Arcos pertencia à ‘Vila de Formiga’

Arcos pertencia à ‘Vila de Formiga’

Há 200 anos, em 1823, o município de Arcos – que se chamava São Julião – possuía 1.175 habitantes.  No ano de 1839, o distrito de Formiga foi elevado à categoria de vila e à de cidade em 1958. Arcos passou, assim, a pertencer à vila de Formiga, juntamente aos distritos de São João do Glória, Abadia do Porto, Estiva, Aterrado e Bambuí.


A primeira missa

A primeira missa foi celebrada no dia 11 de abril de 1828, pelo padre Cícero Felipe, em frente à casa da Fazenda Capitão Antônio Ribeiro de Morais.


A primeira capela e a elevação a distrito

No ano de 1829 iniciou-se a construção da primeira capela da localidade, a partir da qual o arraial foi crescendo, vindo a ser elevado a distrito em 30 de novembro de 1842. 


A chegada da ferrovia

Em 1907 chegou a ferrovia, e a partir dessa data o progresso foi acelerado. O crescimento e o desenvolvimento iniciais de Arcos foram alicerçados também pelas atividades religiosas, que atraíam os forasteiros. 


O começo das atividades mineradoras de calcário 

Promoveu-se no início do século XX o começo das atividades mineradoras de calcário, devido à existência de rochas de cal na Serra das Locas (Pains). A descoberta de grandes camadas de calcário em toda a região do povoado de Arcos aconteceu nas últimas décadas do século XIX, por técnicos da Escola de Minas de Ouro Preto.

Na década de 1930, a empresa Força e Luz de Arcos tornou-se realidade, a partir da qual o parque industrial foi tomando forma.


A emancipação político-administrativa e o primeiro prefeito

Em 17 de dezembro de 1938, por meio do Decreto-Lei Estadual nº 148, assinado pelo governador Benedito Valadares, foi criado o município de Arcos, que teve como seu primeiro prefeito o Cel. José Ribeiro do Vale, governante de janeiro a maio de 1939, quando passou o cargo para Dr. João Vaz Sobrinho, nomeado Prefeito pelo Governador em 06 de maio de 1939.


Atividade comercial e industrial

Na época da emancipação, em 1938, Arcos possuía 100 engenhos de cana, utilizados para moagem destinada à fabricação de aguardente e rapaduras; uma oficina mecânica, uma carpintaria, um forno de fundição, duas máquinas de arroz, duas fábricas de móveis, duas selarias, cinco barbearias, uma fábrica de bolachas finas, três alfaiatarias, uma tipografia, várias sapatarias e algumas pequenas indústrias individuais.

Nos anos da década de 1940, Arcos ganhou uma fábrica de manteiga, uma de farinha de milho e de mandioca, uma cerâmica e uma fábrica de gordura de porco. Era um município essencialmente agrícola, onde se cultivava tudo o que a terra podia produzir, como milho, arroz, feijão e cana-de-açúcar. Essa época, em que a situação de vida em todo o mundo estava afetada pela 2ª Guerra Mundial, transcorreu em compasso de espera, devido à grave recessão econômica, ao racionamento de bens de consumo e à incerteza quanto ao futuro do planeta.

Em seus primeiros anos após a emancipação, Arcos contava com dois consultórios médicos bem instalados, sob a direção dos proprietários Dr. João Vaz da Silva Sobrinho e Dr. Ozório de Souza Oliveira; duas farmácias, sendo uma dos proprietários Donato Rocha e Wagner Reis e outra de Geraldo Fonseca; três gabinetes dentários, de Alberico Salazar Filho, Liberalino José Ferreira Coelho e Francisco Lopes; oito casas comerciais de tecidos, ferragens, chapéus, calçados e outras; cerca de 40 tavernas, bares e cinco açougues.

A sede do município era servida pelo telégrafo da Rede Mineira de Viação e por uma rede telefônica que permitia a comunicação com a cidade de Formiga e com os distritos de Pains e Porto Real. A comunicação por telefone era feita também com algumas fazendas e com o povoado de São Miguel. Possuía o município 33 aparelhos receptores de rádio telefonia e o telégrafo postal era feito por estrada de ferro. 

Mesmo com a ausência completa, na época, de estudos e pesquisas no que diz respeito aos minerais, podia-se observar que o município era riquíssimo neste setor, pois era comum pessoas encontrarem nos arredores de Arcos pedras de valores notáveis.


A fase pós-guerra

Na fase pós-guerra (2ª Guerra Mundial), o surto do progresso em todo o Estado alavancava Arcos. Em 1954, o município exportava manufaturados, matérias-primas, produtos agropecuários e grande quantidade de suínos para corte. No ano seguinte, a fabricação de cal atingia escala relevante com as empresas Nilton Teixeira Câmara & Cia. e Indústria Mineração Cal-Cimento.

A estação repetidora de TV foi instalada em 1962 e em 1968 a produção de arroz do município só perdia para Formiga; a de cana-de-açúcar somente para Japaraíba; a de laranja somente para Carmo do Cajuru; a população bovina só ficava abaixo da de Santo Antônio do Monte; e a produção avícola e de suínos era a maior de todas na região.


Com informações do Dossiê de Tombamento - Conjunto paisagístico da gruta Cazanga (2010/Exercício 2012).