Coleta de recicláveis em Arcos está suspensa temporariamente

Coleta de recicláveis em Arcos está suspensa temporariamente
Aterro Sanitário de Arcos

Vereadores e jornalistas foram convidados para uma visita ao aterro sanitário de Arcos e  nas dependências da Associação dos Recicladores (ARA) na última sexta-feira (17).

O objetivo do prefeito, Wellington Roque e do secretário municipal de Meio Ambiente, Evandro Siqueira, foi mostrar a situação preocupante no que se refere à destinação dos resíduos sólidos e úmidos em Arcos.


O secretário informou que o material que está perto da ARA – montes de lixo – já passou pelo processo de separação, deveria ter sido levado para o aterro, mas isso não foi feito, porque a Prefeitura não tem máquina, nem caminhão e nem operacional. Com isso, esse material está amontoado na área de trabalho da ARA. “É um outro lixão a céu aberto no entorno das operadoras da associação”, explicou.

Evandro Siqueira falou sobre as demais necessidades da equipe de 10 recicladoras, para darem sequência ao trabalho. Precisam de caminhão adequado para a coleta na cidade e melhor estrutura no ambiente de trabalho: um galpão maior para armazenamento, prensas adequadas, trituradores (de vidro e borracha) e mais pessoal.  Comentou, também, sobre a necessidade de uma assessoria para organização do trabalho, tendo em vista melhores resultados.

Uma das recicladoras disse ao CCO que não está havendo a coleta seletiva há mais de 15 dias. Ela informou que o caminhão que eles utilizam [que é da Prefeitura] estava sempre estragado, restando apenas a alternativa de utilizar o veículo que tem uma prensa e não é adequado para a coleta nas ruas, justamente por prensar o lixo. “Prensa tudo e a gente tem dificuldade de tirar e separar”.

A Prefeitura pode providenciar a compra do veículo e demais itens neste ano de 2025?

Foi relatado que não foram previstos recursos no orçamento feito em 2024, para 2025, que possam ser utilizados para esses investimentos.  

Necessidade de reestruturação da ARA

O secretário de Meio Ambiente disse que é necessária uma reestruturação da associação para, em seguida, buscarem parcerias com empresas. Segundo ele, a coleta já estava deficitária antes da paralisação, uma vez que não estava sendo feita em todos os bairros.

População também não colabora como deveria

Outra dificuldade é que boa parte da população mistura lixo úmido ao material reciclável disponibilizado na calçada para a coleta. Ou seja, não fazem a separação correta em casa, ao colocar o material dentro do saco.

A vereadora Jaiane Soares comentou: “A gente tem que educar a população, mas não adianta a população fazer a coleta seletiva, se não tiver o caminhão”.

“Vem até papel higiênico”

Neusa Jesus Teixeira, 61 anos, trabalha na coleta há oito anos. Ela disse ao CCO: “Todos nós dependemos da renda da coleta para sobrevivência.  Eu vivo de um salário mínimo, porque meu marido faleceu. Não dá pra nada. Muitas aqui precisam da renda. A população precisa separar melhor, porque está vindo muito lixo. De dois caminhões, um é de rejeito. Aí acumula muito e a gente pega pouco material. É mais lixo do que reciclável. Vem até papel higiênico!”, disse.

Veja o que diz o prefeito

O prefeito Wellington Roque afirmou, durante a entrevista coletiva: “Esta questão do aterro terá um olhar diferente na nossa administração, porque temos aqui um ambientalista, nosso secretário de Meio Ambiente, que é da área. Tenho certeza que com muito trabalho, planejamento adequado dos nossos engenheiros e técnicos, vamos avançar para que esse aterro seja melhor operado”.
Está prevista a construção de uma nova plataforma. O Portal CCO continuará acompanhando e atualizando os leitores com as novas informações.