Por que o TABAGISMO é pior em DIABÉTICOS?

Por que o TABAGISMO é pior em DIABÉTICOS?
Foto: BVS/Ministério da Saúde

Que o tabagismo faz mal à saúde de qualquer pessoa todos sabemos. O que algumas pessoas não sabem ou fingem não saber é que, para os portadores de diabetes, os males do fumo são muito maiores. O simples fato de a pessoa ser diabética a coloca sob grande risco de desenvolver infarto, derrame cerebral, amputações e impotência sexual; se essa pessoa fuma, é quase certeza que irá desenvolver alguma dessas complicações. Muitas vezes os pacientes passam por consultas médicas e não são interrogados sobre o tabagismo. Todos os profissionais de saúde (médicos, enfermeiros, dentistas, fisioterapeutas, etc) deveriam ter o hábito de orientar os pacientes sobre os riscos do cigarro, principalmente se forem diabéticos. E todos os pacientes deveriam levar a sério os riscos do tabagismo, principalmente no caso dos diabéticos, onde o cigarro “ou mata, ou aleija” com muito mais facilidade. 

Por que o cigarro é considerado droga?

Dados da OMS de 2020 apontam o cigarro como responsável por mais de 160.000 mortes no Brasil por ano, equivalente a mais de 430 mortes por dia.

O cigarro é o responsável por diversas alterações no organismo humano, que em sua maioria passam despercebidas entre os fumantes. O fumo produz perto de quatro mil substâncias prejudiciais à saúde. Várias dessas substâncias causam dependência física. O fumo aumenta a pressão e o colesterol, amarela os dentes, reduz a circulação de oxigênio no organismo, provoca rugas, queda de cabelos, enfraquece as unhas, irrita os olhos e as cordas vocais.

Ele também causa o câncer de boca, laringe, esôfago, pulmão, rins, bexiga e colo do útero, além de aumento do risco de infarto do miocárdio, derrames cerebrais e gangrenas nas extremidades.

O que acontece quando paramos de fumar

- Após 20 minutos: a pressão sanguínea e a pulsação voltam ao normal;

- Após 2 horas: não há mais nicotina circulando no sangue;

- Após 8 horas: o nível de oxigênio no sangue se normaliza;

- Após 12 a 24 horas: seus pulmões já funcionam melhor;

- Após 2 dias: seu olfato já percebe melhor os cheiros e seu paladar já degusta melhor a comida;

- Após 3 semanas: sua respiração se torna mais fácil e a circulação melhora;

- Após 1 ano: o risco de morte por infarto já foi reduzido à metade;

- Após 5 a 10 anos: o risco de sofrer infarto será igual ao das pessoas que nunca fumaram.

Diabetes e tabagismo: uma mistura explosiva 

Os pacientes não querem falar de parar de fumar. Raros são os casos de pacientes com diabetes que decidem parar de fumar depois de uma longa conversa com o seu endocrinologista. Prática nada comum, mas que deveria ser regra, o ato de parar de fumar é o ponto de partida para o trabalho de conscientização de fumantes com e sem diabetes. O fumo é considerado um dos mais importantes fatores dos riscos cardiovasculares, potencializando as complicações do diabetes. Hoje, quem tem diabetes se equipara a ser portador de doença cardiovascular. O uso do cigarro faz com que haja uma progressão da doença cardiovascular muito mais rápida. Quem tem diabetes não pode “fumar socialmente”, é preciso que haja a consciência de que parar é a única saída. Para o organismo, não existe diferença entre fumar 1 cigarro ou 1 maço de cigarros por dia, pois o dano é praticamente o mesmo. Existem várias medicações que poderão ajudar o paciente a abandonar esse vício. No entanto, sem a decisão verdadeira de parar de vez com o tabagismo, nenhuma medicação trará qualquer ajuda.