Zé Laranjeira: uma vida dedicada à família, à segurança pública e ao entretenimento

Zé Laranjeira: uma vida dedicada à família, à segurança pública e ao entretenimento

José Alves Teixeira Filho (Zé Laranjeira) morreu aos 90 anos, no último dia 12 de fevereiro. Era viúvo da primeira esposa, Maria do Carmo Teixeira, com quem teve seis filhos, sendo quatro homens e duas mulheres. E há aproximadamente seis meses, tinha se casado novamente. 
Um dos filhos, José Alves Teixeira Júnior (Zezé Laranjeira), diz que sempre vai se lembrar dele como um homem dedicado ao trabalho e à família. “A principal lembrança que tenho é a forma como ele trabalhava, noite e dia”, comenta. 
Segundo o filho, Zezé Laranjeira foi delegado em Arcos por aproximadamente 30 anos, entre as décadas de 60 a 80. Nesse período, ele conseguiu diversos benefícios para o setor de segurança pública do município, dentre eles, viatura policial e reforma da cadeia, que naquela época funcionava na rua Jarbas Ferreira Pires/esquina com 25 de dezembro, centro de Arcos. “Meu pai era muito respeitado e rígido. Quem roubava aqui, era uma vez só. Arcos era uma cidade tranquila, mas ele se dedicava muito ao trabalho, em parceria com a Polícia Militar”, relembra.
No período em que Zé Laranjeira dirigia a delegacia, muitas indústrias se instalaram na cidade. Com isso, relembra o filho, “vinha gente de todos os lugares e as ocorrências mais comuns eram roubo e brigas”. De acordo com o entrevistado, nas duas celas da antiga cadeia ficavam uma média de 15 presos. 
A postura de profissional sério, que impunha respeito, não restringia o lado humano de Zezé Laranjeira. O filho lembra que o pai chegava a gastar dinheiro do próprio bolso para comprar frango para os presos aos domingos. “Ele ficava com pena e comprava”, diz. 
Zé Laranjeira também é lembrado em Arcos como o dono do Cine Arcoense, numa época em que havia sessões todos os dias, sendo três nos finais de semana, e o espaço era muito frequentado.  “Antes de ser delegado, ele já tinha o cinema, que foi montado na década de 40 e ficou aberto até a década de 80”, comenta o filho, acrescentando que o pai também tinha uma oficina mecânica, onde exercia o ofício. “E mesma com tantas atividades, ele era muito dedicado à família”, conclui, lamentando a perda do pai. 

Matéria publicada no jornal CCO, edição de Arcos, 28 de fevereiro de 2010