O CONSOLO DE DEUS (PARTE 3)

Acompanhe mais uma reflexão bíblica proposta pela coluna Identidade Presbiteriana

O CONSOLO DE DEUS (PARTE 3)

No Salmo 23, Davi inspirando pelo Espírito Santo, afirma que Deus é o seu Pastor, ele fazia parte do rebanho de Deus, e mesmo no vale da sombra da morte, há comunhão com Deus, sendo possível encontrar paz, segurança e consolo no vale, pois, como diz o salmista Davi o Supremo Pastor “está comigo” e curiosamente o bom pastor não está de mãos vazias. Sua vara e seu cajado são a garantia de que não morreremos no vale por causa de três razões:

1. A correção cuidadosa: Este salmo ilustra que o pastor trazia em uma das mãos uma vara, onde o bom pastor batia amorosa, mas firmemente na ovelha prestes a se desgarrar, a fim de trazê-la de volta. Da mesma maneira o SENHOR Deus disciplina seus servos quando, em seu desespero e incredulidade, eles procuram caminhos que levam à destruição. 

2. A proteção divina: Com esta mesma vara, numa de suas extremidades pontiagudas, o bom pastor usava como arma de defesa e ataque para afugentar predadores prestes a devorar a ovelha desavisada. Do mesmo modo, o Supremo Pastor protege aqueles que nele confiam, a fim de que o inimigo de suas almas não lhes toque (1 João 3.18). 

3. O consolo amoroso: Na outra mão o pastor trazia o cajado (bordão), cuja ponta arqueada (curvada), uma espécie de gancho que era usada para puxar a ovelha pela perna ou pelo pescoço para junto do bom pastor. Estando no vale da sombra da morte, não há consolo maior do que quando, sufocados pela escuridão, somos “puxados” por Deus para junto de si. À luz da história da redenção contada na Escritura, ficamos sabendo que esse mesmo Pastor tanto amou seu povo que se fez carne, passou ele mesmo pelo vale e bebeu, no lugar do seu povo, o cálice da ira divina.

Vários séculos depois que Davi viveu, o Senhor Jesus, aquele que foi chamado Filho de Deus e Raiz de Davi, declarou: “Eu sou o Bom Pastor; o bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas (João 10.11). E foi o que ele fez, ao morrer naquela cruz ele desceu o mais profundo do vale, recebendo sobre si “o castigo que nos traz a paz” com Deus (Isaías 53.5). Como está escrito: “Jesus foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca” (Isaías 53.7). Contudo, a Escritura ressalta que os benefícios desse sacrifício do Bom Pastor são aplicados somente àqueles que nele creem e o confessam de todo o coração, segundo as Escrituras. Foi ele mesmo quem disse: “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas ... Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem, assim como o Pai me conhece, e eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas ovelhas ... As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão”. (João 10.14-15, 27-28).

REV. ÉDER HENRIQUE

(Pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil em Arcos)