Água em Arcos é mais cara que em Formiga e Lagoa da Prata

Depois de 30 anos, termina o contrato da Copasa com o município. Audiência pública discute rumos do fornecimento de água na cidade

Água em Arcos é mais cara que  em Formiga e Lagoa da Prata
Representantes da Copasa mostram dados sobre o trabalho realizado pela empresa na cidade - Foto: Ricardo Fonseca

Os consumidores de Arcos pagam mais pela água que consomem. Os valores cobrados em cidades vizinhas, a exemplo de Formiga e Lagoa da Prata, representam menos da metade das taxas impostas pela Copasa. Os dados foram revelados em uma audiência pública realizada na Câmara Municipal, na manhã do último sábado. Vereadores, lideranças comunitárias e representantes da Copasa participaram da reunião. Diretores do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) das cidades de Formiga e Lagoa da Prata também apresentaram o trabalho da empresa, que é controlada pelas prefeituras municipais. 

Em Lagoa da Prata, o SAAE trata 13 milhões de litros de água por dia. O setor, criado há 40 anos, possui uma arrecadação anual em torno de 4 milhões. De acordo com o engenheiro Astácio Correa Neto, o serviço tem um superávit de R$600 mil por ano. As tarifas praticadas pelo Serviço de água na cidade vizinha também são reduzidas. Segundo o engenheiro, famílias carentes pagam R$10,96 pelo serviço. Já em 80% das residências, o valor cobrado pelo SAAE gira em torno de R$17,31. A tarifa comercial tem média de R$44 e a industrial é de R$105,45. Mais de 14.400 moradores de Lagoa da Prata recebem o serviço de água e esgoto do SAAE. A captação é feita através de poços artesianos.

Redução- Formiga tem o fornecimento de água mais barato da região. Somente agora, estão instalando hidrômetros nas casas. Antes, os moradores podiam usar água à vontade, pagando uma taxa mínima. De acordo com Sérgio Lasmar, coordenador do SAAE formiguense, 22 milhões de litros de água são tratados na cidade todos os dias. A meta da administração é que até 2008, 75% das residências tenham o aparelho medidor de gastos, para evitar o desperdício. Em Formiga, cada pessoa consome em média 350 litros de água diariamente, o que é considerado um índice alto pelo Ministério das Cidades. No município, os consumidores pagam uma média de R$12 para terem o fornecimento de água. No comércio a taxa é de R$ 18, e na indústria, R$23. De acordo com Sérgio Lasmar, o SAAE possui 140 funcionários e arrecada mais de 5 milhões por ano. O setor também fornece água para as comunidades rurais através de poços artesianos. 

Arcos- A Copasa também mostrou os trabalhos que são desenvolvidos pela estatal na cidade. O gerente  de operação, Euripedes Guerra, explicou que as taxas praticadas na cidade são padronizadas para todo o Estado e aprovadas através de uma lei específica. Ele falou sobre o projeto de expansão da companhia, que já presta serviços em países da América Latina e Angola e atende ao padrão ISO 9000 de qualidade. A Companhia produz 91 litros de água potável por segundo, em Arcos, e atende a 11.224 residências da cidade. Sobre as tarifas praticadas, o gerente explicou que elas são cobradas de acordo com o número de litros consumidos. A taxa menor(até 6 mil litros) é de R$ 13,11. Quem consome até 20 mil litros por mês paga R$47,23. A tarifa comercial da Copasa varia de R$20,81 a R$413,96. 

O também representante da Copasa, Francisco Palmiere, prometeu investimentos na ordem de R$ 15 milhões, caso o contrato seja renovado com a Copasa. O valor investido seria em melhorias na infra-estrutura, obras na avenida Sanitária, preservação de mananciais e ampliação do fornecimento para as comunidades rurais da Ilha, Boa Vista, Boca da Mata e Calciolândia. 

A minuta do contrato atualizado entre a Copasa e o município já foi encaminhada para a Câmara municipal de Arcos e devido ao recesso dos vereadores,  deve ser votada somente no ano que vem. Os Governos municipal e estadual  terão até 31 de julho de 2009 para assinarem o documento. Enquanto isso, a Copasa deve garantir o fornecimento de água potável para a cidade. 

A primeira audiência para tratar do assunto foi marcada pelo baixo número de participantes. Segundo a organização, mais de 300 convites foram distribuídos e apenas uma média de 18 pessoas estiveram presentes.

Matéria publicada no jornal CCO edição do dia 20 de dezembro de 2007.