais Militares fizeram as diligências e prenderam três envolvidos: duas mulheres – de 37 e 38 anos – e um homem, de 34 anos. Os agentes conseguiram recuperar o veículo roubado e parte das mercadorias adquiridas com os cartões bancários das vítimas. Essas informações foram divulgadas pelo jornal O Papel, de Lagoa da Prata.
O CCO teve conhecimento de mais um caso parecido, envolvendo outro morador de Arcos, o que leva a crer que seja a atuação de uma mesma quadrilha. O arcoense foi atraído até Lagoa da Prata no dia 25 de janeiro de 2024, para olhar duas máquinas que pretendia comprar. O falso vendedor marcou o encontro com a vítima na saída da cidade, próximo a uma ponte. Chegando lá, o arcoense foi cercado por quatro homens armados que estavam encapuzados. 
Eles portavam dois revólveres, uma pistola maior e uma pistola de pequeno porte. Exigiram o dinheiro que a vítima dispunha para pagar pela compra das máquinas, conforme haviam negociado. Disseram que se ele não entregasse, iriam matá-lo.  Como ele não tinha dinheiro em espécie, foi forçado a fazer Pix para algumas pessoas. O prejuízo foi de pelo menos R$ 50 mil. 
O homem foi ameaçado por mais de sete horas. Em seguida, foi deixado na rodovia, sem carro e sem celular, para que não acionasse a Polícia e desse tempo para que eles fugissem. A vítima andou por alguns minutos e encontrou o veículo no local relatado. De lá, ele seguiu até o quartel da PM em Lagoa da Prata para registrar a ocorrência.

Delegado de Lagoa da Prata e equipe seguem com as investigações 

O CCO fez contato por WhatsApp na Delegacia de Lagoa da Prata na tarde de ontem (15 de março). O delegado, Ivan Lopes, informou que as prisões foram em flagrante. A prisão do homem foi convertida em prisão preventiva e as prisões das duas mulheres foram convertidas em prisão temporária de 30 dias. 
Dr. Ivan disse que a Polícia Civil continua investigando e não descarta a possibilidade de ligação desse fato com os outros dois semelhantes que aconteceram em Lagoa nos dias 22 e 25 de janeiro, tendo elementos que mostram o vínculo. 
O episódio de 25 de janeiro é o mesmo relatado acima. Já no dia 22 de janeiro, a vítima veio do Mato Grosso do Sul para comprar uma aeronave em Lagoa da Prata e também foi rendida. “Dessa vez, não conseguiram êxito em subtrair dinheiro, mas o carro e os telefones foram roubados e no final o carro foi abandonado”, disse Dr. Ivan.
A Polícia investiga a existência de organização criminosa voltada para esse tipo de crime. O delegado não pôde informar detalhes dos três inquéritos, em virtude de investigação em andamento com informações sigilosas.

Delegado de Lagoa da Prata, Ivan Lopes

Com relação ao episódio desta semana, dia 13, Dr. Ivan acrescentou que se trata de um empresário (de Arcos), que foi a Lagoa da Prata com um empregado dele atraído por um anúncio.  Na fuga, os criminosos também abordaram um médico que passava pelo local por acaso, o renderam e roubaram dinheiro dele, além de agredi-lo.
Até a atual fase de investigação, a conclusão da Polícia é que todos, inclusive as mulheres, participaram ativamente do crime de extorsão, cada um com sua função previamente estabelecida pela associação criminosa. Ainda segundo o delegado, enquanto as vítimas ainda estavam no cativeiro, essas mulheres já estavam tentando fazer uso dos cartões bancários na cidade. 
Dr. Ivan Lopes enfatiza a eficiência do trabalho da Polícia Militar nessa ação rápida, “da qual também participou a Polícia Civil, que resultou na prisão desses indivíduos”. Ele acredita que isso irá contribuir para a identificação de todos os envolvidos. Agradece pelo apoio da Justiça e do Ministério Público nessas investigações, com as diligências e medidas cautelares que estão sendo deferidas.